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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Profetas lunáticos.

Num país que se debate para conseguir empréstimos para viver um dia de cada vez, andam por aí uns profetas, lunáticos, líricos ou irresponsáveis a lançar uma petição para criar uma nova capital de raiz no país. Mas esta gente não pensa? Andamos há 500 anos a investir em Lisboa e para Lisboa. Todas as vias de comunicação confluem para Lisboa, e agora que estamos falidos é que vamos investir outra vez, para criar uma nova capital, algures perdida no interior que vai ficar longe de tudo e de todos? O mais simpático que me ocorre chamar-lhes é líricos.
Pegando no exemplo Brasileiro, considerando que a capital tem 1,3% da população total do país, se extrapolarmos para Portugal, teríamos de fazer uma capital com 130mil pessoas. Ou seja deslocar 130mil pessoas. Ou seja criar habitação, infraestruturas rodoviárias, redes de comunicação, de energia, abastecimento de água e saneamento, e transporte para 130mil pessoas… Está tudo doido? Onde é que iam buscar o dinheiro?
Há com cada cromo! Teóricos… ou líricos. E já agora, pegar fogo a tudo e esperar que renasçam das cinzas qual fénix do Harry Potter… Precisamos de ajuda divina, e já, mas para colocar estas cabecinhas no lugar!!.

Neste natal, partilhem.

Com o natal a aproximar-se deixo aqui um pedido a todos os (poucos) seguidores do blog. Sejam solidários com as crianças. Estas não têm culpa dos erros dos pais, avós ou governantes. Se tiverem de fazer um esforço e abdicar de vós para proporcionarem um sorriso a uma criança, não hesitem e façam-no. Por pequeno que seja, poderá ser o suficiente para melhorar a auto-estima de uma criança, que pode ser decisiva no crescimento de uma nova personalidade. Uma boa personalidade.
Deixo aqui um site de uns brinquedos que fizeram as minhas delícias quando miúdo. Pode ser que ainda façam as delícias da criançada. Eu sei que o plástico, com o petróleo a subir, tá caro…


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Os entendidos

Por vezes o jornalista José Gomes Ferreira consegue tirar-me do sério. Ontem foi um desses dias. Dizer que não há tempo para se pensar o estado social, eu até posso entender, mas o que andou o governo a fazer durante ano e meio?? Não sabia que não ia atingir os objectivos propostos? Todos sabíamos! Aqui é que reside o problema. E lamento que ninguém venha cobrar aos políticos as suas irresponsabilidades. É que estes chulos do PSD, ainda antes de estarem no governo já o queriam “refundar”, ou seja desmantelar. Mas como nas eleições o seu programa eleitoral com a questão da alteração da constituição estava a fazer cair o PSD nas sondagens, nunca mais falaram em “refundar” o estado até serem eleitos, tendo mandado calar o Catroga, removendo do seu programa eleitoral as folhas comprometedoras. Depois andaram a fingir que o assunto estava esquecido, não fizeram nada de jeito para inverter o rumo do país e agora impõem como facto consumado, que a solução passa por fazer o que sempre quiseram. Conhecendo as cabecinhas gulosas e mafiosas da nossa classe política, até não me admiraria que este caminho de sacrifícios e de desgaste da população foi premeditado, para que agora, com os portugueses todos apertados com as suas despesas e parcas receitas, não tenham outro remédio que não seja aceitar e calar.
Não aceito este tipo de chantagem vinda de quem nos governou mal nos últimos anos, e de quem em um ano meio, nada fez, nada tentou, muito menos ponderou ou discutiu qualquer alternativa com outros partidos políticos ou parceiros sociais.
Mais ainda, o PSD disse o contrário em campanha. Por isso se quer desmantelar o estado exige-se que vá a eleições com esse programa eleitoral. Se os portugueses votarem nele, então sim terei de me resignar.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

CDS no seu melhor: Uma no cravo outra na ferradura.

As declarações do deputado João Almeida, líder da bancada parlamentar do CDS na AR, demonstram que o CDS decidiu brincar à política na votação do orçamento de estado.
Aprovou, mas veio dizer que não queria aprovar porque é um mau orçamento. Isto faz-me lembrar os meus tempos de criança em que os meus pais, de forma a incutir-me personalidade me diziam: “então se te mandarem atirar a um poço, tu atiras-te?”
De facto, muita falta de carácter e personalidade anda por aquela AR. Quer dizer, se calhar até a há, mas mais virada para o “tachinho”, que dá dinheirinho.
Cenas tristes. Não só tristes como absurdas. Dizer que sabe que está errado mas que, procurar uma solução diferente tenderia a ser pior (!??), só posso aceitar de quem é burro e não tem inteligência para pensar e tentar fazer melhor. Mais valia estar calado.

“Não é um bom Orçamento.O meu voto favorável não se justifica pelo conteúdo do Orçamento, mas antes pelas implicações que teria a sua não aprovação. Na sua versão final, este Orçamento mesmo que funcione como exercício académico, terá graves problemas de aplicação prática, em resultado das enormes dificuldades que vai criar às pessoas. No entanto se há coisa que o passado recente nos mostra claramente, é que a uma má solução, ainda que rejeitada, sucede uma pior. (...) Tenho a profunda convicção que a rejeição do Orçamento apenas agravaria a situação dos portugueses, principalmente dos que atravessam maiores dificuldades. Mais cedo ou mais tarde, com estes ou outros protagonistas, viria uma nova proposta com medidas idênticas em dose reforçada…”

segunda-feira, 26 de novembro de 2012


Austeridade e privilégios


«[...] O primeiro-ministro, se ainda possui alguma réstia de dignidade e de moralidade, tem de explicar por que é que os magistrados continuam a não pagar impostos sobre uma parte significativa das suas retribuições; tem de explicar por que é que recebem mais de sete mil euros por ano como subsídio de habitação; tem de explicar por que é que essa remuneração está isenta de tributação, sobretudo quando o Governo aumenta asfixiantemente os impostos sobre o trabalho e se propõe cortar mais de mil milhões de euros nos apoios sociais, nomeadamente no subsídio de desemprego, no rendimento social de inserção, nos cheques-dentista para crianças e — pasme-se — no complemento solidário para idosos, ou seja, para aquelas pessoas que já não podem deslocar-se, alimentar-se nem fazer a sua higiene pessoal.

O primeiro-ministro terá também de explicar ao país por que é que os juízes e os procuradores do STJ, do STA, do Tribunal Constitucional e do Tribunal de Contas, além de todas aquelas regalias, ainda têm o privilégio de receber ajudas de custas (de montante igual ao recebido pelos membros do Governo) por cada dia em que vão aos respetivos tribunais, ou seja, aos seus locais de trabalho.

Se o não fizer, ficaremos todos, legitimamente, a suspeitar que o primeiro-ministro só mantém esses privilégios com o fito de, com eles, tentar comprar indulgências judiciais.»


À PESCA DE SOLUÇÕES
“É necessário olhar para o que esquecemos mas últimas décadas e ultrapassarmos os estigmas que nos afastaram do mar, da agricultura e até da indústria”. A frase é do Presidente da República.
Quando é que o Presidente Cavaco se convenceu de que a política de subsídios ao abate de barcos de pesca e à não-produção agrícola do primeiro-ministro Cavaco Silva conduziram o país a uma situação explosiva?
In Expresso Primeiro Caderno, de 24/11/12,pag.06 (João Garcia, Jornalista).

A POLÍTICA DO SILÊNCIO
“A magistratura ativa do PR converteu-se na política do silêncio, interrompida por declarações avulsas e mensagens no Facebook”.
In Expresso Primeiro Caderno, de 24/11/12, pag.09 (Fernando Madrinha, Jornalista).

A TENTAÇÃO DA MAIORIA
Assembleia da República, Proposta de Lei nº 103/XII (Orçamento de Estado para 2013)
Proposta de alteração. (entrada na Mesa às 13h05 de 22/11/12).
No frenesim das propostas de alteração apresentadas pela maioria, uma durou…55 minutos. Na 5ª feira a coligação entregou uma proposta às 13h05 que, como se lê no documento, “substitui a anterior, entrada às 12h10”.
In Expresso Primeiro Caderno, de 24/11/12, pag.08 (Filipe Santos Costa, Jornalista).

CDS FICOU FRAGILIZADO
“A posição do CDS saiu muito fragilizada e pouco compreensível”, diz Filipe Anacoreta Correia, do conselho nacional dos centristas, sobre a participação do partido no processo orçamental.
In Expresso Primeiro Caderno, de 24/11/12,pag.12 (Filipe Santos Costa, Jornalista).
Coligido por: Jerónimo Pamplona, Algés, 25 de Novembro de 2012.

As greves

É verdade que todos têm direito à greve. Mas há uns que têm mais do que outros. Confesso que me faz confusão, nos dias de hoje, que haja quem faça greve às horas extraordinárias. Quantos de nós, se pudéssemos ir buscar umas coroas extra ao nosso salário, diríamos que não? Independentemente se é pago a 150% ou a 200%. Só o facto de poder receber mais uns trocos por mês já me parece muito bem. Mas isto se calhar sou só eu. Acho que é aqui que se distingue um trabalhador de um empregado. Um trabalhador desde que tenha um bónus a acenar, esfalfa-se para o conseguir, o empregado, nem com bónus vai lá. Tem que ser um MEGA bónus para o convencer a mexer-se um pouco.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Relvas Daninhas

Ao que parece, após tanta propaganda para acabar com os governos civis, que eram a razão de todas as nossas desgraças e incumprimentos nos défices (tretas), eis que a nossa grama mais irritante e persistente se prepara para criar 100 novos jobs, com o nome coordenador intermunicipal. O salário será compatível com a função (job for the boys), e rondará os 4500euros mensais. Cada coordenador terá ainda assessores e administrativos… Começo a fazer as contas e isto é coisa para passar dos 25milhões de euros anuais. Coisa pouca para um país que se prepara para cortar na saúde e educação…
E a pergunta que se coloca é: então para que foram acabar com os governos civis? É que eram “só” 18, e segundo informação, o estado contava poupar 3,5milhões de euros/ano com a sua extinção…
Como da Relva Daninha já espero tudo, parece-me a mim que o que ele queria era fazer uma espécie de reset, para despedir os governadores sem direito a indemnização para depois colocar os seus credores de favores… E esta hein?

Ai Marcelo…

Eu sei que não sou ninguém comparado contigo Marcelo, mas vais ter de me permitir um conselho. Se ainda sonhas que um dia, ainda vais ter um cargo político importante nesta república das bananas, e isto se ainda estiveres interessado, vais ter de mudar de rumo.
Que vídeo é aquele? O que é aquilo? Quem é que querias impressionar, os portugueses ou os alemães? E era impressionar ou humilhar?.. Não percebi. Mas a mim deixou-me embaraçado, e não gostei da sensação…
 Se já começa a ser raro assistir aos teus programas de domingo à noite, dada a tua parcialidade ao PSD que por vezes pode ser interpretada como falta de inteligência, este vídeo, foi para mim a machadada final. Finish him!

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Petição Artigo 151º

Eu sei que agora todos se queixam que existem petições por tudo e por nada mas esta parece-me muito importante. Acredito sinceramente que um dos graves problemas do nosso país está na maldita classe política que temos. Todos sabemos que são boys, mas todos continuamos a votar nos mesmos. Uma vez à esquerda, outra à direita, consoante a imagem dos candidatos. Sabendo que ao final de 35anos, esses mesmos boys nos levaram à falência, torna-se imperioso mudar! E enquanto é tempo! A Islândia também mudou, mas só depois da bancarrota. Olhemos então para o exemplo deles e tentemos fazer melhor: antecipando-nos. Leiam o objectivo de petição, e caso concordem, não deixem de assinar.

Exma. Sra.
Dra. Assunção Esteves
Presidente da Assembleia da República

Portugal assiste a uma grave crise financeira e económica, já demasiado comentada e documentada, e simultaneamente ao despertar de uma nova sociedade civil, impulsionada nas redes sociais e, aparentemente, sem vínculos formais a associações partidárias, sindicais ou outras.

É uma sociedade civil que procura e necessita de uma mudança no modo de se representar enquanto Estado de Direito, já que as respostas tradicionais dadas pela democracia representativa existente no nosso sistema político dos últimos 38 anos parecem não ser suficientes. Esta necessidade não é um fim em si mesmo e procuram-se, por isso, soluções que materializem uma mudança da situação actual.

A Constituição da República Portuguesa prevê, no Capitulo II do seu Título II, os direitos de participação na vida pública (artigo 48.º) e de acesso a cargos públicos (artigo 50.º). Contudo, é fundamental o reforço constitucional destes conceitos, procurando uma maior representatividade nos eleitos para a causa pública, o que, em nosso entender, passa pela extinção do monopólio partidário, como lhe chamam Gomes Canotilho e Vital Moreira, previsto em sede de representação na Assembleia da República.

Urge por isso permitir que grupos e movimentos de cidadãos tenham a capacidade e a possibilidade de estarem representados na Assembleia da República, fora do âmbito tradicional dos partidos, já que estes candidatos trarão à função de deputado uma nova dinâmica e responsabilidade políticas, pelo seu envolvimento em causas especificas e não partidárias. Esta mudança manteria a Constituição da República Portuguesa a par da mudança social a que o país assistiu nos últimos 30 anos e, estamos certos, contribuiria para aumentar a participação cívica em Portugal

Assim, os portugueses abaixo-assinados, ao abrigo do direito de petição, solicitam que os deputados à Assembleia da República, aquando da abertura do próximo processo de revisão constitucional:

Proponham a alteração do n.º 1 do artigo 151º da Constituição da República Portuguesa de modo a que este passe a permitir a candidatura de grupos de cidadãos independentes à Assembleia da República.


Portugal, 1 de Dezembro de 2012

Os signatários




 

Visionários

“É preciso encontrar a dose certa de austeridade e disciplina orçamental, não se deve asfixiar a economia. Cada país tem as suas características, o importante é encontrar um meio-termo e restabelecer a confiança das pessoas no futuro, que é um ingrediente importantíssimo. Em vez de ajudarmos apenas as entidades financeiras, demos apoio aos clientes, para que pudessem pagar as dívidas e manter a economia a crescer. Gerar confiança é condição necessária para sair da crise.”
Juan Manuel Santos – Presidente da Colômbia

Tem mais tino que os nossos políticos. De referir que a Colômbia se prepara para concorrer às privatizações da TAP e ANA, o que implica levarem os lucros em euros, para o outro lado do atlântico. Ou seja, dinheiro a entrar todos os anos na economia colombiana e, necessariamente, a sair da economia Portuguesa. E depois vemos os nossos políticos a dizerem que o povo é que não trabalha e que é por isso que o PIB é uma trampa e o país não cresce... Tristeza de país e de políticos!

terça-feira, 20 de novembro de 2012


A pobreza obesa


A imagem de crianças subnutridas, extremamente magras, caracterizava a pobreza de países subdesenvolvidos e muitas vezes em guerra, do continente Africano.

Hoje a imagem da pobreza é radicalmente oposta, em particular naqueles que eram considerados países ricos, desenvolvidos ou em vias de desenvolvimento.

Os alimentos processados, pré-confecionados ou pronto a comer (“fast food”), proporcionam uma refeição muito mais barata do que uma refeição saudável baseada em alimentos frescos, variados e por confecionar.

É mais rápido, dá muito menos trabalho, é muito energético, e regra geral, muito mais económico. Só faz muito pior à saúde, principalmente se for numa base regular.

SPN Crise leva pessoas a engordar por comerem mais barato e dormirem pior




segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Os donos dos "media" em Portugal

Gostaria que alguém me explicasse como quem explica a uma criança de cinco anos, pois prevejo que vou ter muita dificuldade em compreender, porque raio a maioria PDS-CDS chumbou uma proposta de lei apresentada pelo PS, para que em Portugal fosse do conhecimento público, quem é  dono/proprietário de órgãos de comunicação social (media).
Todos sabemos que o grupo Impresa pertence a Francisco Balsemão, histórico do PSD. Soubemos que o jornal SOL foi comprado por Angolanos e que recentemente Joaquim Oliveira vendeu, também a angolanos, parte dos media que possuía. Mas ficamos por essa palavra "Angolanos". Existem algumas palavras ou expressões que incluem "Angol" que hoje são sinónimos de: "ficas por aí". Funciona como que uma barreira que separa o que pode ou não pode ser conhecido/investigado.
Será que não se pode saber? Será que não se deve saber? Porquê? Para que o povo não se possa questionar se, por detrás de algumas notícias altamente facciosas, estão potenciais negociatas dos seus proprietários?
Mais uma página negra, bem negra, neste governo e na “nossa” democracia. Pelos vistos o tão apregoado estado democrático, que anda sempre na boca dos nossos políticos, só serve para o que dá jeito.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012


A nossa Crise!


A globalização.

De seguida, dá-se um novo fenómeno na globalização: A deslocalização.

Ao contrário de abrir uma filial num país para fornecer esse país ou região, a deslocalização implica fechar a fábrica no país de origem e ir produzir para outro país para beneficiar de fatores produtivos, em particular, de mão-de-obra mais barata.

A deslocalização origina perda de postos de trabalhos (e geralmente, fecho de pequenas empresas que prestavam serviços ou forneciam a fábrica que fechou).

Portugal desiste de ter uma agricultura de subsistência e apesar do enorme espaço marítimo, das pescas e do mar.

Em Portugal, a deslocalização, o abandono da agricultura e das pescas, não é significativamente compensada com a criação de novos serviços, pequenas empresas tecnológicas ou a produção com valor acrescentado.

O dinheiro é barato, para os bancos, empresas e famílias.

O crédito fácil leva a um forte endividamento (de muitos…).

Os bancos emprestam, querem emprestar e até oferecem empréstimos.

A alavancagem dos bancos atinge valores recorde (fazem-se empréstimos à habitação nos quais os bancos não asseguram mais que 2% do montante do empréstimo).

O maior investimento não é feito em fatores produtivos, isto é, em fatores que ajudem o país e as empresas a expandir as suas atividades e a produzir mais, mas em infraestruturas, imóveis e em bens de consumo.

As construções de autoestradas, viadutos, edifícios, estádios, imóveis, etc., caracterizam-se por uma forte empregabilidade durante a fase de construção mas muito reduzida durante a fase de manutenção.

A construção de infraestrutura sobredimensionada torna muito difícil a recuperação do seu investimento e falha o seu propósito de ajudar a melhorar a produtividade do país.

O crédito barato leva à loucura do consumo. Todos querem ter os últimos modelos das novas tecnologias. Todos querem ter uma boa casa e um carro melhor.

O dinheiro estava barato e parecia haver a rodos.

Asia e em particular os países emergentes, crescem mais que o resto do mundo e absorvem uma parte da riqueza, em particular dos países/blocos mais ricos.

- Algumas instituições financeiras sem escrúpulos contratam físicos e matemáticos e outros génios que tal, que se formaram para trabalhar na NASA ou no CERN, ou noutro local, mas que foram para instituições financeiras desenvolver produtos altamente complexos que nem banqueiros/bancários com dezenas de anos de experiência os compreendem.

- Criam-se os chamados produtos tóxicos que geram muito dinheiro virtual. Há muito mais dinheiro a circular de forma digital do que o dinheiro real para o sustentar. Há seguros sobre seguros, sobre seguros, sobre seguros, sobre seguros, …, e produtos de investimento de risco com margens de retorno muito elevadas sobre esses seguros ou sobre o bem segurado ou sobre a viabilidade do dono do seguro, e "futuros" que fazem subir o preço de bens de consumo essenciais e da energia (petróleo, etc.) Estes continuam a existir.

Rebenta a bolha financeira.

Alguns países da zona euro estão em muito pior situação do que outros, principalmente porque tiveram bastante menos bom senso e deixaram-se ir atrás dessa enorme especulação financeira e/ou porque quiseram aproveitar o “dinheiro fácil” para crescer rapidamente, nomeadamente através da construção de infraestruturas, habitação e de um despesismo generalizado (o dinheiro dava para tudo), e porque os seus bancos estavam mais preocupados em conceder crédito do que com o seu nível de alavancagem ou com as garantias dos clientes para cumprir as condições de empréstimo (se tinham, ou não, alguma “almofada” para o caso de algo correr menos bem).

Como o governo pretende resolver a crise:

1 Descer o nível de vida baixando salários

2 Reduzir o peso do estado na economia

3 Financiar os bancos

4 Diminuir as prestações sociais

5 Aumentar as exportações

6 Reformas estruturais

7 Prolongar o período do empréstimo (depende da Troika)

8 Diminuir os juros (depende da Troika)

O governo parece crer que só é possível atingir os pontos 7 e 8 depois de cumprir os pontos prévios.

To be continued

Parabéns Frulact.

No jornal expresso da semana passada Nicolau Santos, na sua crónica habitual no suplemento económico, fez referência a uma empresa denominada Frulact. Segundo o mesmo a empresa faz este ano 25 anos, internacionalizou-se cresceu este ano 18% e atingiu um volume de negócios de 90milhões de euros. Mas apesar dos motivos todos que tem para festejar, o presidente da empresa cancelou todos os gastos previstos para a comemoração dos 25 anos da empresa, e vai canalizar o dinheiro para os trabalhadores que ganham menos de 1000euros.
Com atitudes destas, certamente que a empresa estará em melhores condições para superar adversidades, porque quando precisar terá a solidariedade dos trabalhadores. São atitudes destas que fazem a diferença na produtividade, não é cortar feriados e pontes, é motivar, é dar para receber. Bem hajam empresários com responsabilidade. O problema do país é não existirem muitos assim. A maior parte compra um novo audi (apesar do velho ter meia dúzia de quilómetros ou ter 2 anos), ou fazem jantaradas, ou compram iates etc etc…
Já agora, quem me dera que os nossos governantes também olhassem para este exemplo, porque um dos grandes problemas da função pública é a falta de motivação dos funcionários. Quer se esfolem ou cocem a barriga o resultado é igual.
Por todos os motivos é caso para dizer: Parabéns Frulact.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Confrontos na greve geral

Confesso que tenho sentimentos mistos relativamente ao confronto entre manifestantes e forças policiais. Se por um lado, espero sempre que o bom senso impere para que não hajam danos para terceiros que nada têm que ver com o problema, por outro compreendo que se nada for feito, nada muda.
Ainda assim, considero que se o objectivo dos manifestantes foca-se na queda do governo, há maneiras mais céleres e com menores custos para o país do que a que se assistiu hoje.
O que fazem os nossos políticos nestes dias complicados? Um fugiu para uma fábrica de salsichas, outro não saiu do palácio, outros andaram também pelo país fora, sabe-se lá onde. Meus caros, manifestações destas para eles é, como direi, chato. Só e apenas isso. O grau de incómodo compara-se a uma situação qualquer coisa do género – e muito comum no nosso dia-a-dia -  quando à noite chegamos a casa e queremos saber o resultado do jogo de futebol e os canais televisivos informativos insistem em passar toda e qualquer notícia menos o resultado do futebol. Será assim hoje para os nossos políticos, chegam a casa, depois de um dia muito cansativo a ver salsichas, querem saber o resultado do jogo da selecção nacional com o Gabão (muito importante) e os malditos “media” insistem em passar imagens de uns calões arruaceiros nas ruas das cidades portuguesas!! Que chatos!.

Caros concidadãos, se querem efectivamente por termo a este governo, e apresso-me a dizer que sou amplamente favorável à queda do mesmo, têm que começar a fazer “flash mobs” às casas dos políticos. Não é na assembleia onde não se passa nada. É à porta de casa deles. Quando eles sentirem essa pressão e a família também, verão que a vossa luta será muito mais efectiva. Quando constantemente o Coelho não puder sair da toca em Massamá, talvez o mesmo comece a levar a sério as greves e manifestações.
Mas antes disso a sociedade tem que decidir o que quer para o futuro. Porque tirar este governo para colocar outro semelhante, também não me parece grande plano.
Devem pois ser formados movimentos sociais em todos os distritos, constituídos por cidadãos normais, honestos e trabalhadores, sem ligações partidárias, sem dívidas de favores. Pessoas de valor e com valores.
No dia em que a assembleia, for inteiramente constituída por membros da sociedade civil, apartidários, aí sim, teremos condições para levantar este país. Enquanto for destruir apenas por destruir não criando alternativas aos de sempre, então mais vale ficarem em casa.

O falhanço do défice

Correm rumores de que a nova meta do défice de 5% para este ano (substituindo os 4%), vai ser difícil de atingir (que surpresa!). Ao que parece em setembro o défice terá registado os 9% (!), o que levou a alguns membros do governo a admitir que vão falhar a meta (jura!?), mesmo contabilizando as vendas ao desbarato de empresas do estado como a ANA. Com esta incompetência para controlar as contas do estado, instala-se o desespero e, está bom de ver, começam a vender tudo por três vinténs. Isto numa família percebe-se, vende-se a casa o carro, pagam-se as dívidas e vai-se para casa dos pais, primos, avós, amigos. Há sempre alguém disposto a ajudar.
Mas quando se fala de um estado o que fazer? Vende-se tudo por tuta e meia, e mesmo assim o défice fica em 9% do PIB? (é muito dinheiro!) Será que vale apena vender algo que dá dinheiro ao estado, sim a ANA tem resultados positivos de 45milhões, para reduzir 0,01% do défice, que passará assim de 9% para 8,99%? Para quê? E quando não houver nada para vender e o défice continuar nos 9%, o que vão fazer? Vender o território e pedir a Espanha para nos acolherem?
Triste caminho o nosso.

terça-feira, 13 de novembro de 2012


Sindicato UGT: Subsídios repartidos por 12 meses



A maioria dos portugueses quando olhar para a sua folha de vencimento no final de janeiro de 2013 vai entrar em choque.

Parece que a maioria das pessoas nem quer falar muito sobre isso, talvez porque ainda acreditam num milagre.

É provável que esta proposta do Sr. secretário-geral da UGT venha a colher apoio junto do governo (sempre ajuda a suavizar o tamanho da estalada), mas rapidamente se chega lá, afinal basta fazer as contas e somar ao que se vai perder todos os meses o que se deixa de receber dos subsídios.

A REVOLUÇÃO DE 1383-1385 E A SITUAÇÃO ACTUAL DO PAÍS


Quando no dia 6 de Dezembro de 1383 um grupo de nobres, encabeçados por D. João, mestre de Avis, matou o conde Andeiro nos paços da rainha D. Leonor, e a população lisboeta, manipulada por Álvaro Pais, deu cobertura a este assassinato político e, de seguida, desgovernada, invadiu a Sé de Lisboa, onde, no alto da torre, caçou o cismático bispo D. Martinho e o atirou para o fundo da igreja, a paciência contra aqueles que pretendiam vender Portugal a Castela estava esgotada.

Para eles, Portugal havia sido sempre isento sobre si, ou seja, independente, e a rainha D. Leonor havia efectuado uma utilização abusiva do poder, razão pela qual perdera toda a legitimidade, pois, do ponto de vista dos revolucionários, só era legítimo o poder que defendia a independência nacional.

A revolução de 1383-1385 triunfou porque a maioria dos revolucionários amava Portugal e punha os interesses do seu país acima de quaisquer interesses materiais.

Artigo publicado no “Público de 29 OUT 2012, pág. 49”.

Autor: Valentino Viegas, Historiador.

(As partes extraídas são cópia integral do que vem no original).

ESTIMULEM A ECONOMIA, ANTES QUE SEJA TARDE!


Não tenhamos dúvidas de que são as medidas da austeridade que estão a agravar dramàticamente a situação económica e social, não só na Grécia, mas também em Portugal, Espanha e Irlanda. Tudo isto está demonstrado num recente estudo produzido pela EU. Este estudo refere que “os países que mais cortes efectuaram viram não só o seu défice aumentar, mas também a sua dívida externa”.

No que se refere à dívida pública, Portugal deverá unicamente pagar os juros, mas não deverá deixá-la aumentar. O aumento do PIB, o tempo e a inflação encarregar-se-ão de erodir a dívida e trazê-la para valores aceitáveis, sem que seja necessário sequer pagar.

Caso assim não aconteça, Portugal deve colocar em cima da mesa, seriamente, a possibilidade de voltar ao escudo.

Artigo publicado no “Público, de 29 OUT 2012, pág. 49”. Autor: Domingos Ferreira, Professor investigador Universidade Nova de Lisboa; Universidade Nacional de Taiwan, República da China, Universidade Texas-Austin, EUA.

(As partes extraídas são cópia integral do que vem no original).

Carta à Alemanha

Novembro 1, 2012 | Por José Maria Castro Caldas


Senhora Merkel, Chanceler da Alemanha,

Venho pedir-lhe, por ocasião da visita que em breve nos fará, para levar consigo na partida uma breve mensagem aos seus concidadãos. Eis o que gostava que lhes transmitisse:

Sabemos que na década passada os vossos governos vos disseram que tinham de abrir mão de parte dos salários para preservar o futuro do vosso Estado Social. Disseram-vos, e vocês acreditaram, que se prescindissem de uma pequena parte do rendimento presente vos tornaríeis “mais competitivos” e que, dessa forma, o vosso país poderia obter uma poupança capaz de sustentar as vossas pensões e os direitos sociais dos vossos filhos no futuro.

Sabemos que a década passada não foi fácil para vós e que o vosso país se tornou desde então menos bonito e mais desigual. Sabemos também que o objetivo pretendido foi conseguido. Que a Alemanha se tornou «mais competitiva», exportou muito, importou menos e mais barato, conseguiu grandes excedentes da balança de pagamentos e acumulou poupança nos vossos bancos.7

Nós sabemos, mas vocês talvez não saibam, porque isso não vos é dito pelos vossos dirigentes, que esse dinheiro acumulado nos vossos bancos, foi por eles aplicado, à falta de melhor alternativa, em empréstimos a baixo juro aos bancos do sul da Europa, entre os quais os bancos portugueses, e por eles emprestado de novo com muita publicidade e matreirice a famílias do sul cujos salários também não cresciam por aí além, mas que desejavam ter casa, carro e um modo de vida parecido com o vosso.

As nossas economias sujeitas à concorrência criada pela globalização que tanto convinha às vossas empresas exportadoras cresciam pouco. Mas o crédito que os vossos bancos nos ofereciam, por intermédio dos nossos, lá ia permitindo que as nossas famílias tivessem acesso a bens de consumo, muitos deles com origem nas vossas empresas exportadoras.
Durante algum tempo este estado de coisas parecia ser bom para todos.

Quando em 2008 todas as bolhas começaram a estoirar, os vossos bancos descobriram que não podiam continuar a arriscar tanto e cortaram o crédito aos bancos do sul e mesmo aos Estados. Se a União Europeia não tivesse decidido que nenhum banco podia abrir falência, responsabilizando os Estados pelas dívidas bancárias, teríamos assistido a uma razia quer dos bancos endividados, quer dos bancos credores. Mas a UE decidiu que os governos iam «resgatar» os bancos e que depois ela própria, com o BCE e o FMI, «resgatariam» os Estados.
Foi desta forma que os vossos bancos, que haviam emprestado a juros baixos para lá de todos os critérios de prudência, se salvaram eles próprios da falência. Foi assim que eles conseguiram continuar a cobrar os juros dos empréstimos e a obter a sua amortização. Doutra forma, teriam falido. Talvez vocês não saibam, mas os empréstimos concedidos à Grécia, à Irlanda e a Portugal são na realidade uma dívida imposta aos povos destes países para «resgatar» os vossos bancos.

Talvez vocês não saibam também que até agora, os vossos Estados, todos vós como contribuintes, não gastaram um euro que fosse nos «resgates» à Grécia, à Irlanda e Portugal. Até agora o vosso governo concedeu garantias a um fundo europeu que emite dívida a taxas quase nulas para emprestar a 3% ou 4% aos países «resgatados».

Talvez vocês não saibam que em breve este estado de coisas se pode vir a alterar. A austeridade imposta em troca de empréstimos está a arrasar os países «resgatados».
Em breve, estes países, chegarão ao ponto em que terão de suspender o serviço da dívida. Nessa hora, haverá perdas, perdas pesadas para todos, contribuintes alemães incluídos.

Talvez vocês não saibam, mas no final, todo o esforço que haveis feito na década passada para tornar a Alemanha «competitiva» e excedentária se pode esfumar num ápice. Afinal os vossos excedentes, são os nossos défices, os créditos dos vossos bancos são as nossas dívidas. Os vossos dirigentes deviam saber que uma economia é um sistema e que a economia do euro não é exceção. Quando as partes procuram obter vantagens à custa umas das outras, o resultado para o conjunto e cada uma delas não pode deixar de ser desastroso.

Talvez vocês não saibam, mas os vossos dirigentes andam a enganar-vos há muito tempo.

Perdoe-me senhora Merkel se entre uma e outra palavra deixei transparecer amargura em excesso. É que não sou capaz de o esconder: o espetáculo de uns povos contra outros é para mim insuportável, sobretudo quando afinal todos eles se debatem com um problema que é comum – o da finança que governa com governos ao serviço de 1% da população, como o seu e o nosso. À memória ocorrem-me tragédias passadas que deviam ser impensáveis. Concordará comigo pelo menos num ponto: é preciso evitar esses inomináveis regressos ao passado.

domingo, 11 de novembro de 2012


Produtividade ou Privatização

Recentemente ouvi na televisão uma jornalista perguntar a um membro do governo qualquer coisa como: se determinado organismo público não é tão produtivo, porque é que não se enveredam esforços no sentido de o tornar mais produtivo em vez de se optar por privatizar.
A resposta foi: (mais coisa menos coisa), postas as coisas assim faz todo o sentido, mas é precisamente isso que defendemos, que determinado serviço seja prestado por quem consegue fazer melhor com menos custos para o Estado. Não importa se é público ou privado, o importante é escolher o mais eficiente, o que faça melhor com menos.
Devo dizer que para mim também faz todo o sentido, não me importa se determinado serviço  é público ou privado, o que me importa é que seja bom e que não custe mais do que o necessário.
O que me faz realmente confusão é o Estado desistir de fazer tão bem, ou melhor, do que qualquer privado. Se fosse numa área no qual o Estado não tivesse qualquer experiência, por exemplo, o Estado não tem experiência no negócio do calçado, percebo que teria dificuldade em fazer tão bem quanto alguns privados, mas nas áreas em que o estado tem uma vasta experiência é difícil de perceber.
Mas o que é isso da produtividade?
Quem é mais produtivo? O que ganha mil, ou o que ganha dois mil?
Comecemos pelo princípio básico:
Um empregado que ganhe mil euros custa á empresa, esses mil euros mais a TSU (neste exemplo, seria mais 237.50€, mais o espaço que ocupa nas instalações da empresa (a sua quota parte na área total dos escritórios onde trabalha), mais equipamentos, água, luz, economato e outros gastos.
Feitas as contas, vamos supor que custa ao todo 1500 euros á empresa, isso significa que se produzir esse montante por mês, não dá prejuízo á empresa, mas também não dá lucro. Uma empresa que só tenha este tipo de funcionários não é sustentável, pois não gera lucros para crescer, nem para fazer frente a situações inesperados, difíceis e complicadas.
Mas não se pode medir a produtividade de uma empresa apenas por este rácio. Vamos supor que economistas determinam que para um funcionário ser produtivo precisa de produzir pelo menos mais 50% do que o seu salário. Ora isso por si só não chega para determinar se uma empresa é muito ou pouco produtiva. Vejamos os seguintes exemplos, uma empresa com cem trabalhadores cujo vencimento médio é de 500 euros e que todos os empregados cumprem o rácio de produzir mais 50% do que ganham, e outra empresa, também com cem trabalhadores, mas cujo vencimento médio seja de dois mil euros e que também produzam todos 50% mais do que ganham. É fácil de perceber que a segunda empresa é bem mais produtiva (e rentável) que a primeira, pois 50% de dois mil é significativamente mais do que 50% de 500.
Mas todos sabemos que uma decisão de topo pode afectar significativamente a produtividade de todos os trabalhadores quer essa decisão seja uma boa ou uma má decisão.
O facto é que há uma ideia generalizada que a função pública é pouco produtiva, ou até mesmo, improdutiva. Essa ideia tem vindo a ganhar força ultimamente.
Mas se quem faz as empresas são as pessoas, então se uma determinada empresa pública ou organismo público (instituto, hospital, tribunal, etc) tiver gente capaz porque é que não há-de ser produtiva?
Uma boa gestão caracteriza-se fundamentalmente por dois princípios básicos:
- Bom senso
- Fazer mais com menos
É precisamente neste segundo paradigma que muitas vezes falha a gestão pública, o que contribui para reforçar a ideia de menor produtividade.
Se um gestor público consegue fazer bem com menos tem como principal prémio ver o seu orçamento do ano seguinte encolher, e o mais certo é esse montante ir engordar o orçamento de quem não teve um desempenho tão meritoso.
Digamos que há um claro convite á não poupança. Apesar de tudo, este mau princípio de gestão é, relativamente, muito mais fácil de corrigir do que ter que pegar num grupo de trabalhadores pouco capazes e com pouco know-how e torna-los mais eficientes e produtivos.
Mas vejamos um exemplo bem elucidativo desta questão público versus privado.
Já ouvi relatos da situação que passo a descrever, quer em relação ao público quer em relação ao privado.
Fulano tal deslocou-se ao hospital por qualquer problema e pediram-lhe que fizesse um determinado número de análises clínicas.
Semanas depois (não meses) voltou a deslocar-se ao mesmo hospital, por outro problema, foi visto por outro médico e voltam a pedir-lhe que faça um determinado número de análises clínicas.
Muitos das análises que lhe foram pedidas eram coincidentes. Faz muito pouco ou mesmo nenhum sentido pedir para fazer determinada análise ao sangue quando a mesma foi feita duas ou três semanas antes e o resultado pode ser facilmente consultado.
Para o hospital privado, quantas mais análises fizer melhor, mais receitas.
Para o hospital público, desde que haja verbas, o importante é a saúde do paciente.
A questão fundamental neste exemplo é que é perfeitamente possível (e até desejável) fazer melhor com menos, ou pelo menos, fazer tão bem com menos.
Acredito que nem sempre seja possível, mas se houver esse cuidado, e se se conseguir poupar nos gastos desnecessários sem por em causa os objectivos a alcançar, então talvez se passe a olhar para a gestão pública de outra maneira.
A gestão privada tem por principal objectivo o lucro. A gestão pública tem por principal objectivo a prestação de um serviço público, mas é fundamental assumir de forma rápida e generalizada que esse serviço público deve ser prestado de forma eficiente, aproveitando ao máximo os recursos disponíveis, sempre tendo por base que a sua fonte de recursos são os impostos provenientes do trabalho dos contribuintes. 
Só assim se conseguirá manter o Estado Social.
Para um país o que realmente importa não é se uma escola dá lucro, ou um hospital.
A diferença reside na capacidade da escola em formar bem os seus alunos e ajudar a prepará-los melhor para os desafios futuros. O mesmo em relação ao hospital, o que realmente importa é que trate de forma adequada e eficiente os seus pacientes.
Em ambos os casos, fazer bem e sem desperdícios.
Quer seja público ou privado, é preciso ter funcionários competentes. Não me parece que a diferença esteja na designação social: Público ou Privado.
A questão fundamental é saber se o Estado está disposto a fazer mais e melhor com menos.
Quanto a mim, prefiro sempre ter “uma pessoa de bem” a gerir serviços públicos fundamentais.

Jonet rima com choné!..

Quanto às declarações da actual presidente do Banco Alimentar contra a fome, o mínimo que posso dizer é que eram dispensáveis. O mínimo.
Na realidade essas declarações são irresponsáveis, isto porque, se bem se lembram, recentemente surgiram dúvidas sobre a coerência da distribuição dos alimentos, nomeadamente a quem precisa. Ora este tipo de insensatez só vem aumentar as dúvidas sobre a clarividência de quem gere os alimentos oferecidos por terceiros. Será possível que alguém nos dias de hoje ainda ache que as famílias portuguesas só comem bife às refeições? E a que tipo de bifes a sr.ª se refere? Há muitos e a variadíssimos preços. O problema desta tia de cascais é que fala dos “seus” pobres, daqueles que há dois anos disse serem os novos pobres, que iam ao banco alimentar buscar alimentos de Mercedes. Coitadinhos. Tinham vivido à grande e agora precisavam de alimentos para não venderem as belas casas e Mercedes que tinham em sua posse. Deve ser desses “pobres” que a senhora tanto fala.
Isto é grave porque se há dois anos as declarações desta senhora serviram para eu reduzir drasticamente o meu contributo à causa, com estas acho que vou de uma vez por todas deixar de contribuir. Se a sr.ª quer brincar à caridade e fazer dela política, que o faça com o seu dinheiro e não com o dos outros. Faça como muitos o fazem pelo mundo fora, que dedicam a sua vida inteira a uma causa, que se privam de uma vida confortável, de bens materiais e até de família para poderem ajudar os outros.
Está a ver sr.ª Jonet, este sentimento que despertou em mim? Despertou em mais pessoas certamente e quem vai perder não são os “seus pobres”, são os que precisam mesmo.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Para onde vais Sporting?

Confesso que isto já ultrapassou os limites da imoralidade. Já não tenho saco para mais. Já não tolero mais. Qualquer dia nem quero ouvir falar mais do nome Sporting. É mau demais. Aqueles jogadores que recebem como profissionais deixam muito a desejar. Eles não correm, eles não chutam, eles não sabem passar uma bola, eles não sabem receber uma bola, eles não sabem cortar uma bola, eles não sabem desmarcar, eles não sabem cabecear, eles não safem defender, eles não sabem atacar… Enfim, que sabem eles afinal para serem considerados profissionais e receberem o ordenado que têm?
Estão nervosos? Eu estaria porque não sou profissional, eles têm obrigação de não ficar. Xiça para isto! Vou ter que fazer uma cura de mau olhado a ver se aqueles pernetas começam a jogar futebol e principalmente a ganhar!..

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O paradigma dos Gestores das Empresas Públicas

Esta semana tive oportunidade de conhecer, após um ano de mandato, o presidente do grupo Águas de Portugal, ao qual eu pertenço. Nunca o tinha visto mais gordo, ou mais magro. Simplesmente, nunca o tinha visto. O "acidente" deu-se num evento organizado pelo grupo empresarial, denominado Jornadas de Engenharia. Neste evento, vários directores e também funcionários das diversas empresas do grupo, foram apresentar alguns trabalhos, ideias, políticas de empresas, de gestão, de especificidades do sector etc. Uma óptima oportunidade para se conhecer o que andam a fazer as empresas, quem são os técnicos e suas competências. Que fez o presidente do grupo? Fez a abertura das jornadas, com um discurso armado ao rigoroso, mas onde vincou bem a sua missão – vender o grupo a privados - tendo abandonado o certame assim que terminou a sua intervenção.

São estes gestores que têm gerido o sector empresarial do estado nos últimos anos. Gestores que não estão propriamente interessados em conhecer a empresa, tal como não estão interessados em conhecer os seus trabalhadores. Nem vou falar dos esforços de gestão ou racionalização das despesas. A única ligação à empresa que lhes interessa manter é o saque. Seja pelo seu chorudo ordenado e regalias, ou pela colocação de alguns dos boys do partido em bons empregos com bons ordenados, ou por último, se a empresa for financeiramente interessante, pela sua privatização. Não há entrega, não há espírito empresarial, não há paixão pelo seu trabalho, muito menos competência na área de gestão empresarial. Quando não há nada disto é natural que as empresas encaminhem pelo desleixo.
Depois começam os discursos para convencer o povo e comunicação social de que a visão/ideia deles, dos mesmos que sacam, é a ideal para resolver os problemas do País. Problemas esses, que só existem, pelo facto de eles (saqueadores) existirem.

A manipulação dos discursos é tão descarada que cheguei ao ponto de assistir na apresentação do Sr. Presidente, à passagem de um acetato onde podíamos ver a percentagem de serviços de abastecimento de água e saneamento, que são privados nos restantes países europeus. Nesse acetato apareciam vários países como França (60% privado), Alemanha, Espanha, Itália e Portugal. O acetato seguinte mostrava as eficiências, no qual se destacava na 2ª posição a Holanda. Porque não constava a Holanda no primeiro acetato? Porque os serviços são 100% públicos. E pelos vistos funcionam bem, como tal não interessa publicitar.
Os nossos políticos têm feito disto “aos montes” nos últimos anos. Manipulam a informação que “injectam” na praça pública. Infelizmente para nós, cidadãos portugueses, a nossa imprensa também ela não ajuda à defesa dos nossos interesses. Colocar um prof. Marcelo, ou o político Marques Mendes a comentar assuntos dos quais não percebem nada e que, para além de parciais, a única informação que possuem é a que os governantes escolhem colocar na praça, é o mesmo que colocar um padeiro a falar de mecânica de elevadores. Vai falar daquilo que ouviu dizer, ou leu algures que seria bom, e que até lhe pareceu uma boa ideia…

domingo, 4 de novembro de 2012

Devaneios

Com a entrada na recta final das eleições americanas, multiplicam-se as reportagens e directos nos meios de comunicação social portugueses. Pergunto-me se para nós portugueses, é assim tão importante ou interessante assistir ao circo – para mim não é mais do que isso – que são as eleições dos EUA. Eles são graçolas, promessas, insultos, congressos, puro entertainment. Enfim puro show, que só serve para os nossos media esbanjarem dinheiro. Em tempos de crise é assim tão importante? Que me interessa a mim se o Obama ficou com um pedaço de couve entalado num dente num jantar de campanha?

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Num país de brincar, vale tudo!


Acabei de ver na televisão o advogado do presidente da Conforlimpa, indignado pelo seu cliente (Armando Cardoso) ter ficado em prisão preventiva, uma vez que neste santo país de brincar, nunca ninguém ficou preso preventivamente por fraude fiscal. Isto é um gozo…
Este senhor criava empresas fictícias destinadas à emissão de facturas para que a Conforlimpa descontasse o valor do IVA nos pagamento a fazer ao estado. O total da fraude poderá ultrapassar os 40 milhões de euros. Cereja no topo do bolo, esta empresa tinha como principais clientes o ESTADO (hospitais, centros de saúde, tribunais, institutos e instalações policiais) – descaramento total.
Este tipo que vivia do estado, ainda rouba o estado ( ou seja todos os cidadãos deste país) e ainda fica indignado por ficar em prisão preventiva? Este tipo nunca mais devia sair da choldra e o seu património e contas bancárias imediatamente nacionalizadas. Se roubou ao povo, tem de devolver ao povo e tem de ser punido com prisão (preventiva e efectiva). Na minha opinião, este tipo de crime devia ter pena máxima. É que um homicídio é grave, mas lesa apenas um pequeno grupo de pessoas ao passo que crimes financeiros contra o estado lesam 10milhões de pessoas. Para mim é um crime do tipo traição à pátria.
Mais grave, é que grande parte dos crimes fiscais não são punidos com pena de prisão, ou seja desde que o visado pague o valor corresponde à fraude acrescida dos juros, fica tudo "numa boa" e o vigarista com a sua imagem imaculada. Cuidado, não queremos "vexar" ninguém. Não vá o empresário ficar traumatizado por ter sido apanhado a fugir aos impostos!..

Eu não!E você?

Eu já não tenho palavras para descrever a revolta e vergonha que me vai na alma. Então o governo não sabe o que fazer? É necessário pedir assistência técnica ao FMI para governar o país? O que é isto? Então se não sabem o que fazer demitam-se! É óbvio que os técnicos do FMI vão "cortar a direito" que é o que sempre fizeram, e eu até compreendo, eles não vivem neste país e são credores... O problema é que somos nós que nos vamos "aguentar à bronca", somos nós que vamos continuar neste país depois do avião dos técnicos do FMI levantar voo, com os juros na bagagem. Se é para ser governado por estrangeiros, então acabe-se com a assembleia, acabe-se com ministros, assessores, especialistas, secretários, motoristas e outros mais, que sempre poupamos uns valentes milhões!!
Eu não me lembro de nos boletins de voto constar um partido denominado FMI, mesmo que houvesse eu não votei nele, e você?..