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quarta-feira, 14 de junho de 2017

Trump that thing!!



Ainda não foi abordado o tema “Trump” no nosso blog, por falta de tempo ou simplesmente por estupefação que nos leva a não saber ao certo o que escrever. Bom, poderia enveredar pela crítica fácil com base nos meios de comunicação social americanos e dizer que o senhor é um erro de casting invocando tudo e mais alguma coisa, desde o cabelo que me faz lembrar a “popinha” que o meu cocker Spaniel tinha, aos jeitinhos que faz com a boquinha a fazer lembrar a Lili Caneças, ou à forma como se posiciona e reposiciona quando discursa que me faz ter pena do homem, pois ninguém me tira da cabeça que deve sofrer de hemorroidal (mas dos fortes! Xiça!).

A verdade é que o homem até agora tem assumido o cargo de presidente dos EUA como se de um cargo de Chairman de uma grande multinacional se tratasse. Tudo para ele é negócio. A própria diplomacia é negócio. Vai à Arábia, diz mal do Irão e firma um acordo de milhares de milhões de dólares em armamento ao Rei da Arábia. Vai à China, ameaça atacar a Coreia do Norte e coloca todos os países asiáticos a firmar acordos económicos para “amansar” a fera pois ninguém quer uma guerra à porta de casa. Vai à NATO, ameaça bater com a porta e coloca os outros membros a pagar para algo que na verdade não controlam, pois a NATO é de todos mas no final quem manda são os EUA e quem vende armamento para a NATO são os… EUA.

Bom, o homem vende e é disso que a economia Americana precisa para se reerguer. Portanto no capítulo estritamente económico eu diria que para os empresários americanos, para os industriais, principalmente os mais retrógrados, Trump vai ajudar. Rasgar o acordo de Paris não é mais do que dizer aos empresários americanos “tenham calma, não vão ter de gastar tantos dólares com o ambiente pois não vão ter de dar o salto tecnológico necessário para poluírem menos”. Mas, e para os americanos ditos mais intelectuais? E para o resto do mundo? Esta política do medo e da chantagem vai correr bem até quando? Será que um dia isto vai descambar para mais um conflito qualquer? É que para se vender armas depois tem de se lhes dar uso…

É por isso que tenho dificuldade em analisar a ascensão de Trump ao cargo de presidente dos EUA. Acredito sinceramente numa coisa, que na mesma o mundo e os EUA não vão ficar. Acho que uma personalidade como o Trump ou acaba muito bem ou muito mal. Não haverá meio termo. É por isso que escolhi a frase “Trump that thing!” para o título deste post. É possível que daqui a umas dezenas de anos “Trump That Thing!” se torne numa expressão idiomática para os Americanos tal como “Cai o Carmo e a Trindade” ou “É um azar dos Távoras” para os Portugueses. Resta saber se a expressão tem um significado bom ou mau. Por exemplo, “Trump that thing!” – “Levanta essa moral! Reergue-te!” ou “está tudo lixado” ou em termos mais brejeiros “lixaram essa m..da toda!”.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Escalões de IRS em Portugal

Este tema vem a propósito da notícia das condições de mudança da Agência Europeia do Medicamento, do Reino Unido para Portugal. Com a saída do Reino Unido da Europa, muitas instituições europeias que se encontravam instaladas em terras de sua majestade terão de abandonar o país e serem reinstaladas em países que façam parte da União. Portugal candidatou-se a receber a agência, o que pode significar, não só a captação de técnicos altamente qualificados para o país, como também os salários que lhes estão associados, como toda a logística e tráfego constante de técnicos que visitam as instalações da agência.
 É aqui que o tema do IRS é chamado ao barulho. O governo já veio esclarecer que os técnicos que são pagos por instituições europeias não estão abrangidos pelos escalões de IRS nacionais pelo que os mesmos vão pagar uma taxa de 20%.
É interessante esta preocupação com as taxas, que deve ser motivo de reflexão do porquê das grandes empresas mundiais, grandes multinacionais, escolherem muitas vezes outros países para instalarem filiais em detrimento de Portugal. A verdade é que a essas grandes empresas estão muitas vezes associados técnicos altamente qualificados cujo nível de remuneração é muito elevado. Quando se olha para a taxa de IRS cobrada em Portugal facilmente se percebe que é difícil convencer algum empresário a trazer a sua empresa para este país. Pois estas empresas por norma trazem uma equipa de técnicos para o país onde se vão instalar, que para ganharem o mesmo (ou mais, porque ninguém abandona o seu país pelo mesmo valor de remuneração), o empregador terá de subir consideravelmente os custos com remunerações. Enquanto um funcionário, técnico superior, que nos países mais desenvolvidos da Europa aufere algo como 4mil€/mês, em Portugal teria de pagar 30% de IRS mais os 11% de Segurança Social, o que dificilmente se torna atractivo para empresas de top. Vamos sim continuar a atrair empresas (indústrias) de sector secundário de baixos salários cuja % de impostos incidentes é baixa pois pagam pouco mais que o salário mínimo.

Como se pode ver o gráfico a progressão da taxa é enorme em salários pequenos e baixa nos salários mais elevados. Ainda assim, sou da opinião que nunca, em circunstância alguma, um trabalhador deveria ver confiscado o seu salário em mais de 40% em taxas (IRS+SegSocial). Acho que é urgente pensar nos escalões de IRS, não apenas na perspectiva de quem ganha mais, paga muito mais. Se para atrair a Agência Europeia do Medicamento só é possível com taxas de 20%, o pensamento deve ser semelhante para atrair empresas de multinacionais de top, ou pelo menos deve fazer o Governo reflectir sobre isso.