Pesquisa

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Um Presidente que defende as suas ideias.

As eleições não são uma corrida que se ganha. Servem para eleger representantes do povo que representam na assembleia da república as vontades dos portugueses.
Quando o PR diz que em 2009 o partido mais votado foi o PS e que foi o Sócrates a ser indigitado 1º ministros, mesmo que o PSD+CDS tivesse tido mais votos, esqueceu-se de referir que o PSD+CDS não tinha a maioria absoluta.
Será que ao contrário de tantos países por essa europa fora, em Portugal, as coligações só se devem fazer antes das eleições?
Quando argumenta que “sempre foi assim”, está a utilizar um péssimo argumento. Se assim fosse, se nada nunca mudasse, ainda hoje não tinha sido abolida a escravatura.
Depois fala das questões dos compromissos internacionais, credores, Euro, Nato, etc, como se isso alguma vez estivesse a ser posto em causa. Alguém acredita que o PS aceitaria um acordo que pusesse em causa alguma dessas questões? Ontem, Catarina Martins, sobre esse assunto disse que cedeu em todos esses pontos e que teria respondido e esclarecido qualquer questão que o Presidente da República lhe tivesse colocado.
Por último, cabe ao Presidente da República dizer com quem é que um partido deve chegar, ou não, a acordo? Mas, a que propósito?

O discurso de ontem do Sr. Presidente da República Cavaco Silva foi uma clara demonstração de falta de imparcialidade.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Quem deve formar Governo?


Muito se tem dito que o PS perdeu as eleições e que a coligação ganhou as eleições e como tal eles é que devem formar governo. Também se ouve com enorme frequência “que os portugueses disseram no dia 4 outubro de 2015 que queriam que fosse a coligação a governar o país, mas sem maioria absoluta”.

Ora, vejamos os resultados oficiais:


5.380.451 VOTANTES
9.439.701 INSCRITOS

Temos que 4.059.250 de inscritos não foram votar. A abstenção ganhou as eleições.

Coligação           36,83%                1.981.459 votos               104 deputados 
PS                         32,38%                1.742.012 votos               85 deputados
BE                         10,22%                549.878 votos                  19 deputados
PCP                       8,27%                  444.955 votos                  17 deputados
PAN                      1,39%                  74.752 votos                      1 deputado
Restantes partidos                         307.182 votos                        0 deputados

Notas:
-             Faltam apurar 4 deputados (estrangeiro)
-             Dos 104 deputados da coligação, 86 provieram do PSD e 18 do CDS
-             PS + BE + PCP coligados perfazem 121 deputados (Maioria Absoluta)
-             A Constituição prevê coligações pré ou pós eleitorais.

Conclusão: Tenho a forte sensação que a esmagadora maioria dos eleitores que votaram no PS, no BE e no PCP, preferiam ver como solução governativa uma coligação estre estas três forças do que a continuação da solução anterior (governo de coligação PSD + CDS).

Essa sensação acentua-se porque os partidos mais à esquerda têm mostrado disponibilidade para fazer concessões e porque não tencionam colocar em causa políticas que a maioria dos portugueses defendem, nomeadamente, relativamente à “Europa, moeda única, NATO, economia de mercado, tecido empresarial essencialmente privado, democracia plural, objetivo de equilíbrio orçamental e respeito pela propriedade privada”.

Não me parece que seja correto dizer “que quem ganhou as eleições é que deve formar governo”, mas sim, “que quem deve formar governo é quem representa as escolhas da maioria dos portugueses”.