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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

CDS o partido de “fachada”


Qualquer pessoa que se interesse pelos destinos do país e que preste alguma atenção aos nossos políticos, certamente já se apercebeu que tudo o que o Portinhas promete em feiras, não passa disso mesmo, promessas. Que tudo o que antes era prioritário, depois, quando no poder, é esquecido e tudo o que é irrevogável pode passar, num piscar de olhos, a revogável. A falta de caracter é a raíz do mal dos nossos partidos e que no CDS atinge o seu expoente máximo.

No CDS cultiva-se essa cultura nos membros do partido a tal ponto que se cai no ridículo. A comissão europeia recebeu uma queixa de Maros Sefcovic - “A comissão recebeu 312 perguntas virtualmente idênticas de um único deputado, a perguntar acerca das relações da EU com quase todos os países do Mundo”. O comissário eslovaco demonstrava a sua preocupação com o estratagema que visa apenas inflacionar a actividade parlamentar dos deputados europeus, sem consequências positivas para o desenvolvimento dos trabalhos.

Ao que parece os “fura-esquema”, como sempre, são portugueses e espanto dos espantos, deputados do CDS. As alminhas, a saber Diogo Feio e Nuno Melo, neste último ano de mandato e talvez devido à sua fraca participação nos outros três anos dos quatro que compõem o mandato, desataram numa corrida desenfreada qual competição, de perguntas ao parlamento. O problema é que, tal como a fábula da lebre e da tartaruga, acordaram tarde. Vai daí, e como se “cagaram” para o parlamento europeu e os seus debates - a única coisa que realmente lhes interessou foi o cacau no final do mês – arranjaram duas ou três perguntas e reciclaram-nas para todos os países do mundo incluindo Quiribáti, que eu pessoalmente nunca ouvi falar, com o único prepósito de virem para Portugal de boca inchada dizer que foram muito activos no parlamento europeu...

Assim Diogo Feio e Nuno Melo interpelaram o executivo comunitário só este ano 848 e 889 vezes respectivamente, sendo os dois responsáveis por quase 20% das perguntas submetidas por todo o parlamento este ano(!) o que é fenomenalmente vergonhoso, dado o teor das perguntas.

Além de me envergonhar o facto de ser este tipo de gente a representar o meu país numa instituição tão importante, dá-me asco. Isto porque a nossa comunicação social, sabendo disto, pura e simplesmente não deveria de os convidar para mais nada! Deveriam ser banidos dos órgãos de comunicação social e de quaisquer cargos públicos. No entanto, volta e meia é ver estes artistas a mandar bitaites nos programas de televisão nacional (e a ganhar umas coroas extra) ao invés de estarem a fazer o seu trabalho de deputado europeu. Seria impensável num país do norte da europa alguém contratar estes tipos sabendo que os mesmos não exercem (ou exerceram) a função condignamente. É esta mentalidade que faz falta no nosso país: exigência.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O (in)sucesso da troca da dívida


A semana passada – com uma grande ajuda, uma vez mais, dos meios de comunicação social – o governo bradou em todas as direcções e no máximo que os pulmões permitiram, que a troca de dívida realizada havia sido um sucesso. Um sinal de confiança dos investidores na economia portuguesa. Será mesmo assim?
1º - O governo queria trocar não 6,2mil milhões, mas sim 25mil milhões, ou seja só conseguiu 25% do que queria. Não sei o que parece aos outros mas a mim parece-me um falhanço.

2º - Os 6,2mil milhões (mais coisa menos coisa) que foram trocados, só o foram graças aos investidores portugueses – a banca nacional – ou seja,os investidores estrangeiros, que no fundo são os que representam os mercados, não foram na conversa e não trocaram a sua dívida, o que significa que querem o seu dinheirinho já e não tencionam investir novamente na nossa dívida. Já a banca nacional, como de costume, devido às ligações umbilicais que tem com as finanças públicas, aceitou prolongar. E é fácil perceber o porquê. Nem vou falar de quem é que beneficia com as PPP’s, ou com as rendas excessivas (que permanecem intocáveis e sabemos o porquê). Relembro apenas que a banca nacional comprou dívida nacional a 7 a 12% de juro em 2011, descapitalizando-se e depois beneficiou através do empréstimo do FMI a Portugal de uma tranche desse empréstimo a 1,5%. Ou seja esta relação de pura simbiose e dependência (com lucro para os bancos) faz com que por vezes também tenham de fazer uma ligeira vénia. Por serem só os investidores nacionais a aceitarem, esta troca parece-me pura especulação numa tentativa de “enganar” os mercados, pura fantochada. Ou seja, um falhanço.

3º - E no seguimento do ponto n.º2, os bancos fizeram a vénia, sim, mas fizeram-na com os bolsos cheios. Porque trocaram dívida a 3% de juro, por dívida com 5% de juro. Numa situação tão difícil, em que começam a ouvir-se cada vez mais vozes a sugerir a renegociação da dívida para baixar os juros, este governo conseguiu a proeza de os aumentar. Mas como os nossos políticos só pensam no dia de hoje, em que são eles a governar e a mamar e não pensam no amanhã, que serão outros a ter de pagar, para eles isto foi um sucesso, para mim não – falharam.
4º - Para este ponto vou usar o gráfico que o jornal Expresso publicou no suplemento económico. Ora “metam” mais 6mil milhões no gráfico nos anos de 2017 e 2018 e vejam onde vai para a barrinha do gráfico. Mesmo que distribuam 3mil por cada ano, não vão ser anos fáceis para quem governar e para os contribuintes.
 
5º - Para quem gozou e insultou Sócrates quando disse que as dívidas dos países não eram para ser pagas mas para ser geridas, sugiro que comece a engolir o sapinho. Porque o que este governo fez, na pessoa de Maria Luís Albuquerque é exactamente isso. Não pagaram, geriram, empurrando com a barriga para a frente, justificando assim o tão empregue ditado popular “quem vier atrás que feche a porta”.

6º - E último e em jeito de reflexão, deixo aqui um considerando. Se vamos pagar uma taxa de juro de 5% por dívida a 3 anos quanto é que vamos pagar de juro para dívida a 10 anos? Caso não se recordem a taxa de 7% foi considerada por todos proibitiva e motivo suficiente para recorrer ao FMI…

Que belo sucesso temos aqui!!...

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Luis Filipe Vieira também foi ao BPN..

(Quase que me apetece perguntar: e quem é que não foi??)


Luís Filipe Vieira goza de um estatuto que poucos portugueses algum dia irão gozar. É presidente de um clube de futebol, ainda por cima, de um grande. Como todos sabemos em Portugal quando o cidadão comum alcança o estatuto de figura pública ganha quase como um “medalhão” de protecção, qual item mágico saído do jogo World of Warcraft ou de um filme do Senhor dos Anéis ou Hobbit.

Esse medalhão mágico, além de proteger das consequências que poderão ter as bisbilhotices do Ministério Público, abre também outras portas que se encontram bem trancadas ao comum do cidadão português. O medalhão confere ao portador uma áurea de honestidade e de boas intenções que faz qualquer um esvaziar os bolsos para o ajudar na sua cruzada ou apenas para vencer as suas dificuldades financeiras correntes, vicissitudes claro está, de uma vida difícil de figura pública.


Estes esquemas financeiros em que se atribuem créditos sem garantias bancárias não estão ao alcance de todos, só dos que possuem o tal “medalhão mágico”. Depois, ainda há medalhões e “medalhõezitos”, consoante o grau da figura pública. Conceder um crédito de 20milhões sem garantias não é para todos. Conseguir pagar parte do crédito com acções da SLN (que não eram cotadas em bolsa, pelo que ninguém pode saber o valor real de cada acção) também não é para todos. Ficar a dever 17milhões ao BPN, ver a sua dívida ser transferida para a Parvalorem com o rótulo de incobrável, não vendo os seus bens confiscados e continuando a fazer a sua vida normal de presidente de uma instituição pública desportiva que recebe incentivos do estado, não é definitivamente para todos! Só mesmo a nata da nata das figuras públicas, munidas de um mega medalhão mágico, podem almejar tal estatuto!!

O cidadão comum, esse parasita da sociedade, que nada fez para subir na vida e lutar por agarrar o seu medalhão mágico, só tem é que pagar pela sua inércia e inépcia e embevecer-se com a classe, a elasticidade, a “lábia” e falta de senso civil que abunda nestes espertos da sociedade.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A hipocrisia de Cavaco não encaixa em Mandela


A morte de Mandela já era esperada há pelo menos alguns meses visto que dependia de uma máquina para viver, o que eu não esperava era que Cavaco quisesse ir à cerimónia fúnebre do mesmo. Isto porque em 1987, Cavaco, então primeiro-ministro de Portugal, resolveu votar contra a libertação de Mandela ao lado do Reino unido e Estados Unidos da América. Podem dizer que o voto contra baseou-se apenas no facto de ser na libertação armada, podem dizer o que quiserem. O facto é que os outros países, os que não concordaram, abstiveram-se. Portugal nem votou a favor, nem se absteve, votou contra.
A verdade é que aproveitámos essa desculpa para defender os nossos interesses. Portugal tinha, e tem, uma comunidade de dimensão razoável na África do Sul, principalmente de Madeirenses, cujos negócios poderiam implodir com o fim do Apartheid. Fomos calculistas, fomos egoístas e pensámos apenas nos nossos interesses. Temos de assumir esse erro.

Custa-me por isso pensar, que alguém que há 26 anos teve esta atitude vá agora, como se nada se tivesse passado, ao funeral de quem quis calar, de quem quis manter controlado. Corremos o risco, como país, de sermos ridicularizados por isso. Enviem a Presidente da Assembleia da República Assunção Esteves, enviem o Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho, enviem o Vice ou o ministro dos negócios estrangeiros, porque a homenagem a Mandela é mais do que merecida. Mas por favor, tenham vergonha na cara e não enviem o presidente que foi o responsável à data pelo nosso voto contra!..

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Privatização da EGF

Já fiz algumas referências à Empresa Geral de Fomento do grupo Águas de Portugal, que gere as empresas do grupo na área do tratamento dos Resíduos Sólidos Urbanos. Creio que até já alertei para a mina de ouro que representa de tal maneira que, por exemplo, em Itália este serviço é controlado pela máfia. Todos sabemos que onde a máfia investe é porque dá dinheiro. Ora sendo um monopólio, tal como a EDP, a PT, a REN os CTT a AdP, etc., é um perigo calhar em mãos mafiosas.
Vem hoje no diário económico online, que para além de investidores estrangeiros, também algumas empresas nacionais estão interessadas, curiosamente da área da construção a saber: Mota-Engil, DST e Teixeira Duarte. Não é que as mesmas sejam “expert” na matéria, mas onde cheira a dinheiro as construtoras estão lá. Mais, todos sabemos e conhecemos exemplos de ligações partidárias de administradores de construtoras. Infelizmente a construção civil aparece muitas vezes ligada a negócios pouco claros de desvios de dinheiro e por isso, nos dias de hoje, goza de uma imagem (corrupta) justamente atribuída.
 

domingo, 8 de dezembro de 2013

Bruno Maçães

O secretário de estado do governo – que diga-se é mais um boy teórico - está sob fogo pelo discurso retórico que teve na Grécia, que chocou os mesmos e os restantes países europeus, sendo até apelidado de mais alemão que os alemães. O que tem alguma razão de ser uma vez que o mesmo trabalhou em Berlim antes de vir para o governo português. Quem sabe não é um enviado especial para defender os interesses alemães em Portugal? É que até parece que ele – Bruno Maçães – não pertence ao governo de uma país intervencionado com enormes dificuldades. É que este discurso vindo de um país cumpridor até se compreende, de um governo devedor já é mais difícil de entender! Constança Cunha e Sá chamou-lhe tonto e lunático, eu chamo-lhe alemão extremista. http://www.tvi24.iol.pt/opiniao/constanca--constanca-cunha-e-sa-opiniao-comentario-bruno-macaes-tvi24/1516087-5339.html

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Ângelo Correia – Subvenção vitalícia


Questionado por uma jornalista da Antena 1, no dia 24 de outubro de 2011, sobre um eventual corte de 14% nas subvenções vitalícias (de que é beneficiário em 2.200€), Ângelo Correia disse “aceito essa medida, ressalvando no entanto que não pretendo abrir mão de um direito adquirido”. “Os direitos que nós temos são direitos adquiridos legalmente, no sentido em que foi um cumprimento. Uma contrapartida perante aquilo que durante 20 anos, como é o caso, as pessoas desempenhara, em muitos casos com dedicação de tempo que lhes comprometeu uma parte da vida profissional.”

Podemos assim concluir que para Ângelo Correia – que criticou por mais que uma vez os direitos adquiridos dos trabalhadores dos Estaleiros de Viana, do terminal dos contentores de Lisboa, dos funcionários públicos ou dos pensionistas - os descontos que os referidos fizeram ou os ordenados que auferem são ilegais ou imerecidos, porquanto podem ser subvertidos a qualquer momento pois não se consideram direitos adquiridos!!..

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Subvenções Vitalícias


“Os dados relativos a pensões vitalícias passaram a ser secretos em meados de 2011, dificultando o seu escrutínio” (porque será?)

“Entre alguns nomes conhecidos temos José Lello (2.234), Manuel Alegre (2.000), Ângelo Correia (2.200), Duarte Lima (2.200), Marques Mendes (2.905), Carlos Brito (2.800), Carlos Carvalhas (2.800), Jerónimo de Sousa (2.400), José Magalhães (2.600), Odete Santos (3.000), Zita Seabra (3.000) e Narana Coissoró (2.905).”

“A aparente contradição do PCP que votou contra  o «Estatuto remuneratório dos titulares de cargos políticos» em 1985, mas cujos deputados não deixaram de beneficiar(…)” justifica ser “(…) orientação do partido a não utilização dessa verba em proveito pessoal e de esta ser colocada ao serviço dos trabalhadores do povo português, do seu esclarecimento e da sua luta.”

 

Rui Gomes da Silva (comentador de futebol na Sicnotícias), ex-ministro e ex-deputado beneficiário de uma subvenção mensal vitalícia de 2.100, ao mesmo tempo que prossegue a actividade de sócio fundador da sociedade de advogados Legalworks, em acumulação com os cargos de vice-presidente do Sport Lisboa e Benfica e administrador das empresas Benfica Futebol SAD, Benfica Estádio e Benfica Multimédia.”

Armando Vara (2.000) e Dias Loureiro (1.700) são outros felizes contemplados.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Aumento das Taxas Aeroportuárias em Lisboa


Tal como eu tenho vindo a referir no blog (para quem quiser basta procurar), a empresa vencedora da concessão a ANA procedeu ao terceiro aumento em menos de 1 ano. Logo em Janeiro foram 15%, em junho foram 4,3% e agora em novembro foram mais 4,4%. Este terceiro aumento estava previsto para 2014 na ordem dos 5% por isso, ou foi antecipado ou em janeiro vem mais um aumento.

No total em menos de um ano o aumento já se cifra nos 24%. Como alguém tem de pagar o aumento, prevê-se que as companhias transferiam este aumento de custo directamente no preço dos bilhetes. A Vinci vê assim a sua margem de lucro a aumentar e o tempo de amortização do investimento a reduzir de forma muito interessante (aumentando os lucros finais).

Não tardará muito e estaremos a ler nos jornais, nomeações de ex-políticos deste governo para cargos de administração na ANA. Até porque de aviação percebe o Relvas que vendeu vários cursos de técnicos aeroportuários aos Municípios do interior…