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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

O delírio das vacinas COVID

 

 

A vacinação em massa da população portuguesa começou e como já se esperava a comunicação social fervilhava por casos de negligência ou corrupção no plano de vacinação. Ao que parece houve 340 vacinas mal aplicadas num total de 400mil doses. Bom, num país que todos achamos ter um alto nível de corrupção, ter uma taxa de 0.08% de vacinas mal aplicadas não me parece mal, até porque a percentagem de ricos e muito ricos na nossa sociedade é bem maior que 0.08%!

A verdade é que as doses depois de abertas não podem ser guardadas e transportadas novamente. Como tal, ou as pessoas incluídas no plano comparecem à vacinação, ou caso contrário irão sempre sobrar vacinas. Os arautos da verdade e pureza muitos deles na forma de comentadores televisivos, certamente que teriam, à semelhança de um plantel de futebol, uma fila de suplentes à porta dos postos de vacinação, mas a verdade é que não é possível prever quantas vão sobrar.

É cómico ter os funcionários da pastelaria ao lado do INEM a levarem a vacina quando havia um quartel de bombeiros nas proximidades, mas, não vamos fazer disto uma prática e achar que tudo e todos são uns malandros.

Custa-me muito mais ouvir que se desperdiçaram 600 vacinas em Penafiel, do que meia dúzia de vacinas aplicadas indevidamente porque sobraram. No Reino Unido multiplicam-se denúncias de médicos de vacinas deitadas no lixo devido às regras apertadas de cumprimento do plano de vacinação.

Este delírio, esta procura incessante pelo prevaricador, ainda nos vai levar à situação ridícula de ter decisores a optarem por desperdiçar vacinas, só para não terem à porta a CMTV e verem as suas carreiras profissionais jogadas no lixo. Poupem-me e poupem o país que é pobre e como tal não se pode dar a esse luxo!