Fonte: Abola
Ainda sobre as transmissões televisivas, não posso deixar de concordar com
as declarações de Manuel Machado - treinador no Nacional da Madeira - quando
referiu que os acordos conseguidos pelo Benfica, Porto e Sporting eram muito
bons para os grandes mas muito maus para os pequenos clubes. Que os grandes
ficariam ainda maiores e os mais pequenos cada vez mais pequeninos.
De facto a centralização dos direitos televisivos e respectiva distribuição
de receitas através de factores de ponderação estão na origem da revolução que
aconteceu nos últimos dois anos no futebol Inglês.
Agora não são só os grandes que compram bons jogadores, vemos pequenos
clubes a darem 10, 20 ou 30 milhões por jogadores que há uns anos seria impensável.
Temos por isso uma Premiere League muito competitiva pois a diferença de
orçamentos, apesar de ainda ser grande, não é abismal. 500milhões para 80
milhões é uma diferença de 6,25 vezes.
Em Portugal, no ano em que o Olhanense desceu de divisão (2anos atrás), o
Benfica venceu a liga com o orçamento de 95milhões e o Olhanense desceu de
divisão com um orçamento de 1,9 milhões – com muito incumprimento à mistura –
numa diferença que se cifra em 50x.
Com uma diferença financeira menor, sobressai quem melhor gere o seu
dinheiro. Talvez por isso não seja de estranhar que, com vinte jornadas, clubes
como o Leicester, West Ham, Crystal Palace, Watford, e Stoke City se encontrem
na primeira metade da tabela. Clubes que sempre me lembro de ver a lutar por
não descer.
No inverso temos o Everton, Chelsea, Newcastle e Aston Villa na segunda metade
da tabela com algumas dificuldades.
Os pequenos ficaram maiores e os grandes mantiveram-se grandes, mas
alcançáveis.