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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Incêndios

Todos os anos, pela altura do verão começa o fado dos incêndios neste país. Gastam-se milhões, em suposta prevenção e milhões no combate aos fogos. Hoje pelas 2h00 da manhã, teve início um incêndio no Concelho de Vila Flor. Já ouvi muitas vezes que o nosso clima é propenso a isto, que faz calor, que há vento, que a humidade é baixa, patati patata.. Tudo serve para justificar o desleixo e a má-fé. Na semana passada, houve outro incêndio que começou em 5 pontos diferentes no concelho de Vila Real, também ele a ter início pela madrugada. Se é verdade que o clima pode ajudar, as probabilidades aumentam à medida que se juntam mais factores de ignição e são vários. Desde o pastor “à moda antiga” sem a quarta classe, que ainda vê no fogo o alimento do seu rebanho, assim venham as primeiras chuvas do final de Agosto, ao “artista” fogueteiro que se acha mais esperto e competente que todos os outros e que atira o foguete com uma inclinação “assim”, com o cartuxo “assado” e para os terrenos do “ti Jaquim “- que são húmidos e não pegam fogo, até aos condutores que gostam de fumar mas não gostam de sentir o cheiro da beata no cinzeiro do carro e, com toda a calma, abrem o vidro e atiram, esticando o dedo com toda a força, a beata para bem longe do seu nariz, não interessa se para cima de um monte de palha ou valeta, passando pelos doidinhos – que também os há – e terminando nos interesseiros – aqui uma referência para a recente lei que veio lançar a desorganização da mata e a possibilidade de substituir o coberto vegetal por outro (eucaliptal). Estas são a principais causas dos incêndios. Não me venham com a história da limpeza das matas porque, à excepção de uma trovoada seca, o mato não pega fogo. Durante anos os meus pais tiveram um eucaliptal perto da sua casa, que só era limpo de 8 em 8 anos, tinha mato rasteiro e vidros no chão. Nunca pegou fogo. Só pegou quando um dia, um puto ruim, decidiu brincar com fósforos. É verdade que em tempos a população limpava as matas em redor da aldeia, não por prevenção, mas porque a lenha servia para aquecer as casas. Hoje é mais fácil comprar um aquecedor e ligar à tomada. Também é verdade que antigamente havia Guarda Florestal e que a própria população, deslocando-se mais a pé, acabava por funcionar como vigilância. Só que os tempos mudaram, e as ignições não. É também mais fácil para os nossos políticos, mandarem os bombeiros apagar os fogos, seja em que condições for, do que pensarem na melhor forma dos evitar. Desde os contratos de venda de equipamentos e meios aéreos que muitos milhões movem para contas de decisores políticos, às horas pagas aos bombeiros, à falta de lei verdadeiramente punitiva dos infractores, ao descuido propositado da floresta em benefício da indústria da celulose, aos PDM’s das Câmaras Municipais que permitem construir em qualquer lugar desde que se deposite dinheiro numa conta da Suíça, enfim… Um manancial de asneiradas que acabam por ceifar vidas de pessoas honestas, dedicadas e com grande sentido cívico que dão tudo – até a vida – por um país, uma sociedade, um governo e decisores políticos que não os merecem.

António Borges

Morreu no fim-de-semana passado, vítima de cancro. Como sempre, neste país e no mundo em geral, assim que alguém deixa este mundo passa a Santo. Multiplicam-se os artigos a empolarem as qualidades da personalidade e os testemunhos de amigos, colegas, etc., a enaltecerem os seus feitos, os seus gestos, a sua personalidade etc. etc. Nunca o conheci pessoalmente nem nunca tive negócios com ele, pelo que não sei avaliar o carácter da pessoa. Tudo o que sei foi o que ouvi pelos órgãos de comunicação social e do que ouvi, não gostei. Por isso não vou agora hipocritamente exaltar as excelentes qualidades do senhor que, ainda por cima, não conheço. Sei que atingiu cargos importantes no Goldman Sachs e no FMI e sei também que esteve desde muito novo ligado ao PSD, tendo sido um dos seus fundadores. Nem o Goldman Sachs nem o FMI são muito recomendáveis ainda pior, se misturarmos o PSD e todas as privatizações efectuadas. Para mim, não passou de outro mamão – boy - que, como tantos outros, beneficiou do partido e da multiplicidade de ligações partidárias e da cadeia de favores para constituir a sua carreira profissional. Lamento, pela família e amigos, a morte pela doença que continua a desmoronar famílias sem piedade. Quanto a interveniente político na nossa sociedade, não considero que tenha sido um elemento válido, bem pelo contrário. Deixo por fim algumas referências que fizemos no nosso blog, à personalidade em menos de um ano. http://enaosepodematalos.blogspot.pt/2012/10/o-moedas-carlos-moedas-os-arautos-da.html http://enaosepodematalos.blogspot.pt/2012/12/os-novos-mocos-de-recados.html http://enaosepodematalos.blogspot.pt/2012/09/o-teorema-de-antonio-borges.html

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Pedro Santos Guerreiro

Um bom artigo, a ler, que foca uma parte do problema. É verdade que quem vive de empréstimos está sempre dependente e como tal, muito limitado na sua acção. A dívida é como que uma escravatura, interiorizada por uma limitação imposta pelo receio da falta de dinheiro. Mas essa limitação não pode servir de desculpa para tudo o que os nossos políticos fazem, ou deixam de fazer. http://www.jornaldenegocios.pt/opiniao/editorial/pedro_santos_guerreiro/detalhe/swaps_ou_o_lado_negro_da_forca.html

terça-feira, 20 de agosto de 2013

O início da 1ª liga de futebol

Este fim-de-semana tivemos o início de mais uma época futebolística, com muitas promessas e velhos costumes. A primeira coisa que me causa asco é o facto de começar o campeonato com as transferências a serem possíveis até ao final de Agosto. Não me parece muito bem. Quanto ao futebol em si vou fazer uma pequena análise. O Braga mais uma vez mostra uma equipa competente, não creio que esteja tão forte como em anos anteriores, pelo que não prevejo que possa ir além do 3º lugar. Mas como é uma equipa competente vai certamente amealhar um bom número de pontos. O Guimarães safou-se bem, perante um Olhanense que temo que seja um forte candidato a descer de divisão. Isto de contratarem treinadores pelo currículo de jogador, ao invés da experiência como treinador (Abel Xavier – que ainda por cima mantém aquele penteado descolorado que não impõe respeito nem seriedade), só pode dar asneira. Ou melhor, tem grande probabilidade de dar asneira 80% contra 20%. O Paços de Ferreira é outra equipa que, na minha opinião, arrisca-se a ir do céu ao inferno. Tal como o Olhanense, decidiu ir contratar um futebolista para o lugar de treinador, mas em dose dupla. Contratou Costinha e Maniche. Tem tudo para dar errado… O Porto, como sempre, se a coisa não corre bem na qualidade de jogo, surge sempre um penálti ou uma expulsão, para ajudar a desbloquear o jogo. Isto, a juntar à qualidade de alguns jogadores fazem prever uma época regular, que terminará como campeão ou vice. O Benfica tem tudo para se espalhar ao comprido. Primeiro, demorou a renovar com o Jorge Jesus, dando a entender que o fez, não por acreditar nele, mas com receio que fosse para o Porto. Isto fragiliza o treinador e dividiu adeptos que agora, à primeira contrariedade vão pressionar e muito o clube. Perder os títulos que perderam na época passada, deixam feridas nos jogadores e na equipa técnica, feridas essas que à primeira contrariedade se abrem. Se tivessem começado com uma vitória nos barreiros, a coisa poderia ir lentamente ao lugar. Com esta derrota, as coisas podem complicar-se e muito. Depois há a questão Cardozo, que só traz prejuízo, quer se venda quer fique. Se for integrado é uma mau exemplo para os jogadores esforçados, cumpridores e respeitadores das decisões da equipa técnica – e todos sabemos que só jogam 11 e os outros 14 ficam a ver jogar. Depois ainda há a questão dos jogadores que ficam e dos que são vendidos que não ajuda a concentrar os mesmos nos objetivos. Se o Benfica ganhar competentemente o próximo jogo em casa com o Gil Vicente pode ser que coisa se componha. Se não, e considerando que à 3ª jornada joga em Alvalade, o mais certo é Jesus não passar da 3ª jornada e isso, a acontecer pode acabar com a época logo no seu início. O meu Sporting, tendo em conta a miserável época que fez o ano passado, tem tudo a ganhar. Não vou dizer que, pelos 5-1, que vão ser campeões. Nada disso, até porque o Arouca foi presa fácil. Mas acredito que se o SCP chegar à 3ª jornada com 2 vitórias e ganhar ao Benfica, a motivação, a alegria e confiança que se irá apoderar dos jogadores, juntando ao facto de os treinos serem mais produtivos que os dos rivais, uma vez que não vamos às competições europeias, poderão ser os ingredientes necessários para uma boa época. Assim ajudem os salários em dia, alguma sorte em jogos mais complicados e as arbitragens (apesar dos 5-1 a arbitragem foi muito fraquinha). O Estoril é para acompanhar com interesse. Marco Silva – treinador – a conseguir mais uma boa época, confirmar-se-á como um treinador a ter em conta.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Cheira a eleições

Na semana passada foi divulgada em vários órgãos de comunicação social a “boa nova” de que Portugal estaria a sair da recessão e a entrar no crescimento económico. Fizeram disto uma enorme festa, ajudando à propaganda positiva de que o PSD e CDS necessitam desesperadamente. A verdade é que o PIB no 1º semestre de 2013 contraiu 3,9%. É natural que o PIB cresça ligeiramente no segundo trimestre. Porquê? Porque tem os meses de Julho, Agosto e Setembro, meses nos quais o turismo, quer externo quer interno fazem circular moeda. Tem ainda o período de Natal que, com mais ou menos crise, será sempre um mês de maiores gastos por parte das famílias. Assim, não se pode, na minha opinião, anunciar o segundo semestre de 2013 como uma viragem, pela razão que normalmente é sempre melhor que o primeiro. No final, no conjunto, o país terá uma recessão de 3,2% e no primeiro semestre de 2014 veremos então se há crescimento ou ainda recessão. Até lá, meus amigos, são foguetes que servem apenas propósitos eleitoralistas (autárquicas), com muitas culpas para a comunicação social que alinhou na propaganda do governo.

Conflitualidades

Com esta nebulosa que envolve membros do governo e os interesses privados, bancos e consultoras, já vi na televisão, comentadores dizerem as maiores enormidades e desculpas esfarrapadas para defender os seus mestres. Vem isto a propósito do percurso profissional de Joaquim Pais Jorge e Rui Machete, em que alguns filiados no PSD invocam que o facto de se ter trabalhado no privado não invalida que se assumam cargos públicos. Pois eu acho que sim. Não estamos a falar de um trabalhador comum, nem tão pouco de uma empresa cuja carteira de negócios é totalmente privada. Estamos a falar de um trabalhador que foi obreiro de negócios entre as empresas privadas onde trabalhou e o estado. Foi o principal responsável ou facilitador/angariador/mediador de negócios entre o estado e um privado. Dá garantias de isenção nas escolhas das empresas que vão futuramente trabalhar com o estado? Não. Prova disso É a manobra de Joaquim Pais Jorge, de ter abdicado da consultadoria da Caixa Geral de Depósitos para adjudicar à StormHarbour, empresa do seu amigo Grey, que o levou para o Citigroup… Com a craveira dos nossos políticos, o que parece é! Se parece trafulhice é de certeza…

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Cheque ensino

A semana passada fui confrontado com uma nova medida do governo - Cheque Ensino - que permitirá às famílias carenciadas (ou aquelas que sendo ricas não declaram a totalidade dos seus rendimentos) beneficiarem de uma ajuda do estado (ou seja de todos nós) para pagar a prestação do colégio privado se entenderem que os seus filhos estão melhor num colégio privado ao invés da escola pública. Esta medida, segundo fontes do governo, visa dar igualdade de opção para as famílias carenciadas e não se aplica apenas nos casos em que não existe escola pública nas redondezas. Chamem-me radical, chamem-me o que quiserem, mas eu já pago impostos, para que todos os portugueses tenham igualdade de oportunidade nas escolas públicas! É para isso que estas servem, e é para isso também que existe o transporte escolar que é também pago com os nossos impostos! Porque raio hei-de pagar ainda mais para que alguns desfrutem de um colégio privado? Porque terei de pagar, não só os professores que estão na escola pública, mas também os dos privados?! Eu sei, eu sei… Os amigos do governo investiram em colégios e agora com a crise estão com poucos alunos… Vão também dar cheques Mercearia Local?

segunda-feira, 12 de agosto de 2013



O que terão em comum Michael O’Leary [patrão da Ryanair] e o Tio Patinhas? São ambos milionários. O que será que os distingue? O Tio Patinhas amealhou a sua fortuna à custa da sua própria avareza e Michael O’Leary, à custa dos outros.
Embora Michael O’Leary já tenha afirmado o seu propósito de arranjar lugares em pé nos seus aviões e cobrar as idas à casa de banho, a Ryanair é hoje a primeira companhia aérea da Europa em termos de frequência, com 80 milhões de passageiros por ano. Apesar de um ligeiro recuo no último trimestre, também é uma empresa particularmente rentável.
No seu último relatório de contas (2012-2013), a Ryanair apresenta um volume de negócios de 4 mil milhões e 900 mil euros, com um lucro superior a 11%, ou seja, 569 milhões de euros. Números que podemos comparar com os da Lufthansa, por exemplo, que anunciou um lucro superior a 3% no relatório de contas de 2012, ou seja, 990 milhões de euros, com um volume de negócios líquido de 30 mil milhões de euros. A Lufthansa terá assim de fazer embarcar seis vezes mais passageiros que a Ryanair para ganhar apenas o dobro. Dito de outra forma, dois euros da Ryanair valem mais de seis euros da Lufthansa.

Ryanair é a norma

Como se explica isto? “Lowest cost always wins” [os preços mais baixos vencem sempre], responde Michael O’Leary, numa conferência de imprensa em Göteborg no outuno passado. É a doutrina que rege o capitalismo mundial, assente na ideia de que, num mercado global, o preço ultrapassa sempre a qualidade. E que, para que o preço seja mais barato do que o da concorrência, é preciso ter custos inferiores.
O modelo comercial da Ryanair assenta no princípio do “bad enough”, suficientemente mau
Este objetivo pode ser alcançado de várias maneiras. O modelo comercial da Ryanair assenta no princípio do “bad enough”, suficientemente mau: o tratamento dado aos empregados e aos passageiros tem de ser suficientemente mau para que o preço do bilhete seja suficientemente baixo para que os clientes aceitem ser tratados como trapos velhos e também não se importem de saber que os empregados da empresa ainda são mais mal tratados do que eles. O facto de a Ryanair ser uma empresa que também maltrata o seu pessoale os seus passageiros não faz diferença nenhuma.
Michael O’Leary é igualmente o reflexo perfeito da sua época, sob um outro ponto de vista: parece talhado para um universo mediático que adora um caráter mau e “tweetables”. Está sempre a “causar sensação” e adora mostrar-se no meio de meninas em biquini.
A Ryanair não é uma jovem empresa-prodígio, nem uma ovelha negra, nem uma exceção a confirmar a regra. A Ryanair é, ou está prestes a ser, a norma; um caso dos mais impressionantes numa enorme mudança de paradigma.
O modelo social europeu a que sempre me habituei, no qual o mercado de trabalho e a via económica se caracterizam pela concertação, pelo equilíbrio de poderes e pela repartição da riqueza, está em franco retrocesso. O século XX ficou definitivamente para trás. Em vez dele, não tardaremos a regressar ao século XIX: o capitalismo selvagem, a rejeição do sindicalismo, o dumping salarial, a exploração dos trabalhadores. E a Ryanair inaugura este caminho.
Nunca andei na Ryanair. E nunca irei andar em nenhuma circunstância. Não apenas porque prefiro viajar como uma pessoa civilizada, mas porque, liberal, considero que uma pessoa deve tentar, mesmo que seja pouco, ser política e moralmente responsável pelo seu estilo de consumo e, pura e simplesmente, exercer o seu poder de consumidor.

Contra a neandertalização da Economia

Será que 80 milhões de passageiros podem estar enganados? Podem
Será que 80 milhões de passageiros podem estar enganados? Podem. E surpreendo-me que não sejam mais a tomar consciência. Tanto quanto sei, um bom número de passageiros da Ryanair são jovens instruídos e sensíveis a temáticas sociais. Alguns deixam de consumir produtos à base de carne em protesto contra a indústria de carnes.
Há outros, igualmente numerosos, imagino eu, que boicotam os artistas que não respeitam as mulheres ou que revelam propósitos racistas. No entanto, viajam na Ryanair – quando a Ryanair não é apenas uma vergonha, só por si, mas também porque o simples facto de existir obriga as companhias de aviação sérias a adaptar-se ao que designamos "uma situação de concorrência inédita", dito de outra forma, obriga-as a tornarem-se brutais ou a desaparecer.
Não é pois fácil de entender como é que uma pessoa dita “de esquerda”pode perfilar-se ao balcão da Ryanair sem corar de vergonha. Na História recente, nenhuma outra empresa contribuiu tanto, direta ou indiretamente – pela força do exemplo –, para minar os fundamentos sociais que a “esquerda” pretende defender e que constituem a base sobre a qual as sociedades prósperas da Europa ocidental se ergueram no pós-guerra: a segurança no trabalho, a decência dos salários, a solidariedade mútua entre trabalhadores e empresas e por aí fora…
Por que motivo esta questão não é mais vezes levantada pelos intelectuais ? Por que motivo é que o caso Ryanair não é objeto de nenhum debate de fundo? Por que motivo é que a esquerda sueca contemporânea se preocupa tão pouco com a economia e com a violência de determinadas relações de força?
Como é possível, para sermos concretos, que Lilla Hjärtat [figura da jovem literatura sueca considerada racista] e a alteração de uma vogal nos pronomes pessoais [foi proposto que o pronome neutro "hen"substituísse o pronome feminino "hon" (ela) e o pronome masculino "han" (ele)] sejam temas mais mobilizadores de debate na Suécia que Michael O’Leary e a neandertalização da economia ?

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

De trapalhada em trapalhada, segue o governo!

A telenovela Joaquim Pais Jorge termina ou melhor, suspende-se, hoje. Não termina hoje porque infelizmente há muitos “Joaquins” por aí, a fazer os seus negócios e a saltitar de privado para público como se não houvesse problema nenhum em actuar dos dois lados da guerra. Para quem não percebe a importância do vínculo para toda a vida do funcionário público, tem nesta novela uma boa justificação. Esta demissão transmite-me uma sensação boa de decência, de esperança numa política melhor. Contudo esta sensação é efémera, pois assim que caio da estratosfera para antro de compadrio e corrupção chamado Portugal, lembro-me de Sérgio Monteiro há dois anos a exercer funções de secretário de estado dos transportes e obras públicas que também ele esteve no privado a vender PPP’s e que neste governo foi “gerir” as PPP que vendeu. Assim, tenho que concordar com Joaquim Pais Jorge que na sua carta de demissão invocou razões de ódio pessoal para justificar o pântano em que a comunicação social o envolveu. Tem razão sim senhor. Uns continuam lá 2 anos depois, outros como ele, só ficaram 1mês, é injusto e sem critério!.. PS – Parece-me a mim que quem duvidava da utilidade do regresso de José Sócrates à vida política tem aqui uma resposta. É a máquina socrática a actuar na sombra, que tem feito abanar o governo explorando o flanco ministério das finanças. Abanou a ministra e agora fez cair um peão… será que cai a rainha? O PSD fez mal em mexer no vespeiro. Quem não se lembra da máquina de propaganda, altamente profissional de Sócrates? Quem não se lembra de os ver com os registos todos em formato cábula e respostas na ponta da língua?

terça-feira, 6 de agosto de 2013


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Worldburger'
O primeiro hambúrguer de carne do mundo feito em laboratório, apelidado “Frankenburger” pelo Daily Mirror, foi mostrado, cozinhado e comido numa conferência de imprensa em Londres a 5 de agosto.
Cofundador da Google, Sergey Brin investiu 248 mil euros no desenvolvimento deste hambúrguer, que foi criado a partir de células estaminais num laboratório na Holanda. Os cientistas acreditam que esta tecnologia poderá estar na prateleira dos supermercados dentro de uma década.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

DESEMPREGO JOVEM:Qual o destino da geração perdida?


Atualmente, na Holanda, os desempregados representam 8,9% da força de trabalho, ou seja, cerca de 675 mil pessoas na força da vida. Não somos uma exceção. Por toda a Europa Ocidental, cerca de oito milhões de jovens não têm trabalho nem formação. Há poucos meses, The Economist calculava que, desde o início da crise, por volta de 2007, o desemprego entre os jovens, no mundo ocidental, tinha aumentado 30%, atingindo agora 26 milhões de pessoas.
Basta um pouco de bom senso para perceber que isso vai necessariamente ter consequências. Os dirigentes europeus estão conscientes disso. A chanceler alemã, Angela Merkel, acredita que o desemprego entre os jovens é o mais grave problema da Europa e adverte contra o perigo de uma "geração perdida". O apelo a uma reação a partir das altas esferas, que se está a tornar cada vez mais urgente, confirma a gravidade do problema. E leva a opinião pública a questionar-se sobre as medidas a tomar.

Falta de convicção política

Está previsto um novo programa europeu. Nos próximos dois anos, a Europa vai desbloquear 8 mil milhões de euros, para os países mais afetados – Grécia, Espanha e Portugal. O Banco Europeu de Investimento (BEI) vai ajudar a formar jovens, para criarem pequenas empresas, etc. Esperemos que estas medidas sejam eficazes.
No entanto, esta crise não é apenas económica. A Europa Ocidental e os Estados Unidos sofrem de falta de convicção política. Nenhum partido nem nenhum dirigente político tem sido capaz de inspirar a maioria do eleitorado. Obviamente, há muito que a elite política em todo o Ocidente está a sentir-se desconfortável. As guerras falharam e as populações apercebem-se, na maioria das vezes, de que a situação económica continuar a degradar-se. As classes médias estão pessimistas e tornam-se impacientes. E o cidadão vê as suas opiniões reforçadas a cada dia. O caso de Detroit, outrora o coração da indústria automóvel mundial, transformada numa cidade em ruínas e viveiro de criminalidade, é apenas a prova mais recente.
Esta crise representa, sob todos os aspetos, uma fratura em relação a um passado próspero e otimista. A questão que se coloca agora é saber como as novas gerações se vão comportar em tais circunstâncias. Já conhecemos fossos geracionais. Na história, o mais perturbador foi realizado pelo Terceiro Reich. Nasceu do revanchismo gerado por uma guerra mundial perdida, da crise económica dos anos 30, da fraqueza da República de Weimar e do talento oratório de Hitler.

Sem imaginação

Não é minha intenção fazer avisos anunciando a chegada de um "novo Hitler". Não é nada disso. Só quero frisar que, na década de 30, também ele se dirigiu ao povo alemão de uma forma positiva. Veja-se a este respeito o estudo de Sebastian Haffner, Anmerkungen zu Hitler [Notas sobre Hitler, sem edição portuguesa]. Hitler relançou a indústria alemã, lutou de forma eficaz contra o desemprego, independentemente do rearmamento e da sua política externa. Se teve êxito, foi em parte graças a uma fratura profunda entre gerações.
Na Holanda, tivemos a experiência recente desse fenómeno. Considero-me uma ilustração disso mesmo.
Na Holanda, tivemos a experiência recente desse fenómeno. Considero-me uma ilustração disso mesmo. Era jovem, durante a guerra que terminou com o Inverno da Fome [durante o último inverno da II Guerra Mundial, a fome matou mais de 20 mil holandeses]. Após a libertação, vivi o fracasso da mudança política e o início da guerra com a Indonésia, que se saldou noutro fracasso e que tinha feito com que enviássemos 150 mil soldados para o outro lado do mundo.
Depois, o Governo pensou que podia começar a tratar dos assuntos correntes. Mas não! A primeira prova está no romance de W. F. Hermans,Ik heb altijd gelijk (1951) [Estou sempre certo, um romance inédito em Portugal, sobre a vida de um soldado holandês que esteve na Indonésia de 1947 a 1949, quando regressa à Holanda]. Uma leitura obrigatória para qualquer pessoa interessada em compreender os mecanismos de um conflito de gerações.
Na literatura, tivemos o grupo Vijftigers [poetas dos anos 50].Seguiu-se o movimento [anarquista e contestatário] Provo, e os ocupas. Ao longo desses anos, tornou-se claro que a Holanda de antes da guerra pertencia definitivamente ao passado. Depois, as gerações cresceram na disciplina da Guerra Fria. E finalmente após 1989, começou uma nova era.
É impossível prever como se vai apresentar o novo fosso entre as gerações. Aqueles que tinham dez anos em 1990, como é que vivem a [a memória da] crescente prosperidade da década de 1990, o declínio insidioso da década subsequente e, agora, uma crise ainda sem cura? Que papel desempenha a Comunicação Social para esta geração perdida? Prepara-se uma nova resistência? Que forma vai assumir? Este tema não é ideal para uma longa-metragem profética ou um documentário sociopolítico?
Por vezes, acho que sofremos sobretudo de falta de imaginação. E não estamos sequer conscientes disso.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

DEPOIS DE DETROIT:A Europa devia deixar as suas causas perdidas falir

A falência da outrora grandiosa cidade de Detroit surge apenas alguns anos depois de o mesmo ter acontecido à General Motors, lendária fabricante de automóveis da Motown. Ambas as quedas cristalizaram décadas de fiascos acumulados, incluindo a incapacidade de encarar mais cedo de frente a realidade.
Também simbolizam a grande vantagem dos Estados Unidos sobre a Europa: a sua maior vontade de abandonar causas perdidas, para que as atividades mais bem sucedidas tenham espaço para crescer. A capacidade de deixar iniciativas condenadas morrer é um sinal de força, não de fraqueza. Se a Europa – especialmente a da Zona Euro – quer sair da crise, deve adotar o estilo norte-americano.
É natural que se fique abalado quando um gigante cai. O passivo reestruturado da GM totalizou 172 mil milhões de dólares (130 mil milhões de euros). A sua cidade anfitriã enfrenta dívidas de uns 20 mil milhões de dólares (15 mil milhões de euros), nas contas de Kevyn Orr, gestor de emergência de Detroit. Grande parte dessa dívida representa perdas sofridas por pessoas que tinham a certeza de que as suas reivindicações seriam honradas. Isso é, sem dúvida, injusto, e não se pode culpar os credores por tentarem fazer o possível para levar os outros a ressarci-los, como os sindicatos de Detroit agora querem que o governo federal faça.
De uma maneira geral, no entanto, os Estados Unidos estão preparados para deixar que as coisas sigam o seu rumo natural; pelo menos, mais do que a Europa. Não foi sempre assim – o mal visto “drop dead” [que se lixe] do Presidente Gerald Ford referindo-se a Nova Iorque (coisa que ele parece nunca ter dito realmente), em 1975, terminou com empréstimos de salvação. Mas, nos últimos anos, os EUA têm arrastado bancos (Lehman Brothers e muitos outros, menores), empresas sistémicas (a indústria automóvel) e muitos governos municipais para o tribunal de falências da sua área.
Os Estados Unidos exercem esta resistência com amor. No país, assumir um risco e falhar não é o fim: é tido com uma honra levantar-se de novo. As falências representam uma nova oportunidade e a resposta culturalmente apoiada é continuar a lutar. O dinamismo da economia norte-americana deve muito a esta atitude de perdão pela tomada de riscos.
Os europeus consideram a insolvência uma mácula moral muito negra. Ir à falência tem sido tradicionalmente uma marca de falta de confiabilidade – uma vergonha a esconder, justificando deixar os negócios para sempre e até, em tempos, despedir-se da vida. Isso ainda se verifica em regras arcaicas, como um período de falência de 12 anos, na Irlanda (que está finalmente a ser reformada).
Paradoxalmente, esta alergia cultural ao fracasso não leva apenas a assumir menos riscos, mas também a políticas para socorrer aqueles que correram grandes riscos e perderam. A Europa considera a ideia de falir tão intolerável que, na presente crise, prefere cobrir as dívidas dos falidos. Como resultado, deixa a desejar.
Isto ficou claro no caso da Grécia. Os Estados credores insistem que um resgate é inaceitável. Mas o pensamento de que um Estado europeu soberano não pode pagar as suas dívidas provou ser ainda mais inaceitável. Assim, os empréstimos da Zona Euro – e um Fundo Monetário Internacional coagido a participar – foram gastos a adiar a sentença.
O mesmo aconteceu com os bancos. Em 2010, o governo irlandês fez tudo o que podia para tapar os buracos nos balanços dos seus bancos, com dinheiro dos contribuintes, em vez de declará-los insolventes, proteger os depositantes e deixar os credores a apanhar os bocados. Quando Dublin percebeu que não tinha dinheiro suficiente dos contribuintes para esse trabalho, os seus parceiros da Zona Euro apoiaram-na, emprestando-lhe dinheiro para manter a falência. A aversão à bancarrota desfigura a política em relação a bancos, em Espanha e noutros países também.
A realidade forçou os europeus a mudar de mentalidade, como geralmente acaba por acontecer. A dívida soberana da Grécia acabou por ser reestruturada – mas não antes de muito do benefício de reestruturação ter sido perdido, e não sem a pretensão de que ela se limitou a ir para os detentores de obrigações do Tesouro. Em Chipre, embora os valores fossem pequenos, a perspetiva de socorrer depositantes russos foi demasiado para o estômago do Norte da Europa.
Mesmo estas lições estão a demorar a entrar nas pessoas. Os Estados Unidos concederam-se o poder de pôr à prova grandes bancos e impor perdas aos seus credores, em 2010. A maioria dos governos da UE ainda não conseguiu passar essa legislação crucial. Vão ser precisos vários anos, antes de serem forçados a fazê-lo por causa de Bruxelas, embora a necessidade de uma caução tenha já um acordo de princípio.
Quanto a Zona Euro poderia ter-se poupado, se tivesse abraçado a reestruturação da dívida com uma política pragmática desde o início da crise, ninguém saberá. Mas os anos de falta de crescimento – em relação ao modesto mas decente trote para sair da crise dos Estados Unidos – devem-se, em parte, ao restante excesso de dívida da Europa. Como os efeitos da dívida na economia dos EUA caíram acentuadamente, as pessoas estão a gastar novamente. A Europa está a ser retida pelos bancos, que se baloiçam no alto de almofadas de dinheiro, demasiado finas – e o resultado é uma recusa para converter dívida em injeções de capital, quando outras fontes de capital secam.
A Europa pode retrucar que a pior falência de todas – a do Lehman – mostrou os danos causados ​​pela disposição dos Estados Unidos em deixar andar. Um ponto justo. Mas os norte-americanos e os europeus tiraram daí lições diferentes. Os EUA têm trabalhado para acabar com "too big to fail" (demasiado grande para cair), mas ainda têm um longo caminho a percorrer. Até Chipre, a Europa fez o oposto, tratando até os bancos mais pequenos como se a sua falência fosse tão devastadora como a do Lehman.
F. Scott Fitzgerald escreveu: "Em tempos, pensei que não havia segundos atos nas vidas dos norte-americanos, mas vai haver certamente um segundo ato dos dias do boom em Nova Iorque." Fitzgerald recordava o “crash” de 1929, que calou os loucos anos vinte. A Europa tem de aprender com a lição que os norte-americanos têm dado muitas vezes: permitir que o segundo ato tenha lugar, e o terceiro possa ter livre curso, como aconteceu com a GM e como certamente acontecerá com Detroit.




quinta-feira, 1 de agosto de 2013

UE-ESTADOS UNIDOS:
Comércio livre contra mercado único

O mercado transatlântico que está atualmente a ser negociado beneficiará tanto a Europa como os Estados Unidos. Mas representará um enorme desafio para o mercado único europeu e pesará nas economias emergentes.

Com cerca de metade do produto interno bruto (PIB) mundial e quase um terço do volume total de trocas comerciais do planeta, a União Europeia e os Estados Unidos já são os maiores parceiros do mundo em matéria de comércio e de investimento. Se chegarem a fechar o seuambicioso acordo de comércio livre, a atividade económica do conjunto dos países da UE e os Estados Unidos registarão um enorme crescimento. Mas, com toda a probabilidade, as tradicionais relações comerciais intracomunitárias ficarão fragilizadas. Outra consequência é que alguns Estados ficarão menos dependentes do mercado interno da UE que, no entanto, é um dos principais sucessos e benefícios da integração europeia.
O mercado único constitui um dos maiores espaços económicos do mundo
O mercado único constitui um dos maiores espaços económicos do mundo. Os seus quatro pilares são a livre circulação de pessoas, de mercadorias, de serviços e de capitais. Permitiu suprimir muitas barreiras administrativas e técnicas entre os mercados internos dos seus países membros. A eliminação dos entraves regulamentares nas trocas com os Estados Unidos e a perda das atuais vantagens que dão o direito [aos países da UE] a um tratamento preferencial no mercado interno, irão muito provavelmente diversificar as relações comerciais.

Benefícios para o Sul e o Norte da UE

As trocas comerciais entre a Alemanha e os Estados Unidos poderão, praticamente, dobrar. Tal como o volume de negócios global das trocas comerciais entre os Estados Unidos e a Itália, a Grécia e Portugal. Em contrapartida, estima-se que as trocas comerciais entre a Alemanha e a França poderão cair 23% e diminuir 40% entre a Alemanha e o Reino Unido. As vantagens do mercado interno são frequentemente o cimento imaginário que mantém unida a comunidade europeia. Põe-se, por isso, a questão de saber se um enfraquecimento da parceria económica não terá um efeito direto sobre a “unidade” da União Europeia no seu conjunto.
Não se trata, por isso, do aparecimento de uma União Euro-americana
Nesse contexto, é essencial ter em mente que, ambicioso como é, este acordo de livre comércio UE-EUA provavelmente não trará uma harmonização comparável [e que poderia fazer concorrência] à que existe atualmente entre os Estados membros da União Europeia. Não se trata, por isso, do aparecimento de uma União Euro-americana ou dosEstados Unidos da Euro-América. Por outro lado, a criação de uma zona de comércio livre transatlântica pode muito bem ajudar a fazer avançar o projeto de realização de mercado interno e a liberalização de domínios onde ainda existe uma excessiva regulamentação e barreiras parciais às trocas comerciais.
Tornar mais fáceis as trocas comerciais entre os Estados Unidos e a UE representará um aumento da atividade económica e uma redução dos custos de produção e dos preços de compra, o que se traduzirá num maior crescimento económico. Os países que mais beneficiarão com esse acordo são os que, tradicionalmente, já mantêm ligações comerciais privilegiadas com os Estados Unidos, como o Reino Unido ou a Irlanda. Mas as economias de Espanha e de Itália registarão igualmente um forte crescimento, porque as suas importações caras provenientes da União Europeia serão, em parte, substituídas por produtos relativamente mais baratos vindos dos Estados Unidos.
Uma das conclusões de um relatório da Fundação Bertelsmann sobre as negociações UE-Estados Unidos indica, por outro lado, que a parceria transatlântica não aprofundará ainda mais o fosso entre os países do Norte, de economias tradicionalmente fortes, e a ala Sul da UE, despedaçada pela crise. Acontecerá exatamente o contrário.

Grandes perdedores: os BRIC

São suficientemente poderosos para influenciarem e criarem as novas regras dos mercados económicos mundiais do século XXI.
A parceria entre a União Europeia e os Estados Unidos será o mais importante acordo comercial bilateral da história, não apenas sob o ponto de vista do volume das trocas comerciais mas, sobretudo, por causa da influência que terá sobre o comércio internacional no seu conjunto. O acordo entre os dois principais motores da economia mundial será um claro sinal enviado pelos dois parceiros. São suficientemente poderosos para influenciarem e criarem as novas regras dos mercados económicos mundiais do século XXI.
Os autores do relatório afirmam que os eventuais benefícios que os signatários do acordo obterão serão contrabalançados por perdas em países terceiros. Com toda a probabilidade, os BRIC, cujas exportações para a União Europeia e os Estados Unidos poderão cair, respetivamente, 10 e 30%, serão os mais atingidos.

Por fim, [sublinha o relatório] convém ser realista naquilo que diz respeito ao calendário. O ambicioso objetivo que fixou a conclusão da parceria transatlântica para daqui a dois anos não se enquadra, provavelmente, na complexidade de um tal acordo. Em breve conheceremos a orientação e a dinâmica das negociações. Os Estados Unidos apostam na necessidade que Bruxelas tem de dar um forte impulso a uma economia europeia que se degrada. As negociações, no entanto, não podem esquecer que esta “janela de oportunidade” de negociar um acordo se fechará no final do mandato do atual presidente norte-americano uma vez que, tanto de um lado como do outro do Atlântico, é verdade que não se ganham eleições com a liberalização do comércio internacional.