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segunda-feira, 26 de março de 2018

Alma, todos temos!


Quem nunca ouviu dizer que “os animais não têm alma”.  
Ora, se nós (homo sapiens) compartilhamos 98.7% do mesmo mapa genético com os chimpanzés (e já agora, bonobos, gorilas e orangotangos) e fazemos parte dessa família que são os grandes símios, então só podemos concluir que também eles têm alma.
Como é que vamos excluir outros animais, por exemplo os golfinhos, as baleias, os elefantes, os cães, os corvos, os ursos, os porcos, os cavalos, os periquitos, os coelhos, as sardinhas, etc.
Arrisco-me portanto a dizer que “retirar a alma aos animais” só tem servido para aliviar a consciência quando os matamos, seja para os comer ou para ocupar os territórios onde estão.
Dizem: “Não têm alma, logo não sofrem como nós!”
Sinceramente não me parece!
Afinal, somos todos animais.

quarta-feira, 21 de março de 2018

Morreu o último rinoceronte-branco-do-norte macho do mundo


Recordo-me quando ouvi pela primeira vez que isto podia acontecer: a extinção de grandes mamíferos. Foi há mais de trinta anos. Na altura, acreditei que não iria acontecer, mas pelos vistos a minha vontade, enganou-me.
Olha-se para um animal destes e pergunta-se: Como é possível?
O Mundo acabou de ficar muito mais pobre! Não foi um insetozinho…
Que estupidez! Um mundo sem rinocerontes, elefantes, chimpanzés, leões, orangotangos, baleias, golfinhos, tubarões, gorilas, tigres, girafas, zebras, búfalos, e tantos outros...
Quanta ganância, egoísmo e imbecilidade!
Eu sei que morrem todos os dias pessoas, algumas delas ainda crianças, devido a guerras, perseguições religiosas ou políticas, fome, doenças, etc.
É uma enorme tristeza saber que isso está a acontecer!
Mas uma desgraça não invalida a outra.
Resta-nos esperar que se consiga evitar o pior… Que os “bons” acabem por vencer os “maus”!
Que consigam evitar o fim, quer dos animais, quer o nosso.
Sei que pode parecer um bocadinho ingénuo…
Num mundo onde um por cento da população tem tanta riqueza quanto a restante, e que troca Barack Obama por Donald Trump...

Resta-nos ter esperança… Se não, quem é que quer ter filhos?

quarta-feira, 14 de março de 2018

Seremos capazes de nos adaptar a nós próprios?


Ouvi muitas vezes dizer que somos (refiro-me aos humanos) agressivos, egoístas e insatisfeitos por natureza. Talvez essas características tenham sido as ferramentas que nos permitiram sobreviver, na fase inicial, e progredir ao ponto de nos tornarmos a espécie dominante.
Quanto a sermos insatisfeitos julgo que é positivo e que nos tem permitido evoluir, desde que não se torne numa ambição desmedida e gananciosa.
Quando nos dizem que somos “assim”, é muito difícil negar, ou mesmo refutar. Ainda recentemente ouvi um especialista dizer num programa de televisão “que se podemos ter algo de bom só para nós, porque é que o havíamos de querer dividir com alguém?”. Vou ainda mais longe, face aos acontecimentos históricos e presentes, não é possível negar os nossos comportamentos violentos, gananciosos e egoístas.
A questão que tenciono levantar é outra: Somos ou sempre fomos?
Não sei como teria sido se fosse diferente? Teríamos igualmente sobrevivido? O sucesso teria sido idêntico? Dominávamos o munto tal como o fazemos hoje?
Sinceramente não sei. Admito que sem alguma agressividade não teria sido fácil lutar contra outras espécies, mas entre A e Z existem 24 letras.
Apesar do progresso já alcançado nos proporcionar uma segurança e conforto muito consideráveis, nomeadamente nos países mais desenvolvidos, o facto é que vivemos num mundo onde o desperdício de alimentos convive lado a lado com a miséria, doenças e fome de milhões de crianças e adultos em países pobres e menos desenvolvidos.
Portanto, enquanto espécie, o egoísmo não nos trouxe apenas coisas positivas. E mesmo que alguns digam (ou pensem), “que se lixem os mais fracos”, também há quem acredite que podíamos estar todos muito melhor.
Mas vou mais longe, até que ponto essas características que nos trouxeram até aqui não nos poderão conduzir até ao abismo?
Refiro, por exemplo, a incapacidade de por o pé no travão e começar a mudar de direção: porque não podemos perder o comboio da competitividade, não podemos permitir que os outros nos ultrapassem.
E assim, todos vamos caminhando para uma situação insustentável.
Não são apenas as alterações climáticas, ou a imensidão de lixo nos oceanos. São também os recursos que são dizimados, as espécies ameaçadas, a Amazónia irrecuperável, etc.
E no meio disto tudo perguntem-se: Os índices de felicidade estão a subir?
Hoje em dia, o único inimigo capaz de por em risco a nossa espécie é ela própria. E isso deve-se ao facto de acreditarmos de tal modo que somos egoístas e agressivos por natureza que acabamos por fomentar em nós essas características: “O mundo é dos vencedores”.
Não se iludam, podem dizer que há muita gente generosa e pacífica, o facto é que a vontade de uns pode facilmente determinar o destino de todos. Enquanto espécie somos o que permitirmos que se torne dominante.
Acredito que está na altura de dar início a uma nova mentalidade. De começar a educar para uma realidade que mudou. Já não temos que sobreviver aos perigos à nossa volta. O perigo, desde há algum tempo, vem de dentro. Temos que começar a ver e estar no mundo de outra forma, ou corremos sérios riscos de permitir que as características que nos ajudaram a chegar aqui sejam as que vão determinar o nosso fim.
Se o nosso grande trunfo sempre foi a capacidade de adaptação, está na altura de mudar e adaptarmo-nos a uma nova realidade: estamos a mudar o planeta.

segunda-feira, 12 de março de 2018

DEFICIÊNCIA DO TIPO 1


Livrete, outras divergências. Divergência de chapa de fabricante.


Esta deficiência (tipo 1) permite a circulação do veículo, no entanto, tem um ano (até à próxima inspeção para a corrigir).
Confesso que ao início estava completamente à nora, não fazia ideia do que se tratava nem como a resolver. Claro que podia, e devia, na altura, ter perguntado ao senhor técnico do centro de inspeções técnicas periódica, do que se tratava tal deficiência. Afinal tinha sido ele que a identificou. Mas, ou porque estava com pressa ou porque pensei que “depois vejo e logo resolvo”, o facto é que peguei na folha, vi que o resultado era “Aprovado”, e segui viagem.
Felizmente existe o Google. Googuelei e acabei por dar com um fórum onde fui encontrar um caso exatamente igual ao meu. Um tipo, também dono de um Audi tinha recebido exatamente o mesmo presente que eu. Então do que se trata? O fulano do centro de inspeções conseguiu detetar uma incongruência entre o que está escrito no DUA (documento único automóvel) e a chapa do fabricante que está colada no motor. A chapa diz que a parte da frente do carro pesa 980 e a parte de trás do veículo 910 kg, enquanto no DUA está 980 (à frente) e 950 (a trás).
Ou seja, a diferença está apenas no eixo traseiro do veículo. No DUA diz 950 kg, no motor está 910 kg. Parece-me a mim que esta diferença burocrática não serve de nada. O Carro é de abril de 1997. Já tem mais de 20 anos. Agora, ao fim de quase 21 anos de circulação detetaram um problema que necessita de ser resolvido porque pode por em risco a segurança de outros condutores, ou peões, ou, bens patrimoniais?
Não sei que perigos podem advir desta diferença, nem sequer imagino que a resolução desta “deficiência” possa por si só garantir menor emissão de gases poluentes para a atmosfera. Afinal, o que traz de bom esta obrigatoriedade de correção? Só vejo uma explicação.
Se houver outra, agradeço que me informem. Para mim isto só serve para os técnicos dos centros de inspeção presentearem alguns dos seus clientes. Ou seja, esses senhores provavelmente também têm cotas para cumprir (vivemos no tempo delas).
Imagino que um centro de inspeções não possa passar todos os carros que lá vão. Não era lá muito normal, seria uma enorme coincidência todos os carros passarem num dados período de tempo (imaginam um mês). Como eles preferem passar todos os seus clientes habituais, e dentro destes, os que vão lá mais vezes. Porque gosta de ser simpáticos com os novos clientes, faz com que de vez em quando tenham que arranjar umas deficiências para compensar tantas aprovações.
Porquê estas mais esquisitas?  
- Com o seu carro está tudo bem, menos esta coisa dos números na chapa do motor não bater certo com os do DUA”.
- Mas… Ao certo isso afeta o quê?”
- Como assim?
- Que mal é que isso tem? Prejudica alguém? É que o carro já circula assim há mais de 20 anos…
- Oh meu amigo, não sou eu que faço as leis!
- Mas como é que este gajo se foi lembrar de uma coisa destas (pergunto-me eu).
Aposto que foi durante uma formação profissional. O formador deve ter dito: “Há muitas formas de conseguir umas deficienciazitas. Em vez de os mandarem para uma oficina, arranja-se qualquer coisa que lhes diga que com o carro está tudo bem”.
No ano anterior, arranjaram-me uma com o amarelo da matrícula.
Também já lhe calhou?

quarta-feira, 7 de março de 2018

Operação E-Toupeira


Mais uma vez o futebol português encontra-se nos holofotes da comunicação social pelos piores motivos. Há uns anos foi o apito dourado que expôs a fórmula do sucesso do FCP: controlar os órgãos de decisão do futebol português para assim obter vantagem. E que vantagem! Durante anos acumularam títulos. Durante anos, eram os melhores a vender jogadores, mais ninguém se mexia tão bem no mercado de transferências como eles, eram indiscutivelmente a melhor equipa, eram os melhores a descobrir talentos, eram os mais organizados, porque – e refiro que ouvi anos a fio comentadores desportivos a usar esta frase nos meios de comunicação social – tinham a “melhor estrutura”. Afinal, as escutas, que toda a gente ouviu e percebe que houve corrupção, que houve fabricação de resultados em benefício do FCP, as tais que foram consideradas ilegais e como tal inconsequentes, vieram demonstrar que afinal não era apenas “estrutura”! Era uma Grande Estrutura! Era a estrutura do prédio, as paredes, canalizações, caixilharia, eletricidade e acabamentos! Era tudo! Valia tudo. Eu lembro-me. Eu tenho memória. Eu lembro-me do SCP ter tido grandes equipas, que por um motivo qualquer – na altura os comentadores utilizavam a expressão “ausência de mentalidade vencedora” ou “falta de estrutura” – naqueles momentos cruciais do campeonato, em que podiam aproveitar uma escorregadela do FCP, perdiam o jogo também!. Era sistematicamente isto. Ou uma expulsão, ou um penálti inventado, havia sempre algo que justificava o falhanço sistemático do SCP. Afinal, não era nada do que os comentadores declaravam com uma certeza quase absoluta. Eram escutas. Eram viagens Breu. Era fruta e chocolate.
Tudo isto se passou durante anos. Sempre se suspeitou mas era difícil de provar pois para tal era necessário apanhar o corruptor e o corrompido em flagrante. E como ambos tinham muito a perder é difícil conseguir a colaboração de alguém.
Só com o virar do século e com o uso das novas tecnologias é que se conseguiu apanhar os prevaricadores. O uso generalizado do telemóvel, tecnologia a dar os primeiros passos nos anos 90 e a ser quase comum a partir dos 2000, trazia perigos escondidos que ainda ninguém se tinha apercebido: escutas. Foram incautos, não estavam alertados para este perigo e foram “agarrados”.
Aprendida a lição sobre as fragilidades do uso do telemóvel, os golpistas viraram-se para a outra tecnologia a internet, as redes e os software de gestão. No entanto, também tem as suas armadilhas: deixa rasto. Rasto esse que pode ser descoberto sem ser necessário recorrer à Elite dos Hackers.
Todo este processo em torno do SLB e dos esquemas alegadamente montados para tirar vantagem são mais que óbvios para quem tiver uma leitura séria e isenta. Pode não se conseguir provar nada, à semelhança do que aconteceu com o FCP, e não haver uma pena pesada para os prevaricadores. Ou poderá sempre haver uma prova obtida ilegalmente que coloque em causa todo o processo. Mas uma coisa é certa: é claro que houve uma tentativa de controlar órgãos, instâncias ou corporações para tirar vantagem.
Se isto tudo terminar em nada, como terminou o FCP há uns bons anos atrás, o futebol em Portugal continuará o mesmo: viciado. Se isto tudo terminar em nada, novos esquemas se encontrarão, com outros protagonistas. Quem sabe o próximo seja o SCP? Ou o SCB? Se isto tudo terminar em nada, veremos mais faturas de valores que ninguém sabe de onde surgem, a serem pagas, às claras, como aconteceu na semana que antecedeu a 2ª parte do Estoril x FCP.
Se tudo isto terminar em nada, o futebol português nunca vai ter interesse internacional. Mesmo distribuindo as verbas das transmissões televisivas de forma mais equitativa, ninguém vai comprar um campeonato que se sabe viciado.
Por muito que doa aos adeptos, tem de haver consequências, despromoções perda de títulos etc. Não se pode assobiar para o lado no apito dourado, no caso de tentativa de linchamento de um árbitro pelo Pereira Cristóvão ou para este E-Toupeira. Os adeptos e sócios têm de perceber que têm de ser mais criteriosos quando escolhem os líderes dos seus clubes. Têm de perceber que a ausência de participação nas assembleias gerais, ou em atos eleitorais pode ter consequências.
O FCP há muito que deveria ter sido punido com despromoção e perda dos títulos conquistados. Se isso tivesse acontecido, tenho a certeza que Pinto da Costa não seria sucessivamente reeleito pelos sócios do FCP com 90% dos votos. O destino de LFV será traçado em função das consequências que este caso E-Toupeira trará para o clube.
O futebol é hoje um negócio brutal, em que qualquer agente desportivo (futebolista, empresário, treinador ou presidente) pode de um dia para o outro enriquecer de forma quase pornográfica. Tal como pode cair em desgraça e nunca mais ganhar dinheiro. Há muito dinheiro em jogo. Há muitos interesses. Há muita distribuição de verbas em troca de favores e títulos. Foi assim com o FCP e tem sido assim com o SLB.
Teria o SLB feito as vendas de jogadores que fez se não tivesse dominado o futebol português como dominou nos últimos anos? Reparem na evolução das receitas com vendas de jogadores 10/11, 2º ano de Jorge Jesus em que inclui as transferências relativas ao 1.º ano, ano em que foi campeão. Depois têm uma quebra fruto dos 3 anos em que o FCP venceu os campeonatos e em 14/15, furto de o SLB ter sido novamente campeão em 13/14, as receitas volta a subir.
17/18: 131,92M€
16/17: 121,35M€
15/16: 104,30M€
14/15: 104,65M€
13/14: 44,30M€
12/13: 75,73M€
11/12: 41,14M€
10/11: 85,98M€
9/10:      6,83M€
8/9:        7,60M€

Será que, a confirmar-se que houve jogo fora das quatro linhas por parte do SLB neste últimos anos, os outros clubes não foram lesados em termos económicos? Não terão direito a indemnizações sobre os valores de transferências realizadas pelo SLB?