Pesquisa

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

 

JESUS RESCINDE!

O anterior presidente do Benfica foi de avião fretado até ao Brasil para trazer Jorge Jesus.

Esteve um ano e meio à frente do Benfica, sendo que no primeiro ano o Benfica faz o maior investimento de sempre na contratação de jogadores.

Logo nesse ano é eliminado frente ao PAOK comandado por Abel Ferreira e perde o acesso à Liga dos Campeões.

Durante esta segunda passagem pelo Benfica não conquista qualquer título nem consegue, na minha opinião, por a equipa a jogar um futebol atrativo.

Sofre uma derrota em casa frente ao Sporting (1 x 3), e menos de três semanas depois sofre nova derrota, desta vez por 3x0 frente ao FC Porto, que por sorte não foi por números bem mais expressivos.

Diziam vários comentadores desportivos que o Benfica devia esperar pelo resultado do jogo de amanhã (30 de dezembro) para tomar uma decisão relativamente ao futuro de JJ enquanto treinador do Benfica.

Julgo que as probabilidades desta equipa, orientada por JJ, sofrer nova derrota com o FCP eram bastante altas.

Após o incidente de ontem, com os jogadores a recusarem-se a treinar, numa clara atitude de oposição ao treinador, parece-me que seriam ainda maiores.

Face a este cenário não vejo que o presidente do Benfica tivesse outra opção que não fosse tentar chegar a acordo com o treinador JJ para a rescisão de contrato.

Estou inclusive convencido que este incidente com os jogadores antes de um jogo importante frente ao FCP lhe retirou algum poder de negociação na rescisão de contrato. Provavelmente terá pensado que dificilmente conseguiria pontuar no Dragão, correndo inclusive o risco se somar nova derrota humilhante no espaço de uma semana.

Na pior das hipóteses, o treinador que o veio substituir consegue um mau resultado nas Antas.

Sou da opinião que o Benfica deve averiguar se são verdade as afirmações de alguns comentadores desportivos que afirmam que Pizzi e Rafa têm responsabilidades no que se está a passar no Benfica. Aliás, vão mais longe ao dizerem que se passou de forma idêntica com Bruno Lage.

O Benfica se quer contratar um bom treinador, não pode permitir que sejam os jogadores a mandar.[1]

Quanto a mim, o Benfica livrou-se de um treinador que como diz o povo: tinha muita parra, mas pouca uva.

Rui Vitória e Bruno Laje em 5 anos à frente do Benfica conquistaram 3 títulos, exatamente os mesmos que Jorge Jesus nos 6 anos que esteve à frente do Benfica antes de ir para o Sporting (tendo tido jogadores como Ramires, Di Maria, Matic, Aimar, Saviola, Gaitán, Enzo Pérez, entre outros).



[1] https://rr.sapo.pt/bola-branca/noticia/benfica/2021/12/28/a-dupla-pizzi-rafa-ja-fez-a-cama-a-bruno-lage-e-fez-o-mesmo-com-jesus/266206/

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

 

Falta de consideração, ou o quê?

 

Dizem as notícias que até 2030, o Estado Português vai necessitar de trinta e quatro mil e quinhentos professores para fazer face aos pedidos de reforma nesse mesmo período.

Quando oiço esta notícia, não consigo deixar de pensar na história da Maria.

A Maria vem de uma família humilde. Enquanto estudava tinha que ajudar os pais, nomeadamente com atividades domésticas ou a cuidar do irmão mais novo. Mesmo assim, com esforço, muita dedicação e empenho, conseguiu média suficiente para entrar numa universidade pública de prestígio (Universidade Nova de Lisboa).

O Estado Português atento à situação da Maria resolveu premiar o seu esforço e concedeu-lhe uma bolsa, privando-a das despesas com as propinas e ainda ajudando noutras despesas curriculares.

A Maria termina a licenciatura com uma boa nota e tenta iniciar a sua atividade profissional regressando à terra natal que fica a aproximadamente 100 km de Lisboa.

Ao fim de poucos anos, sempre com contratos de trabalho que não lhe permitiam auferir o suficiente para contruir uma vida, a Maria regressou à capital.

Já passaram 22/24 anos desde que a Maria começou a trabalhar com formação pública de professora na língua de Camões e ainda não passou para os quadros.

Ou seja, após todos estes anos, não muito longe de atingir meio século de vida, a Maria continua, ano após ano, sem saber em que escola vai trabalhar, se vai ter horário completo, ou sequer se vai conseguir ter trabalho.

Como nunca deixou de ser professora contratada, a Maria está sempre a começar de novo. Ano após ano, em termos de salário é sempre como se fosse o primeiro.

Enquanto um professor dos quadros vai subindo de escalão, um professor contratado ganha sempre o valor inicial, o mesmo de há vinte e tal anos (no caso da Maria) apenas atualizado à inflação.

O empregador (Ministério da Educação) trata assim de forma desigual professores, mesmo não tendo como justificar essa discriminação com critérios pedagógicos ou profissionais[1].

A esse respeito, julgo que a falta de critério vem de trás, quando um determinado professor que se formou numa universidade privada ganha vantagem sobre outro que se formou numa universidade pública, porque o primeiro terminou o curso com uma nota superior ao segundo.

Na maioria dos casos, acontece que o segundo teve nota para entrar na universidade pública e o primeiro não. Acresce que o Ministério de Educação não controla a nota do primeiro e todos sabemos que um 16 numa privada pode não ser superior a um 14 numa pública.

O Estado deve garantir a Defesa, Justiça, Saúde e Educação.

À semelhança da saúde, também com a educação é possível saber quantas escolas são necessárias, para quantos alunos e o número adequado de professores em função do critério alunos por sala de aula.

Não faz sentido que o Estado Português gaste dinheiro dos contribuintes a formar professores para depois os deixar numa situação precária por décadas.

Ao princípio reconheceu o esforço da Maria e deu-lhe uma mão, para pouco depois a deixar na mão.

Pergunto-me porquê? O que faz o governo português (através do ministério da educação) ter este comportamento?

À partida, tenderia a dizer que seria para poupar. Afinal, um professor que ganhe sempre o mesmo durante décadas, fica muito mais em conta que um professor que foi subindo na carreira.

Se assumirmos que um profissional com vários anos de experiência tem geralmente maior capacidade de produzir do que tinha quando iniciou a sua carreira, então facilmente concluímos que o empregador está a beneficiar de um trabalho com especialização e com experiência, mas que não é pago enquanto tal.

Mais uma vez, parece que a iniciativa com vista a terminar com esta injustiça parte de fora (Bruxelas). O que leva a concluir que, em muitos casos, o governo português só toma iniciativas quando é pressionado para o fazer, e que a maioria de nós, só se preocupa com os problemas, quando estes lhes batem à porta.

Se não é falta de consideração, então o que é?

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

 

Bem Engendrado?

 

Surgiram algumas notícias sobre a não recandidatura de António Costa ao cargo de secretário-geral do PS.

Assim como rumores de um possível interesse de António Costa em um cargo europeu.

Nesta fase, não passam de especulações que só o tempo irá ou não confirmar.

O PS tem tentado passar a ideia que o Orçamento de Estado não foi aprovado por culpa dos partidos de esquerda (BE e PCP).

O Partido Socialista decidiu assumir a governação do país sem maioria absoluta (e sem coligação).

Quem votou no Bloco de Esquerda e no Partido Comunista Português, votou em programas eleitorais diferentes dos do Partido Socialista.

O Orçamento de Estado foi concebido unicamente pelo Partido Socialista.

Parece-me legítimo que os partidos a quem é pedido que contribuam com os seus votos para a aprovação do Orçamento de Estado, exijam em compensação, algumas medidas que vão ao encontro das suas políticas, e por consequência, das expectativas de quem lhes concedeu os votos.

As nove medidas que o BE exigia para aprovar o OE estão publicadas e podem ser consultadas em: https://www.esquerda.net/artigo/quais-sao-9-propostas-do-bloco-para-o-orcamento/77418

No programa da RTP “É ou não É?”, Mariana Mortágua do Bloco disse qualquer coisa como “nem sequer têm que aprovar todas as 9 medidas”.

A verdade é que não houve entendimento, e o orçamento acabou mesmo por não ser aprovado, e por consequência, a assembleia foi dissolvida e vamos para eleições antecipadas.

Quem lhe parece que poderá ter mais a ganhar com esta crise política?

Se o PS conseguir passar a ideia que foi provocada por BE e PCP, talvez consiga capitalizar alguns votos à esquerda.

Por outro lado, o principal oponente, está a atravessar uma situação de conflito interno.

A determinação da data das próximas eleições pode ditar se haverá, ou não, um congresso do PSD antes das eleições legislativas.

Se não houver, Rui Rio que não tem conseguido subir nas sondagens, será o principal opositor de António Costa.

Caso seja Paulo Rangel, será alguém que passou boa parte do tempo (até às próximas eleições) a digladiar-se com o seu opositor interno.

Há boas hipóteses da conjuntura ser favorável, para o PS conseguir a desejada maioria absoluta.

Caso essa pretensão seja mais uma vez frustrada, e António Costa decida procurar outros caminhos, Pedro Nuno Santos que já piscou os olhos aos partidos de esquerda, tentará reabilitar a gerigonça.

terça-feira, 12 de outubro de 2021

Abono para crianças em pobreza extrema!

Na sequência da apresentação do Orçamento de Estado para 2022, foi anunciado o aumento do abono para crianças em pobreza extrema, no valor de 70 euros (em 2023 esse valor sobe para os 100 euros).

Pergunto-me se uma criança que vive em pobreza extrema, vai deixar de viver (nessa condição) com mais 70 / 100 euros por mês.

Como é possível fazer um anúncio destes, como se fosse uma coisa maravilhosa, quando muito provavelmente o impacto real na vida dessas crianças será insuficiente para as tirar da pobreza (na melhor das hipóteses, talvez deixe de ser extrema – a pobreza)? Aliás, a pobreza em Portugal parece que é uma doença crónica sem cura!

A resposta é simples. Essas crianças (assim como as suas famílias) são vistas como “os outros”.

Ou seja, atribui-se essa verba pelo peso percentual que irá ter na vida dessas famílias, mas não no que deveria ser a vida das crianças.

Por isso, com base em informações estatísticas, até são bem capazes de dizer: “mais 70/100 euros por mês é um aumento muito significativo que terá certamente um impacto muito positivo”.

Atrevo-me a dizer que essas crianças, poderão finalmente comer Nestum com Mel, pelo menos uma vez por outra (ou será que é melhor não? não vão habituar-se…).


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

O delírio das vacinas COVID

 

 

A vacinação em massa da população portuguesa começou e como já se esperava a comunicação social fervilhava por casos de negligência ou corrupção no plano de vacinação. Ao que parece houve 340 vacinas mal aplicadas num total de 400mil doses. Bom, num país que todos achamos ter um alto nível de corrupção, ter uma taxa de 0.08% de vacinas mal aplicadas não me parece mal, até porque a percentagem de ricos e muito ricos na nossa sociedade é bem maior que 0.08%!

A verdade é que as doses depois de abertas não podem ser guardadas e transportadas novamente. Como tal, ou as pessoas incluídas no plano comparecem à vacinação, ou caso contrário irão sempre sobrar vacinas. Os arautos da verdade e pureza muitos deles na forma de comentadores televisivos, certamente que teriam, à semelhança de um plantel de futebol, uma fila de suplentes à porta dos postos de vacinação, mas a verdade é que não é possível prever quantas vão sobrar.

É cómico ter os funcionários da pastelaria ao lado do INEM a levarem a vacina quando havia um quartel de bombeiros nas proximidades, mas, não vamos fazer disto uma prática e achar que tudo e todos são uns malandros.

Custa-me muito mais ouvir que se desperdiçaram 600 vacinas em Penafiel, do que meia dúzia de vacinas aplicadas indevidamente porque sobraram. No Reino Unido multiplicam-se denúncias de médicos de vacinas deitadas no lixo devido às regras apertadas de cumprimento do plano de vacinação.

Este delírio, esta procura incessante pelo prevaricador, ainda nos vai levar à situação ridícula de ter decisores a optarem por desperdiçar vacinas, só para não terem à porta a CMTV e verem as suas carreiras profissionais jogadas no lixo. Poupem-me e poupem o país que é pobre e como tal não se pode dar a esse luxo!