Quando falamos de nacional,
falamos de quê? Creio que será consensual quando digo que, se cada um pudesse
fazer uma convocatória, pelo menos 5 jogadores dos 23 não seriam os que Paulo
Bento escolheu.
Ou muito me equivocarei ou a
selecção portuguesa não passará a fase de grupos. Isto porque os EUA ganharam ontem ao Gana e têm o último jogo com uma Alemanha que até lá, já deve estar
qualificada. Ou seja, será expectável que os EUA terminem a fase de grupos com
pelo menos 4 pontos, ou então 6. Portugal fará no máximo 6 pontos mas com uma
diferença de golos altamente negativa fruto dos quatro secos que comemos. A
avaliar pela disponibilidade física e psicológica dos nossos jogadores, o
mundial acabou.
Os jogadores são fracos? Talvez
não sejam de classe mundial, mas não digam que são maus. A Colômbia, Costa
Rica, Equador, Suíça, Bélgica, Holanda têm jogadores melhores? Não me parece.
Têm treinadores melhores? Ah isso sim, não tenho a menor dúvida. Creio que o
nosso problema é mesmo esse: liderança.
O lema de Paulo Bento “foi com estes
que chegámos ao mundial é com estes que morremos” pode ser poético mas
acarretar um caruncho capaz de correr por dentro em demasia. Vejamos, não será
a falta de atitude ou a indisciplina fruto da conclusão retirada do lema
Bentista? Ou seja posso fazer tudo, posso não correr, posso ter vipes de
loucura e ser expulso porque estamos todos juntos e todos nos defendemos e não
perco o meu lugar… Parece giro, mas a mim dá-me azia, por isso ontem não perdi
tempo a ver o jogo. Já sabia no que isto ia dar.
Hoje na rádio ouvi as declarações
do Bruno Alves e do Coentrão e espelha bem a falta de responsabilização que ali
reina: “(a derrota) não vai afectar a equipa porque temos um bom espírito de
grupo, damo-nos todos muito bem temos um bom ambiente, somos muito unidos…”. Talvez o problema seja
mesmo esse, “bom ambiente” a mais e trabalho a menos.