Quando burlões vêm com discursos
cheios de boas intenções, nós, devido a sua condição, desconfiamos sempre. A
verdade é que mais uma vez disfarça-se um aumento de impostos sobre a égide
ambiental.
Vão subir os impostos nos combustíveis
e nos sacos de plástico. Relativamente aos combustíveis, Portugal já é dos
países que mais carga fiscal pratica nos combustíveis, mas pelos vistos parece
que não há limite. Se é fácil para o governo ir buscar dinheiro aos
combustíveis, também é fácil para os transportadores aumentarem os preços e
consequentemente os retalhistas. Já no que toca a pagar, vai custar aos consumidores.
Ai se vai.
Quanto aos sacos de plástico,
relembro que não existem em Portugal sacos de papel. Mais, é muito giro ver nos
filmes americanos os actores chegarem a casa com sacos de papel, mas já alguém
reparou nos sacos do lixo? Também são de papel? Não! É vê-los a ir aos caixotes
metálicos colocar sacos pretos de lixo. Qual reciclagem qual carapuça! Quem
quiser que a faça! Aqui está o cerne da questão. Querem que eu separe 5 tipos
de lixo em casa a saber: orgânico, lixo comum, papel, cartão e vidro. E sacos
para isto tudo?? Uma vez que vou frequentemente a supermercados onde os sacos
são pagos a 3 cêntimos, já me ocorreu comprar um rolo de sacos de lixo. Qual
não foi o meu espanto quando verifiquei que o preço unitário é de 8 cêntimos!
Ou seja mais caro do que comprar os sacos de plástico das compras! Será que os
do lixo também vão encarecer 8 cêntimos? Onde é que vamos colocar o nosso
lixo??
Ou seja, tudo isto é uma hipocrisia
porque “fiscalidades verdes”, ou melhor, fiscalidade educativa, faz sentido
praticar quando se quer mudar hábitos da população, só que isso pressupõe a
existência de alternativas! Quais são as alternativas aos combustíveis? Tirando
os grandes centros urbanos, em que ainda assim os transportes são muito deficitários,
no restante território os transportes públicos estão longe de se configurar
como alternativa ao veículo próprio. E os sacos do lixo? Como é? É pagar! E não
estrebucha!!