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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Rui Costa – Campeão do Mundo de Ciclismo de Estrada

Ontem em Florença, pela primeira vez na história do ciclismo mundial, um português venceu a prova de estrada da modalidade – Rui Costa. O ciclista que ainda representa a equipa espanhola da Movistar, mas que para o ano representará a italiana Lampre, mostrou grande vontade, dedicação e estratégia na hora de se resguardar e de atacar, vencendo ao sprint outro grande ciclista o espanhol Joaquim Rodriguez. Os meus parabéns por estar entre os melhores da modalidade. Independentemente dos resultados que a mudança para Lampre originarem, este grande resultado já ninguém lho tira!..

quinta-feira, 19 de setembro de 2013


“Muitos dos jovens que nos enviam currículos para se candidatarem a um anúncio de emprego são altamente qualificados. Tenho vergonha de os ler, especialmente quando sei que entre centenas de candidatos só posso escolher um!” – esta confissão de um gestor de recursos humanos de uma grande empresa, que pede anonimato, é sintomática. E não é o único com este entendimento da situação. Um jovem diplomado do Instituto Superior Politécnico de Atenas, com um doutoramento, que deu aulas durante alguns meses numa escola técnica, faz a mesma observação e oculta a sua identidade: “O meu salário era tão baixo que, muitas vezes, metia-me na bicha dos estudantes para comer na cantina e economizar na refeição”.
Estes dois testemunhos projetam uma imagem crua da realidade do mercado de trabalho atual. Por um lado, currículos com habilitações “a mais”, por outro, desemprego crónico e baixos salários [a taxa de desemprego era de 27,9% em junho de 2013, contra 24,6% no ano anterior, afetando em especial mulheres e jovens]. Recordamos a “geração de 700 euros” [nome dado aos recém-formados no início da crise, em 2007]... com saudade, porque, hoje, os salários dos empregados são geralmente (muito) mais baixos que 700 euros líquidos.
De facto, na actualidade existem várias “gerações de 700 euros”. Já não são apenas os recém-licenciados, mas pessoas de quarenta e cinquenta anos de idade que perderam os empregos. Se arranjarem outro, não vão conseguir mais de 700 euros.

Quatrocentos euros no mercado negro

É uma quantia insuficiente para resolver as necessidades básicas e especialmente desajustada em relação ao nível das habilitações
A cada anúncio de emprego, cai uma chuva de currículos (CV). “Quando é publicado um anúncio, chegamos a receber 600 CV numa semana. Um terço é de jovens altamente qualificados, com licenciaturas e dominando pelo menos duas línguas estrangeiras. A concorrer para a mesma vaga, há pessoas mais velhas, com menos qualificações no papel, mas com um conhecimento e uma experiência significativos. É muito difícil escolher”, explica um gestor de pessoal. Mas cada pessoa contratada vai receber um salário de 600 euros brutos. É uma quantia insuficiente para resolver as necessidades básicas e especialmente desajustada em relação ao nível das habilitações. Claro que, em muitos casos de primeiro emprego num lugar indiferenciado, o salário baixa para 300 ou 400 euros.
Quatrocentos euros sem seguro nem segurança social, era o que ganhava Konstantinos Sp., de 27 anos, no inverno passado, por oito horas diárias num escritório de advogados. Formado em Direito e com um mestrado na Alemanha, teve muita dificuldade em arranjar esse trabalho. “A contribuição social é de 150 euros por mês e gastava 45 euros de passe no transporte público. O que sobrava para viver? Tenho colegas, jovens advogados, que trabalham horas a fio, ficam no escritório até à meia-noite, para ganhar 600 ou 800 euros por mês. Acabam por ganhar menos do que um operário não qualificado. Infelizmente, o estatuto de empregado não se aplica a um jovem advogado”, constata.

Empregos desapareceram

“Quando envio o CV, respondem-me com elogios: ‘É um CV incrível, doutoramento, artigos publicados, parabéns!’ Mas ninguém me dá emprego”, diz P. K., de 30 anos, com um diploma de engenharia eletrónica. Acabou por conseguir trabalho, no ano passado, como assistente no Instituto Superior Técnico e, no segundo semestre, um horário parcial na Escola Técnica de Cálcis [norte de Atenas]. O salário? 700 e 300 euros, respetivamente! “Não é rentável, especialmente para nós, técnicos, que temos um seguro mais caro. A maioria dos meus colegas já emigrou.”
A sua declaração de impostos revela um rendimento de 5000 euros por ano
Georgia, de 36 anos, formou-se na Faculdade de Agricultura. Tem um mestrado do Instituto Superior Politécnico e domina perfeitamente três idiomas. A sua declaração de impostos revela um rendimento de 5000 euros por ano. “E é verdade”, confirma, “porque, para me pagarem, passo faturas, tenho provas. Como viver com um rendimento assim?”
Os empregos desapareceram, os salários caem. Resultado? “Há alguns anos, recebia 1200 a 1400 euros por mês. Nos últimos anos, o meu salário desceu para 800 euros. O ano passado foi mais um ano mau. Com os meus conhecimentos e a tecnologia que utilizo, devia receber muito mais. Mas quem me paga o que é justo?”
Infelizmente, a realidade do salário mínimo aplica-se cada vez mais a pessoas mais velhas e não apenas a jovens. P. S., que trabalhou muitos anos em tipografia, recebia cerca de 1500 euros. Foi despedido e esteve um ano e meio desempregado. Hoje, sujeita-se a um ordenado de 650 euros brutos...
Mercados Segundo resgate ganha mais peso

Analistas e a agência de rating Standard&Poor’s consideram que a possibilidade de Portugal vir a pedir um segundo resgate aumenta a cada dia que passa. Prova disso, salienta hoje o Diário Económico, é o facto de os juros exigidos pelos investidores para comparem dívida nacional terem alcançado ontem o nível mais elevado desde Novembro de 2012.
09:40 - 19 de Setembro de 2013 | Por Notícias Ao Minuto


Portugal perdeu uma boa oportunidade. Desde finais da década de 80/princípios de 90 entrou muito dinheiro no país proveniente da União Europeia. Ainda me recordo das tramoias e aldrabices dos cursos de formação profissional com fundos provenientes do Fundo social Europeu.
Foram muitos os desperdícios…
Portugal faz-me lembrar uma senhora pobre que de repente ganhou uma fortuna e que foi logo ao cabeleireiro arranjar as unhas e cabelo. De seguida à boutique comprar as melhores roupas, sapatos e por fim joias a condizer. Parecia outra. Tudo parecia estar a correr bem.

Foi pena terem lhe pedido para fazer um discurso.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Gémeos

Bolo Rei em campanha

Ontem vi o bolo rei em amena cavaqueira com os jornalistas após uma inauguração. Para além de muitas afirmações banais sobre os deveres e haveres da troika e dos esforços (que só ele vê) do governo em levar o barco a bom porto, apelou uma vez mais ao consenso – palavra esta que já me começa a enjoar – e tentou uma vez mais incluir o PS num comprometimento com as medidas do governo. Se é verdade que o PS negociou as condições com a troika – tal como CDS e PDS – também não deixa de ser verdade que nunca o quis fazer, sendo forçado após o chumbo do PEC4. Tantos planos de austeridade depois, será que o PS tem ainda a obrigação de ajudar no que quer que seja? Não me parece. Mas fica bem ao Presidente fazer estes apelos rotulando os dirigentes do PS como uns irresponsáveis.

As avaliações da Troika

Tendo em consideração que estamos a menos de um ano de “teoricamente” ficarmos livres do “gestor de insolvência” que é a troika, é interessante analisar algumas premissas colocadas, ou melhor, definidas pelo gestor em concordância com a “administração” (o governo). 1.º O desemprego não ultrapassar os 13%. Já esteve perto dos 18, agora com o verão baixou para 16,9%. 2.º O endividamento externo não deveria ultrapassar os 120% do PIB, já ultrapassou os 130%. 3.º As metas do défice, eu nem consigo resumir uma vez que foram todas furadas, revistas e furadas novamente. 4.º O país deveria ser capaz de voltar ao mercado da dívida sem ajudas, o que me parece de todo impossível uma vez que as taxas de juros subiram e se encontram em valores semelhantes há data do primeiro resgate: 7,2%. É certo que ainda nos faltam 10meses, mas para cumprir tudo o que foi delineado, significaria que teríamos de “desenrascar” 200mil postos de trabalho, coisa pouca, mais ou menos 62 “AutoEuropas”, o que daria muito jeito no PIB, uma vez que 1AutoEuropa representa à economia actual – de rastos – 2% do PIB. Assim, com 62 AutoEuropas o nosso PIB cresceria 124%, ou seja o nosso endividamento cairia para 50% e, como é óbvio, com receitas de IRC de 19% deixaríamos de ter défice de 4,5% e passaríamos a ter superavit de 14,5%, ou seja resolvíamos o problema do défice e do endividamento, pois não precisaríamos dos mercados. Dito assim, parece maravilhoso e simples. Se eu estivesse em campanha eleitoral era capaz de enganar uns quantos com este discurso simplista e celestial. A verdade é que nem na europa toda devem existir 62 “AutoEuropas”…

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

A decisão da CNE

Felizmente ainda existem pessoas com visão de estado neste país. Um bem-haja para os que dentro da CNE decidiram a favor dos pequenos partidos. Infelizmente, como este país é dos espertos, vieram logo os directores de informação dos canais generalistas dizer que não iam cumprir com o estipulado pela CNE. A verdade é que não lhes interessa. Este país está de facto refém deste mega lóbi político que controla os media, directa ou indirectamente através dos tentáculos de favores e amizades.
Ontem foi a vez de a RTP falar sobre Coimbra. Deu tempo de antena, em pleno telejornal, aos dois candidatos mais sonantes: coligação PSD/CDS e PS. A verdade, é que estes candidatos, devido aos cargos que ocupam e à máquina partidária que os sustenta são os que menos necessitam desta publicidade grátis. Como é que querem diversidade política se não protegem o aparecimento de diferentes candidaturas? De pessoas que não têm o dinheiro suficiente para ombrear com a máquina instalada?
E depois, são os mesmos canais, que através dos seus comentadores políticos vêm dizer que não existem alternativas! Pudera, sufocam-nas ainda antes de nascerem!!

O embuste da convergência das pensões da CGA

Tem sido o tema dos últimos dias. É também uma das medidas com que Pedro Passos Coelho pretende brindar os antigos funcionário públicos, em jeito de vingança: não posso despedir os actuais, malho nos ex.
Já expliquei neste blog o porquê esta dita convergência ser falaciosa, obviamente que uma pensão de um juiz não se compara à pensão de um trabalhador fabril – por exemplo têxtil – que recebe o ordenado mínimo. Para além do absurdo de comparar o que não é comparável, peço, já agora, e se quiserem fazer um debate sério, que comparem os anos de descontos dos reformados da função pública com o regime geral da Segurança Social, e os valores descontados… Pois!! É que se hoje as pensões são maiores, no passado os descontos também foram superiores. A questão essencial é saber se o cálculo das pensões foi justo e seguindo as regras, se sim, não vejo razão, ou melhor justiça, em reduzir agora as pensões dos mesmos.
Ontem vi o secretário (o carrasco de serviço) Hélder Rosalino na televisão, a justificar o corte das pensões com a necessidade de garantir pensões para os futuros reformados da função pública. Mais uma estupidez que, infelizmente, os órgãos de comunicação social em Portugal não analisam de forma imparcial. A verdade é que no contexto actual, nunca será possível garantir as pensões da CGA para as gerações futuras, pelo menos nos próximos 30 anos. Porquê? Muito simples. No primeiro Governo Sócrates reduziram-se 72mil funcionários públicos, por via de reforma, sem direito a “reposição de stock”, ou seja com a política de por cada dois funcionários que saem entra 1. Nesta legislatura de PPC já saíram 50mil. Mas o objectivo é chegar aos 100mil. Ora enquanto saírem mais do que os que entram, a sustentabilidade da CGA nunca estará garantida, por isso é utópico pensar que as contribuições actuais vão conseguir cobrir as pensões. A agravar que quem entra tem uma remuneração muito inferior a quem sai e que nos últimos anos as promoções e aumentos salariais têm estado congelados.
Na verdade o que o estado quer é despedir funcionários e colocar os outros – os que ficam - a pagarem o despedimento dos antigos colegas. Isto parece-me muito pouco ético, democrático e saudável. Para além de que, parece que os únicos beneficiados da existência de funcionários públicos neste país, são os próprios, e não a sociedade toda que justifica este país. Se a sociedade justificou em tempos a existência destes funcionários públicos, não vejo porque motivo, não tenha de ser a sociedade toda também a pagar o seu despedimento.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Sebastião Antunes

Merece o nosso destaque no Blog - Sebastião Antunes  e a Quadrilha - nesta versão gravada para a Antena1 , acompanhado apenas por um exemplar acordeão.

Santander processa IGCP

A trapalhada dos SWAP parece não ter fim. Depois de se saber que alguns dos documentos foram convenientemente destruídos 3 anos apenas da sua elaboração, agora é a vez do Banco Santander Totta, abrir um processo judicial contra o IGCP. Ao que parece o Banco sentiu-se prejudicado pelo que veio à praça pública, nomeadamente ganhos com contratos SWAP, que pelos vistos, no caso deles não geraram assim tantos ganhos como os que foram ventilados. A agravar está o facto de o próprio banco, muitos meses antes da polémica estar, ter-se oferecido para rever os mesmos, não tendo obtido reposta por parte do instituto que, no auge da tormenta colocou todos no mesmo saco, tratando-os por igual. A verdade é que um Banco é uma entidade que vive muito de uma imagem de credibilidade e confiança, pelo que é natural e compreensível que não queira ver-se arrastado nesta trapalhada. Bem-haja por isso, porque a verdade, é que neste país nada do que parece é e vindo desta gente que está no governo, que um dia mente e no seguinte diz que não mente, tudo é possível. Não me admirava que muito desta trapalhada toda, fosse mais fumo que fogo. Haja alguém que os chame à responsabilidade, não só pelas suas decisões como pelas suas palavras.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O chumbo do TC e o discurso de Passos

Após a decisão - esperada - do Tribunal Constitucional, Passos, pensando pela sua cabeça ou sendo pau mandado de outros, veio com um discurso fácil e demagogo, culpando os outros pela sua incompetência e pela falta de preparação e conhecimento das regras do jogo. Apetece-me até dizer que me suou a chantagem e cruzada contra esse ser extraterrestre e soberano que é o TC. No mínimo ridículo, mas que, passado em 5min no telejornal, sem explicação do que é a constituição, até é capaz de colar no povo inebriado em telenovelas – ao almoço, antes do jantar e depois do jantar até madrugada. Para mim o discurso proferido, transmite uma (má) sensação de ditador de meia tigela. Porque a constituição existe para definir as linhas, as guias mestras, com que se quer conduzir esta sociedade - este país. Ao TC compete verificar se os executantes cumprem com elas. Caso contrário estaríamos vulneráveis a que qualquer doido que chegasse ao poder, fizesse o que lhe desse na telha! Por isso, se Passos não gosta da constituição do seu país e quer pôr e dispor como bem lhe apetece, então sugiro que troque de país. Existem uns bons para os lados do Vietnam ou em África, em que o governante pode fazer o que lhe apetece. Também acontece, por vezes, chatearem-se e cortarem a cabeça do governante e familiares... O argumento de que em "tempos difíceis os juízes deviam ser sensíveis" e contornar a constituição, ou melhor, não a cumprir ou aplicar – não esquecer que a constituição é Lei base da nossa sociedade- é tão estúpido que nem posso acreditar no que ouvi. É que pelo mesmo argumento eu posso ter a sociedade a recusar-se a pagar impostos (porque em tempos de crise o Ministério das Finanças deve ser sensível), os criminosos a exigir sensibilidade aos juízes e polícias (porque em tempos de crise devem de ser sensíveis) etc. etc. Conclusão: em tempos de crise, vale tudo e não precisamos de leis. É a lei da selva. Isto de facto faz-me lembrar qualquer coisa... uhm. Já sei. A chegada de Hitler ao poder na Alemanha. Um país em crise, afogado em dívidas contraídas na 1ª guerra, mergulhado na miséria e desespero em que o populista e demagogo Adolf, veio com a mesma conversa: em tempos de crise vale tudo, incluindo matar e roubar. Que existam doidos, não me espanta. Que haja uma comunicação social e uma sociedade complacente com eles, é que me espanta revolta e entristece.