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terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Autárquicas 2017

Confesso que fiquei estupefacto com a notícia da possibilidade do PSD não apresentar nenhum candidato à presidência da Câmara Municipal de Lisboa e apoiar a candidata do CDS-PP Assunção Cristas. Nem sei muito bem o que pensar disto. Estamos a falar da capital do País, não estamos a falar de uma autarquia qualquer do interior. Não haverá ninguém, nos mais de 35mil filiados no partido que se chegue à frente para dar a cara pelo partido? Ou será que Passos Coelho não quer?
Segundo ouvi nas notícias, foram realizadas sondagens para ver qual dos membros do partido teriam maiores possibilidades de derrotar o “todo poderoso” Fernando Medina nas próximas eleições. Pelos vistos chegaram à conclusão que nenhum dos nomes lançados para candidatura obtiveram grandes resultados na sondagem. O problema é que as sondagens podem ser sempre manipuladas, basta para isso começar com um mau nome. Por exemplo falaram em Maria Luís Albuquerque, Miguel Relvas e Luís Montenegro. Mas qual destes o melhor? Nem consigo dizer qual destes gozará de maior popularidade depois do governo de ideologia “garrote”, que foi o do PSD, onde todos estes ilustres participaram.

Se é para lançarem este tipo de candidato, então de facto mais vale estarem quietos. Não percebo é porque não lançam um outro tipo de candidato que nada tenha tido com o anterior governo. Será que Passos não quer novos protagonistas no partido? Estará disposto a abdicar de um candidato para não ter oposição dentro do partido? Isto parece um pouco "totalitarista" e um erro enorme para o partido que poderá ter consequências graves na sua mobilização. 

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Jogos Olímpicos – Rio 2016

Sempre que se inicia esta prova desportiva os portugueses enchem-se de esperanças nos seus atletas, como se não houvesse concorrência. Este histerismo, pouco fundamentado, porque muitos dos atletas que chegam aos jogos, chegam com os mínimos de qualificação mas sem grandes títulos na sua carreira, dá lugar a uma frustração também bem ela sem qualquer sentido. É dizer mal das pessoas, dos técnicos, da organização, dos dirigentes do comité olímpico, tudo está mal.
Eu relembro que a maioria das medalhas conquistadas tinham por trás picos de forma de atletas que chegaram a títulos de campeão europeu ou mundial. Quantos conseguiram estes títulos antes de chegarem aos jogos? Quantos dos que lá estão são o n.º 1 do ranking mundial?
Isto lembra-me um pouco a história da cigarra e da formiga. O país não investe no desporto, tirando o futebol e depois quer títulos. Os atletas que sobressaem no desporto português fazem-no devido à sua dedicação ou carolice dos pais. Hoje já vemos algumas escolas, principalmente privadas, com piscinas para os seus alunos, com infraestruturas desportivas interessantes. Ainda assim, não há um recrutamento específico e mesmo que o haja é necessário que depois haja competição. Não posso comparar o desporto chinês, norte coreano e afins, mas posso dizer que noutros países desenvolvidos como EUA, os liceus estão dotados das infraestruturas e de equipas organizadas em que os jovens em vez de praticarem vários desportos em “educação física”, optam por um desporto e focam-se nele, pois as escolas têm equipas.
Aqui em Portugal, os desportistas não são alvos de um recrutamento jovem. Sãos os pais, um professor, ou dedicação que faz com que se desenvolvam até à idade de competir a nível internacional e então aí sim, são recrutados por alguns clubes que lhes dão uma pequena ajuda ao seu desenvolvimento. Mas até aos 20 anos estão por sua conta. Isto faz com que, volta e meia, lá surge um atleta que tem capacidades físicas próprias que fazem dele capaz de fazer a diferença, mas não há continuidade, porquê? Porque um Phelps é recrutado muito cedo, porque a aposta é feita tendo logo em análise o biótipo dos pais. Se os pais são “baixotes” nem sequer perdem tempo em formar o atleta. É outro estilo. No nosso caso, às vezes lá acontece que, o muito esforço, dedicação, sorte e forma física no momento, chega para conseguir uma medalha. Mas não há padrão. Já repetimos alguma medalha, na mesma prova com atletas diferentes? Acho que não. Vemos quenianos apostar nas maratonas ou corridas de fundo, jamaicanos nas de velocidade, vê-se um padrão.
O nosso histórico diz que, até à data, temos 24 medalhas: 

Olhando para a participação no Rio, sem contar com o Bronze de Telma Monteiro, ver duas atletas no top 10 do triplo salto feminino, Patrícia Mamona (6ª) e Susana Costa (9ª), parece-me muito bem. Um pequeno país como o nosso ter 2 atletas no top 10? N. Évora no 5º? 4º lugar no k2 1000, 5º no k1 1000? 10.º no ciclismo de estrada? 7.º no contra-relógio ciclismo? 14.º nos 400m estilos? 9.º na canoagem Slalom C1? 5.º no Ténis de mesa? 5.º no triatlo? Puxa.. parece-me muito bem para quem aposta tão pouco no desporto.

Tenho esperanças que no futuro o triplo salto venha a ser uma modalidade com continuidade, vejo aqui padrão, tal como a canoagem fruto de termos o maior/melhor construtor de canoas do mundo “Nelo”. Não é por acaso que temos tido boas participações nesta modalidade. De resto, limito-me a esperar uma gracinha de um “cabeçudo” qualquer que insiste em trazer uma medalha com o nossa bandeira ao peito contra todas as probabilidades. Bem hajam pela esperança, esforço, carolice e dignidade no desporto. Desde que não acusem doping - isso sim seria vergonhoso - para mim chegam muito bem estes resultados. 

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Golpe ou farsa na Turquia

Quando na passada sexta-feira dia 15 de Julho, ao princípio da noite surge a noticia que estaria a decorrer um golpe de estado na Turquia, vi-me surpreendido e curioso com o que se estaria a passar. Seria mesmo verdade? Iria resultar? Quem estava por trás deste golpe militar? Seriam melhor ou pior que Erdogan? Será que, do mesmo mal que padeceu a Syria, estaria agora a chegar a vez da Turquia?
Bom, na verdade, nessa mesma noite, pouco depois do dito “golpe de estado”, já o presidente e o primeiro-ministro turcos enviavam comunicados a referir que o “golpe” tinha fracassado. Pensei para mim: estranho, imprudente… rápido? Fiquei um pouco baralhado.
No dia seguinte de manhã a notícia já não era o “Golpe de Estado” mas sim, as mortes e principalmente os detidos! O número de traidores detidos!
O número tem vindo a aumentar e chegou aos 7.500. Dentro deste número cabem militares e juízes do tribunal constitucional que se opunham à alteração da constituição, tão insistentemente proclamada por Erdogan, que na opinião do presidente, dá-lhe poucos poderes e pouco tempo de mandato. Uhmm…

Quando começo a pensar nisto, mais o facto de na Turquia, que foi fundada sobre o princípio de uma democracia laica, se estar neste momento e pela mão de Erdogan, a fomentar o Islão e levar a questão religiosa para o governo e para a nação, começo a temer o pior para aquele país. É impossível dissociar isto de outros momentos históricos em que estes termos de “limpeza” foram utilizados, em que se inventavam traições para eliminar opositores, em que preenchiam lugares com pessoas de “confiança” cuja lealdade rege-se, não por princípios, mas pelo medo do que lhes pode acontecer também, caso o “presidente” se lembre de lhes “limpar” a pele…
Acho que assistimos não a um golpe de estado verdadeiro, mas uma reacção, uma tentativa de sobrevivência de alguém que foi ameaçado de “limpeza”. Hoje uns, amanhã serão outros, pela perpetuação do líder, pelo culto da personagem, pelos ideais de alguém, de um louco ou visionário. A história diz que poderes absolutos são perigosamente dependentes da sanidade mental de quem conduz o destino de um povo.
Vou esperar. Escrevi este post para não me esquecer de vir aqui confirmar quando um dia, pode ser daqui por um ano, ou dois, surgir a notícia de que Erdogan conseguiu finalmente, ou tentou novamente, alterar a constituição da Turquia. Nessa altura vou-me lembrar da “farsa”.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Comissão de Inquérito à Caixa Geral

Numa altura que foi aprovada no parlamento português uma comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos, não posso deixar de escrever algo sobre este assunto. Qual a real necessidade de proceder a uma investigação à gestão da Caixa para perceber as necessidades de capitalização do Banco quando PSD/CDS, os proponentes de tal investigação, estiveram no governo nos últimos 4anos e, por isso, tiveram acesso (caso quisessem) aos dados do Banco??
A resposta talvez seja simples, ambos sabem o que se passa no banco e que possivelmente muita lama virá à praça pública. Não nos podemos esquecer que Passos Coelho e companhia, até ao primeiro ano de legislatura, foram testando a reação pública a uma possível privatização da Caixa Geral de Depósitos. Numa fase em que o governo tenta a todo o custo reverter as medidas de austeridade e compatibilizá-las com a redução do défice solicitada pelos credores, eis que a capitalização da caixa e a respectiva comissão de inquérito se perfilam como uma bomba capaz de instabilizar as contas do Governo. Vale tudo para regressar ao poder e para atingir objectivos, mesmo que isso signifique colocar o país de rastos. Como reagirão os mercados e investidores quando se souber que a caixa, que está tecnicamente falida, tem servido como esconderijo de dívidas, de créditos mal parados, de esponja absorvente de lixos tóxicos de BPN’s, BPP’s, BES e Banif’s e de muitas empresas do estado?? Que tem havido gestão danosa propositada? Que se escondem contas dos credores? Bom para nós não vai ser…

Parece-me a mim que, qual casca de banana, PSD e CDS lançaram esta comissão de inquérito à gestão da Caixa e que o Bloco de Esquerda, na sua ânsia de brilhar, vai tropeçar nela.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Futebol e TV - Parte II


Fonte: Abola

Ainda sobre as transmissões televisivas, não posso deixar de concordar com as declarações de Manuel Machado - treinador no Nacional da Madeira - quando referiu que os acordos conseguidos pelo Benfica, Porto e Sporting eram muito bons para os grandes mas muito maus para os pequenos clubes. Que os grandes ficariam ainda maiores e os mais pequenos cada vez mais pequeninos.
De facto a centralização dos direitos televisivos e respectiva distribuição de receitas através de factores de ponderação estão na origem da revolução que aconteceu nos últimos dois anos no futebol Inglês.
Agora não são só os grandes que compram bons jogadores, vemos pequenos clubes a darem 10, 20 ou 30 milhões por jogadores que há uns anos seria impensável.
Temos por isso uma Premiere League muito competitiva pois a diferença de orçamentos, apesar de ainda ser grande, não é abismal. 500milhões para 80 milhões é uma diferença de 6,25 vezes.
Em Portugal, no ano em que o Olhanense desceu de divisão (2anos atrás), o Benfica venceu a liga com o orçamento de 95milhões e o Olhanense desceu de divisão com um orçamento de 1,9 milhões – com muito incumprimento à mistura – numa diferença que se cifra em 50x.

Com uma diferença financeira menor, sobressai quem melhor gere o seu dinheiro. Talvez por isso não seja de estranhar que, com vinte jornadas, clubes como o Leicester, West Ham, Crystal Palace, Watford, e Stoke City se encontrem na primeira metade da tabela. Clubes que sempre me lembro de ver a lutar por não descer.
No inverso temos o Everton, Chelsea, Newcastle e Aston Villa na segunda metade da tabela com algumas dificuldades.

Os pequenos ficaram maiores e os grandes mantiveram-se grandes, mas alcançáveis.