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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Fiscalidade... Verde????

Quando burlões vêm com discursos cheios de boas intenções, nós, devido a sua condição, desconfiamos sempre. A verdade é que mais uma vez disfarça-se um aumento de impostos sobre a égide ambiental.
Vão subir os impostos nos combustíveis e nos sacos de plástico. Relativamente aos combustíveis, Portugal já é dos países que mais carga fiscal pratica nos combustíveis, mas pelos vistos parece que não há limite. Se é fácil para o governo ir buscar dinheiro aos combustíveis, também é fácil para os transportadores aumentarem os preços e consequentemente os retalhistas. Já no que toca a pagar, vai custar aos consumidores. Ai se vai.
Quanto aos sacos de plástico, relembro que não existem em Portugal sacos de papel. Mais, é muito giro ver nos filmes americanos os actores chegarem a casa com sacos de papel, mas já alguém reparou nos sacos do lixo? Também são de papel? Não! É vê-los a ir aos caixotes metálicos colocar sacos pretos de lixo. Qual reciclagem qual carapuça! Quem quiser que a faça! Aqui está o cerne da questão. Querem que eu separe 5 tipos de lixo em casa a saber: orgânico, lixo comum, papel, cartão e vidro. E sacos para isto tudo?? Uma vez que vou frequentemente a supermercados onde os sacos são pagos a 3 cêntimos, já me ocorreu comprar um rolo de sacos de lixo. Qual não foi o meu espanto quando verifiquei que o preço unitário é de 8 cêntimos! Ou seja mais caro do que comprar os sacos de plástico das compras! Será que os do lixo também vão encarecer 8 cêntimos? Onde é que vamos colocar o nosso lixo??

Ou seja, tudo isto é uma hipocrisia porque “fiscalidades verdes”, ou melhor, fiscalidade educativa, faz sentido praticar quando se quer mudar hábitos da população, só que isso pressupõe a existência de alternativas! Quais são as alternativas aos combustíveis? Tirando os grandes centros urbanos, em que ainda assim os transportes são muito deficitários, no restante território os transportes públicos estão longe de se configurar como alternativa ao veículo próprio. E os sacos do lixo? Como é? É pagar! E não estrebucha!!

terça-feira, 4 de novembro de 2014

O logro do OE2015

Nas últimas semanas foi apresentado formalmente o orçamento de estado para 2015, já com poucas surpresas uma vez que os serventes do governo da comunicação social já se tinham encarregado uns dias antes de preparar o terreno para as patranhas dos mestres.
Não gosto de floreados, não gosto que me tentem enganar. Mais uma vez é isso que sinto das medidas apresentadas pelo governo. Querem apresentar medidas boas para os resultados eleitorais mas, como não há margem, decidiram fazer uma propaganda para as boas medidas (ainda assim muito reduzidas), menosprezando as más medidas.
A redução do IRS para as famílias numerosas é pura e simplesmente ridícula. 1% de mil euros dá 10 euros. Sabem quanto custa um pacote de 60 fraldas dodot em promoção? 10 euros. Por mês são necessários 2 a 3 pacotes. Já não falo da alimentação, do pediatra, das vacinas fora do plano nacional de saúde, da roupa, cremes e utensílios. Isto é tão ridículo que mais valia que estivessem calados. A hipocrisia é ainda maior, quando as mesmas pessoas que ganham 1000 euros/mês, e como tal já são consideradas ricas, porquanto não têm, isenção de IMI ou acesso a tarifas sociais etc., vão ser as mesmas que vão ver aumentar o mesmo IMI, 5 cêntimos nos combustíveis e mais 8 cêntimos por cada saco.

Eu moro em Lisboa, a 25 km do meu posto de trabalho e tenho um carro cujo consumo por km é dos mais baixos, 5,5L/100 km. Gasto em média 80 litros/mês o que dará +4 euros por mês. Se a isto passar a somar a compra de sacos - sim porque vamos ter de os comprar, onde é que querem que coloque o lixo? – mais o aumento do IMI, aposto que para o ano as famílias numerosas vão ter menos dinheiro em casa, mesmo com a “abébia assombrosa” no seu IRS… Tenham vergonha!