Oxfam: as 85
pessoas mais ricas do mundo possuem mais riqueza do que 3,5 bilhões de
habitantes do planeta, isso é obsceno.
O Fórum Econômico Mundial de Davos começa, e as reclamações
da OXFAM sobre a crescente desigualdade tem sido impulsionada pela tomada do
poder pelos mais ricos.
As pessoas mais ricas do mundo não são conhecidas por viajar
de ônibus, mas se pensando em uma mudança de cena, as 85 pessoas mais
ricas do globo – que controlam tanta riqueza quanto a metade mais pobre
da população mundial juntos, ou seja 3,5 bilhões de seres humanos – poderia se
espremer em um único double-decker (n.t. um ônibus de dois andares).
Tradução, edição e imagens: Thoth3126@gmail.com
Com a aproximação do Fórum Econômico Mundial, (n.t. uma
reunião da elite mundial) a ser realizado em Davos, na Suiça, reivindicações da
OXFAM – (Oxford Committee for Famine Relief -Comitê de Oxford de Combate à
Fome) pede maior cooperação para o desenvolvimento e o fim da desigualdade
entre ricos e pobres.
A medida em que tanta riqueza global tornou-se entesourada
por um punhado virtual da chamada ‘elite global’, o assunto está
exposto em um novo relatório da Oxfam desde a segunda-feira, dia 20 de
janeiro. Ele adverte que aquelas 85 pessoas mais ricas em
todo o globo compartilham uma riqueza combinada de £$ 1 trilhão de
libras(RS$ 3,898 trilhões de reais), tanto quanto as demais 3.5 bilhões de
pessoas mais pobres da população do mundo.
A riqueza dos 1% mais ricos do mundo equivale a US$ 110
trilhões, ou 65 vezes mais do que a
metade mais pobre do mundo, acrescentou a instituição para o desenvolvimento da
caridade, que teme que esta concentração de recursos econômicos está ameaçando
a estabilidade política e dirigindo-se as tensões sociais em vários países.
Winnie Byanyima, o director-executivo da Oxfam, que vai
participar das reuniões de Davos, disse: “É impressionante que, em pleno século
21, metade da população do mundo – que são três e meio biliões de pessoas – não
possuem mais do que uma pequena elite cujo número poderia caber
confortavelmente em um ónibus de dois andares”.
A Oxfam também argumenta que isso não é acidente. A crescente desigualdade de riqueza tem sido impulsionada por uma “tomada
de poder” pelas elites ricas, que cooptaram o processo político para defraudar as
regras do sistema económico em seu favor.
No relatório, intitulado Working For The Few (
resumo aqui ), a Oxfam advertiu que a luta contra a pobreza
não pode ser vencida até que a desigualdade da posse de riqueza tenha
sido abordada.
AS DEZ PESSOAS MAIS RICAS DO MUNDO:
Carlos Slim Helu – (Telecom Mexico) £44.6bn
Bill Gates - (Microsoft US) £41bn
Amancio Ortega - (Zara Spain) £34.8bn
Warren Buffet - (Berkshire Hathaway US) £32.7bn
Larry Ellison - (Oracle US) £26.3bn
Charles Koch – (Diversified US) £20.8bn
David Koch - (Diversified US) £20.8bn
Li Ka-shing – (Diversified Hong Kong) £19bn
Lilian Bettencourt & family - (l’oreal France)
£18.3bn
Bernard Arnault & family - (LVMH France) £17.7bn
“Ampliando a desigualdade é a criação de um círculo vicioso,
onde a riqueza e o poder estão cada vez mais concentrados nas mãos de muito
poucos, deixando o resto de nós a lutar por migalhas que eventualmente caiam de
cima da mesa dos mais ricos”, disse Byanyima.
Byanyima explicou:
“Nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, estamos cada
vez mais vivendo em um mundo onde as menores taxas de imposto, o melhor acesso
a saúde e a melhor educação e as oportunidades de influência estão sendo dados
não só para os ricos, mas também para os seus filhos e descendentes".
“Sem um esforço concentrado para combater a desigualdade, a
cascata de privilégio e de desvantagens continuará ao longo das gerações. Em
breve, viveremos em um mundo onde a igualdade de oportunidades é apenas um
sonho. Em muitos países, o crescimento económico já equivale a pouco mais do
que o “vencedor leva tudo”, com lucros extraordinários para os muito mais
ricos. “
O relatório da Oxfam revelou que ao longo dos últimas
décadas, os ricos têm exercido com sucesso influência política para distorcer
políticas em seu favor em questões que vão desde a desregulamentação
financeira, os paraísos fiscais, práticas comerciais anti-competitivas para
reduzir as taxas de imposto sobre os seus rendimentos elevados e cortes em
serviços públicos em detrimento da maioria da população. Desde o final de
1970, as taxas de impostos para os mais ricos caíram em 29 dos 30 países para
os quais existem dados disponíveis, segundo o relatório.
Esta “captura de oportunidades” pelos ricos à custa dos mais
pobres e da classe média levou a uma situação em que 70% da população mundial
vive em países onde a desigualdade aumentou desde a década de 1980 e 1% das
famílias possuem 46% da riqueza mundial – quase £$ 70 trilhões de libras.
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