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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

“Miró longe”


O estado “herdou” do BPN 85 obras do mediático pintor catalão (Miró) e prepara-se para as despachar num leilão em Londres a decorrer dia 4 e 5 de fevereiro.

Felizmente ainda há gente com cabeça neste país e lá se juntaram 8.100 alminhas que assinaram uma petição contra a venda das obras de arte e manutenção das mesmas em Portugal.

De facto a falta de visão de quem manda neste país é atroz. Talvez não seja falta de visão, mas sim interesses em demasia. Há sempre dinheiro a escorregar nestas coisas.

Não sei qual a estimativa do valor da colecção, mas uma coisa eu sei: nos países desenvolvidos compra-se arte, artefactos e antiguidades, criam-se museus com entradas pagas e gera-se receita. O que atrai as pessoas à Igreja de Santa Maria delle Grazie em Milão? A última seia de Leonardo Da Vinci (20euros). Quantas pessoas entram no Louvre apenas pela Mona-Lisa? Ou quantas pessoas visitam o Museu D’Orsay pelas obras pelos consensuais Van Gogh, Monet, Manet, Renoir e também pelos menos consensuais Paul Gauguin e Gustav Klimt?

Poderão dizer que deveríamos promover os nossos. É verdade que sim. E querem melhor forma  que aproveitando o mediatismo alcançado por outros (independentemente do gosto), como é o caso de Miró? Lembro-me que recentemente a colecção de Graça Morais esteve para perder o espaço em Cascais (não sei se não perdeu mesmo), mas já pensaram no potencial que teria uma galeria com artistas tão diferentes como Miró e Graça Morais? Tantos palácios e conventos a cair de podre por este país fora sem conseguir atrair visitantes que justifiquem a sua reabilitação e manutenção e deixa-se fugir do país uma substância destas?

Cristiano Ronaldo abriu um museu no funchal e a atracção turística não se limita aos portugueses, muitos estrangeiros têm visitado o espaço. Será que vamos continuar a desperdiçar fontes de receita? Ronaldo, faz um favor à malta e compra-me os quadros de Miró e coloca-os no Funchal. Vais ver que além de velhinhos que gostam de beber o seu chá, vinho madeira e passear nas levadas, a Madeira começa a atrair outro tipo de turista, mais virado para a arte. É sempre bom abrir o leque de opções.

Será que alguém do estado perguntou a algum português se queria as obras? A alguma Câmara Municipal? E porque é que o leilão tem de ser em Londres e não aproveitam para promover a cidade de Lisboa para este tipo de evento?

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