O estado “herdou” do BPN 85 obras
do mediático pintor catalão (Miró) e prepara-se para as despachar num leilão em
Londres a decorrer dia 4 e 5 de fevereiro.
Felizmente ainda há gente com
cabeça neste país e lá se juntaram 8.100 alminhas que assinaram uma petição
contra a venda das obras de arte e manutenção das mesmas em Portugal.
De facto a falta de visão de quem
manda neste país é atroz. Talvez não seja falta de visão, mas sim interesses em
demasia. Há sempre dinheiro a escorregar nestas coisas.
Não sei qual a estimativa do
valor da colecção, mas uma coisa eu sei: nos países desenvolvidos compra-se
arte, artefactos e antiguidades, criam-se museus com entradas pagas e gera-se
receita. O que atrai as pessoas à Igreja de Santa Maria delle Grazie em Milão?
A última seia de Leonardo Da Vinci (20euros). Quantas pessoas entram no Louvre
apenas pela Mona-Lisa? Ou quantas pessoas visitam o Museu D’Orsay pelas obras pelos
consensuais Van Gogh, Monet, Manet, Renoir e também pelos menos consensuais Paul
Gauguin e Gustav Klimt?
Poderão dizer que deveríamos
promover os nossos. É verdade que sim. E querem melhor forma que aproveitando o mediatismo alcançado por
outros (independentemente do gosto), como é o caso de Miró? Lembro-me que
recentemente a colecção de Graça Morais esteve para perder o espaço em Cascais
(não sei se não perdeu mesmo), mas já pensaram no potencial que teria uma
galeria com artistas tão diferentes como Miró e Graça Morais? Tantos palácios e
conventos a cair de podre por este país fora sem conseguir atrair visitantes
que justifiquem a sua reabilitação e manutenção e deixa-se fugir do país uma
substância destas?
Cristiano Ronaldo abriu um museu
no funchal e a atracção turística não se limita aos portugueses, muitos
estrangeiros têm visitado o espaço. Será que vamos continuar a desperdiçar
fontes de receita? Ronaldo, faz um favor à malta e compra-me os quadros de Miró
e coloca-os no Funchal. Vais ver que além de velhinhos que gostam de beber o
seu chá, vinho madeira e passear nas levadas, a Madeira começa a atrair outro
tipo de turista, mais virado para a arte. É sempre bom abrir o leque de opções.
Será que alguém do estado
perguntou a algum português se queria as obras? A alguma Câmara Municipal? E
porque é que o leilão tem de ser em Londres e não aproveitam para promover a
cidade de Lisboa para este tipo de evento?
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