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terça-feira, 9 de janeiro de 2024

QUE NÃO SEJA TARDE DEMAIS!

A propósito das alterações climáticas provocadas pelo aquecimento global, gostaria de dizer que não se ouve falar muito sobre o assunto.

Isso parece querer dizer que não se espera que daí venha um grande problema.

No entanto, são vários os autores e cientistas que parecem preocupados, e incansáveis de alertar para as consequências dramáticas que advêm se a temperatura ultrapassar os dois graus centigrados, tornando-se catastrófico se chegar aos 3 e difícil de imaginar como seria se ultrapassasse os 4.

Pessoalmente, incomoda-me mais do que a falta de discussão sobre o assunto, estar-se a fazer muito pouco para mitigar o aquecimento global, confirmado pelo facto dos valores dos gases com efeito de estufa, continuarem a aumentar ano após ano.

A principal explicação que tenho encontrado para justificar tamanha passividade prende-se com o facto de as medidas contra as alterações climáticas não produzirem efeito no curto/médio prazo.

Ou seja, muito dificilmente as medidas que os políticos tomarem no presente produzirão resultados no tempo dos seus mandatos.

Como já li algures, as condições climáticas de hoje são consequência das ações humanas de há vinte anos. É o tempo de leva a produzir efeito.

Logo, as ações de hoje só serão sentidas daqui a 20 anos (sensivelmente).

Portanto, não dá votos!

Por outro lado, dizem também alguns especialistas, não é fácil que seja percecionado como um perigo, algo que ainda não o é.

Sim, é verdade que temos tido longos períodos sem precipitação e depois parece que chove tudo num só dia.

Ou que os incêndios são cada vez mais difíceis de controlar.

E que nalgumas regiões já se fala em racionar a água ou construir dessalinizadoras.

Mas nada disso parece, pelo menos para já, suficientemente motivador para convencer a esmagadora maioria dos eleitores a abdicar de exigências relativas à melhoria do nível de vida, e em particular do poder de compra, por significativos investimentos em medidas para mitigar o aquecimento global.

Para agravar a situação, o combate ao aquecimento global depende do envolvimento de muitos, para não dizer de todos.

Claro que há atividades muito mais poluentes, assim como países mais responsáveis do que outros, mas o que se tem visto é uma clara primazia para o crescimento económico, e que os países não tencionam tomar medidas que os atrasem face aos principais competidores.

Alguém imagina os EUA a preocuparem-se mais com o clima do que com a China? Ou vice-versa?

Mas o ponto mais importante de todos, é que mesmo com preocupações económicas já era possível, já temos capacidade tecnológica e financeira, para fazer muito mais.

Se não estamos a fazer o que podíamos, e se não se sente muita preocupação no ar, talvez seja porque o aquecimento global só é um problema na cabeça de alguns.

Ou então, os decisores estão à espera de que se torne grave para que a população assustada exija finalmente a tomada de medidas.

Se assim for, tornar-se-á no grande negócio.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

 AQUECIMENTO GLOBAL

A propósito do aquecimento global, procurei tentar saber se houve, em tempos passados, períodos em que a Terra tenha aquecido de modo idêntico ou superior ao que vivemos atualmente.

Encontrei dois períodos, um há relativamente pouco tempo, e outro, muito antes de surgirem os primeiros primatas.

Nunca o homem ou qualquer hominídeo viveu um período tão quente quanto o que vivemos atualmente, e o planeta ainda não parou de aquecer (nem sabemos quando vai parar).

Falemos um pouco sobre esses dois períodos:

O PERÍODO QUENTE MEDIEVAL

Um dos argumentos mais citados pelos céticos do aquecimento global é que o Período Quente Medieval (800-1400 d.C.) foi tão ou mais quente do que hoje.

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Desde o aquecimento do início do século, as temperaturas têm subido muito além das alcançadas durante o Período Quente Medieval na maior parte do globo. O Relatório da Academia Nacional de Ciências de 2006, considerou plausível que as temperaturas atuais sejam mais quentes do que durante o Período Quente Medieval. Outras evidências obtidas desde 2006 sugerem que mesmo no Hemisfério Norte, onde o Período Quente Medieval foi mais evidente, as temperaturas atuais estão além das experimentadas durante a época medieval (Figura 1). Isso também foi confirmado por um importante artigo escrito, em 2013, por 78 cientistas representando 60 instituições científicas ao redor do mundo.

Em segundo lugar, o Período Quente Medieval tem causas conhecidas que explicam a escala e o padrão do aquecimento. Está claro para os cientistas agora que o Período Quente Medieval ocorreu durante uma época em que a radiação solar estava acima da média e a atividade vulcânica abaixo (ambos resultando em aquecimento). Uma nova evidência também sugere que mudanças nos padrões de circulação oceânica tiveram um papel importante ao levar águas mais quentes para o Atlântico Norte. Isso explica muito do extraordinário aquecimento da região. Essas causas de aquecimento contrastam significativamente com o aquecimento atual, que nós sabemos que não pode ser causado pelos mesmos mecanismos.

No geral, nossas conclusões são:

a) Globalmente as temperaturas estão mais quentes do que estiveram durante os últimos 2.000 anos, e

b) as causas do aquecimento Medieval não foram as mesmas que causaram o aquecimento do final do século XX.


Figura 1: Reconstrução das Temperaturas do Hemisfério Norte por Moberg et al. (2005), mostrada em azul; Registro Instrumental de Temperaturas da NASA, mostrado em vermelho.

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Ver artigo completo em: https://skepticalscience.com/translation.php?a=4&l=10

 

TEMPERATURA DO PLANETA ATINGIU NÍVEIS LETAIS NO PERÍODO TRIÁSSICO

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Há 250 milhões de anos, temperatura na região tropical do planeta chegava a 60ºC, impedindo a vida nos trópicos do planeta

Os pesquisadores já sabiam que o aquecimento do planeta havia sido uma das principais causas da extinção em massa no final do Permiano, mas agora descobriram que níveis letais de calor foram responsáveis pelos cinco milhões de anos de dificuldades que se seguiram. Durante esse período a temperatura nos continentes na região dos trópicos variava entre 50 graus Celsius e 60 graus Celsius. No mar, chegava a 40 graus Celsius. “Já sabíamos que o aquecimento global estava ligado à extinção em massa do fim do Permiano, mas esse estudo é o primeiro a mostrar que temperaturas extremas impediram a vida de recomeçar nas baixas latitudes durantes milhões de anos”, disse Yadong Sun, pesquisador da Universidade de Leeds e um dos autores do estudo.

Antes da grande extinção, a Terra era intensamente povoada por plantas e animais, com uma grande população de répteis e anfíbios primitivos nos continentes e uma grande variedade de criaturas no mar. Após o aquecimento, a zona morta se estendeu por toda região tropical do planeta, que se tornou uma área extremamente quente e húmida. Foi o fim das florestas. Sobraram apenas pequenos arbustos e samambaias. Nenhum animal conseguiu sobreviver em terra. Os peixes e répteis marinhos fugiram para regiões mais frias, deixando os oceanos tropicais para serem habitados apenas por animais invertebrados, como os moluscos. Nesse período, as regiões polares se tornaram o último refúgio da biodiversidade.

Forno triássico – Para chegar a esse resultado, os pesquisadores analisaram os dentes de 15.000 Conodontes, peixes pré-históricos que se parecem com as enguias, encontrados no sul da China. Nesses animais, a quantidade de isótopos de oxigênio encontrada no esqueleto depende da temperatura do ambiente. Logo, por meio da análise química dos dentes os pesquisadores conseguiram prever a temperatura da Terra há milhões de anos.

Esse é o primeiro estudo a mostrar que a temperatura nos oceanos poderia chegar a letais 40 graus Celsius – uma temperatura tão elevada que a maioria dos animais morre e a fotossíntese não é mais possível. Para efeitos de comparação, hoje a temperatura média nos mares equatoriais vai de 25 a 30 graus Celsius.

Nunca ninguém havia ousado dizer que o clima do passado havia atingido níveis tão altos.

Se tivermos sorte, a atual tendência de aquecimento global não vai nos levar nem perto da temperatura de 250 milhões de anos atrás. Mas, se chegar, nós mostramos que a Terra pode demorar alguns milhões de anos para se recuperar”, disse Paul Wignall, professor da Universidade de Leeds e um dos autores do estudo.

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Ver artigo completo em: https://veja.abril.com.br/ciencia/temperatura-do-planeta-atingiu-niveis-letais-no-periodo-triassico

 

Tabela Do Tempo Geológico


Fonte: https://paleontologiaeevolucao.blogs.sapo.pt/eras-geologicas-938