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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Reforma do Estado

A menos de hora e meia de ouvirmos Paulo Portas no auge da sua carreira política a falar à nação de peito cheio e na pele de grande reformador e estadista, vou já deixar aqui escrito o que se vai passar. Vão-se ouvir palavras bonitas e frases cheias de sentido, tudo boas intenções, mas que não passam disso mesmo. Aliás o próprio nome do documento já inspira isso “guião da reforma” ou seja, são intenções … No fundo no fundo não difere muito das pessoas que apresentam excesso de peso. Todas sabem que têm de comer saudável e fazer exercício, mas concretizar… ui! Isso é outra história!.

Chicotada psicológica mas com estilo

Tal como eu profetizei há 2 meses, Costinha e Abel Xavier já foram chicoteados dos clubes que representavam, Paços de Ferreira e Olhanense respectivamente. Costinha conseguiu mesmo a proeza de deixar o clube na última posição, tendo falhado o acesso à fase de grupos da champions e, provavelmente, já fora da liga europa. É o que acontece quando a soberba sobe à cabeça. Os presidentes acham que por terem sido grandes jogadores e serem famosos que se enquadram no perfil de um “clube de bairro” e que vão fazer dele algo que não é: um grande. Este tipo de projecto cai pela base e estes, tal como eu referi neste blog, já caíram.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O Sr. ministro tem amnésia

Podia ser o título de um filme português, sobre política, tal como o filme protagonizado por Adam Sandler, sobre a sua namorada. O ministro da economia, o das cervejas - que veio substituir o outro, sim aquele do pastel de nata que diziam que não servia para nada e que não fazia nada, o Santos Pereira – parece que sofre de amnésia. Trocámos um inútil por outro igual, mas com uma imagem aparente de sucesso e com amnésia. Será que ficámos a ganhar? Parece-me que não. Entre o politiqueiro profissional com amnésia, que um dia diz que estamos a tratar de um programa cautelar e no outro dia diz que afinal não estamos e um aspirante a político que se abstinha de politiquice, escolheria claramente o segundo.

Cheira a gás

Moçambique há anos que figura nos países mais pobres do mundo e não há forma de subir no ranking apesar de lentamente subir nos rankings económicos. Com os contratos de exportação, quer de energia quer agrícola, firmados com a África do Sul e a aposta de empresários desse país, bem como os resultados da pesquisa de petróleo e gás natural na costa Moçambicana têm enchido o povo de esperança e de expectativas. Mas a verdade é que está tudo muito embrionário e há muita coisa para fazer que não se faz de um dia para o outro. O problema é que passar esta mensagem a um povo que vive em miséria há quase 40 anos, não é tarefa fácil. Ainda mais quando nos dias de hoje, os meios de comunicação existentes e a quantidade de informação disponível não têm nada a ver com o que existia há 15 anos atrás. Ouvem-se e prometem-se verdadeiros Jackpots (gás, petróleo e carvão) mas não se vê nada nas mãos. Os bolsos continuam vazios. Cresce a ânsia e a desconfiança, e a ignorância dá lugar à revolta. Moçambique é um caso actual da história da humanidade. Quantos povos não reagiram bem ao vil metal? Quantas famílias no quotidiano das nossas vidas não saem destroçadas por causa de uma potencial riqueza? Enquanto não havia nada, tudo calmo, assim que cheirou a gás…

terça-feira, 15 de outubro de 2013

“Machetada” no país

Apesar da minha tenra idade, já vi muito boa gente cheia de esperança e perspectivas nos seus pequenos investimentos - nos seus negócios. Vi muita gente com a vontade empresarial para triunfar no seu ramo de negócio. Vi também muita gente a falhar. Os motivos do falhanço? São vários. Ou porque o projecto era uma ilusão, por falta de sorte, por má localização, por impreparação da sociedade para aderir e também por falta de preparação do investidor. Ter vontade é meio caminho, mas não chega. É preciso preparação, é preciso ter a dinâmica certa, nem em demasia nem falta dela. E é preciso “ter jeito”. É preciso ter paixão pelo trabalho e não pelo dinheiro (que é totalmente diferente). São estes os ingredientes para a coisa correr bem. Quando olho para os nossos políticos não vejo nada disto, pelo que o futuro também não pode ser risonho. Vejo paixão sim, mas pelo dinheiro que entra no bolso deles. Rui Machete quis apaziguar e conseguiu criar tensão entre Portugal e Angola. E ele só queria apaziguar… Como já referi em textos anteriores, um estado fraco faz um país fraco. Um político que se rebaixa numa visita externa demonstra fraqueza do seu povo, do seu país, colocando-se a jeito para ser devorado. Foi isso que fez Machete. Rebaixou-se. E como os negócios, principalmente nos dias de hoje - os dias da globalização - são como a guerra, ou comes ou és comido, o nosso parceiro percebeu esta oportunidade excepcional para assumir a liderança e comer o fraco. Portugal precisa tanto de Angola como Angola de Portugal. No entanto, colocando-se a jeito parece que Portugal precisa mais de Angola do que o contrário. O país só tem a perder com isso. Numa altura tão complicada para o país, o que menos convinha era esta “Machetada” política e económica. No entanto, c om as recentes declarações de José Eduardo dos Santos, começo a temer o pior.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Entrevista a Passos Coelho

Ontem, depois de tanta polémica e publicidade não resisti a ver o programa que prometia colocar os portugueses a questionar directamente o primeiro-ministro. Aguentei quinze perguntas e mudei de canal. Algumas perguntas até tinham o seu interesse, mas as respostas eram uma tortura. Não tenho saco para ouvir Passos coelho a repetir sempre a mesma história da carochinha, que nos endividámos em demasia que não há dinheiro e que não podemos fazer nada sempre com o seu ar e voz professoral como quem ensina para burros… Para mim não dá. Gostei no entanto da intervenção do taxista, que ao ver o primeiro-ministro a rir-se das suas palavras retorquiu: “tá-se a rir? Olhe que isto não tem piada nenhuma!”. E não tem mesmo.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Fusão PT/OI

Desde que a PT vendeu a Vivo à telefónica e adquiriu 23% da Oi que já se falava na possibilidade de uma fusão. Foi agora anunciada. Resta saber o que isto traz de bom para nós Portugueses. A resposta é: um grande nada. Vamos por partes. Há 3 ou 4 anos, não me recordo bem, a PT com receio de uma OPA hostil por parte da Telefónica espanhola resolveu negociar com a mesma a venda da sua participação na Vivo por 7mil milhões. No entanto decidiram (dizem que José Sócrates teve um papel decisivo, mas acusam-no de tanta coisa que já me parece mais bode expiatório que outra coisa), adquirir 23% da Oi por 3,75 mil milhões. O problema é que trocou-se uma empresa a crescer e valorizar por outra moribunda. Em dois anos a Oi caiu de tal forma que hoje, toda ela vale 2,4mil milhões. Ou seja, quando a PT comprou as acções a empresa estava avaliada em 16mil milhões, no entanto dois anos depois vale 2,4mil milhões. Resumindo, alguém negociou muito mal e estava muito mal informado para entrar neste negócio. Percebe-se assim o porquê dos accionistas da PT andarem histéricos com o negócio ruinoso da Oi e a pressionarem para uma solução. Há uma máxima nos negócios e não é preciso ser “expert” na matéria para perceber: o desespero nunca gera bons negócios. Principalmente se do outro lado estão pessoas conhecedoras. Posso assim dizer que os brasileiros foram mais espertos. Acederam à entrada da PT na Oi (lembro dos discursos de Lula e Dilma a dizer que o investimento português era bem-vindo) pois era!! E de que maneira! Numa empresa a afundar a cada dia… Agora, com a batata quente na mão, os accionistas da PT não têm outro remédio que não seja ceder às exigências brasileiras ou acabam todos na lama. A minha pergunta é: e quanto vale a PT? Algum órgão de comunicação social referiu isso? É que se a Oi vale toda ela 2,4mil milhões, porque raio não faz a PT uma OPA hostil à mesma? Será que é proibido uma empresa Portuguesa comprar uma Brasileira? Na fusão considera-se que a PT vale 2mil milhões, o que se reflecte em 38% do futuro capital da empresa resultante da fusão. A mim pessoalmente parece-me um péssimo negócio, mas se fosse accionista como o BES e a Ongoing (que até vão ter lugar na administração) era capaz de gostar. Todos os negócios que metam Ongoing à mistura cheiram mal. É quase como um carimbo. Para terminar, relembro apenas que a PT detém o monopólio da rede fixa em Portugal. Se o montante da dívida resultante da fusão ascende a 13,9 mil milhões de euros, já se está a ver quem vai pagar. A PT tinha ainda, 40% da CVT (Cabo Verde), 51% da CST (São Tomé e Príncipe), 25% da UNITEL (Angola) , 34% da MTC (Namíbia) e 41,2% da Timor Telecom. Vai-se tudo, e com isso a capacidade negocial e de influência nesses países. E qualquer empresário sabe o quão importante é ter num país uma empresa âncora da mesma nacionalidade e as portas que isso abre.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

2ª Curiosidade das Eleições Autárquicas 2013

Vi ontem orgulhosamente um canal de televisão nacional – assim para o brega – a comunicar com pompa que o Telejornal Nacional tinha sido o programa mais visto no domingo de eleições. Tinham obtido 26,7% de share, o que mostrava a confiança dos portugueses na informação/sondagens dos resultados eleitorais transmitidos pelo canal. Até aqui tudo bem. O que estragou tudo – para mim claro – foi o que veio a seguir. “Liderámos também a seguir ao telejornal, com 36,8% de share com o lançamento da nova versão de Secret story n.º X”… Telejornal que, nessa estação televisiva, terminou pouco depois das 22h, enquanto que todas as outras estações, continuaram a transmitir resultados. Ou seja, o povo cagou para os resultados e mudou de canal – numa percentagem medonha - para ver um programa “muito” educativo… E depois queixam-se.

Curiosidades das Eleições Autárquicas 2013

Em tempo de crise perspectivava-se uma deslocação significativa da população às urnas de voto, ou não fosse esta a forma legítima de o povo manifestar o seu descontentamento com os partidos com representação expressiva no panorama nacional. No entanto, para grande surpresa de quem quer ser enganado, supostamente isso não aconteceu. A abstenção atingiu de facto os 47,40%, uma percentagem bem superior ao registado em 2009 (41%). Mas será que os portugueses viraram costas às eleições? Vejamos, em 2009 haviam 9.377.343 inscritos – diga-se que para um país com 10milhões, 93,77% da população ter mais de 18anos é grave – ou então encontram-se registados mais inscritos do que na realidade existem. Como se fala que o país está a envelhecer e existem poucos jovens, seria previsível que o número de inscritos diminuísse em 2013. Mas não aumentou: 9.497.404. Pode ser justificado pela longevidade da população mais velha, não sei… Mas considerando que nos últimos 3 anos saíram do país quase 300mil pessoas, em dados oficiais, fora os que não estão “oficialmente” a trabalhar no estrangeiro a abstenção é capaz de sofrer uma pequena variação. Entre emigrantes oficiais e não oficiais e idosos que já não se podem deslocar às urnas (tal como a minha avó que em 2009 ainda votou e este ano já não foi possível), estimo que os verdadeiros eleitores, não serão nem de perto nem de longe 9.497.404, como consta no site das autárquicas2013, mas muito provavelmente 8.500.000, ou menos. Este número daria então uma taxa de abstenção na ordem de 41%. O normal. Não basta olhar para os números, é preciso saber interpretá-los.