Qualquer pessoa que se interesse
pelos destinos do país e que preste alguma atenção aos nossos políticos,
certamente já se apercebeu que tudo o que o Portinhas promete em feiras, não
passa disso mesmo, promessas. Que tudo o que antes era prioritário, depois,
quando no poder, é esquecido e tudo o que é irrevogável pode passar, num piscar
de olhos, a revogável. A falta de caracter é a raíz do mal dos nossos partidos e que no CDS atinge o seu expoente máximo.
No CDS cultiva-se essa cultura
nos membros do partido a tal ponto que se cai no ridículo. A comissão europeia
recebeu uma queixa de Maros Sefcovic - “A comissão recebeu 312 perguntas
virtualmente idênticas de um único deputado, a perguntar acerca das relações da
EU com quase todos os países do Mundo”. O comissário eslovaco demonstrava a sua
preocupação com o estratagema que visa apenas inflacionar a actividade parlamentar
dos deputados europeus, sem consequências positivas para o desenvolvimento dos
trabalhos.
Ao que parece os “fura-esquema”,
como sempre, são portugueses e espanto dos espantos, deputados do CDS. As
alminhas, a saber Diogo Feio e Nuno Melo, neste último ano de mandato e talvez
devido à sua fraca participação nos outros três anos dos quatro que compõem o
mandato, desataram numa corrida desenfreada qual competição, de perguntas ao
parlamento. O problema é que, tal como a fábula da lebre e da tartaruga,
acordaram tarde. Vai daí, e como se “cagaram” para o parlamento europeu e os seus
debates - a única coisa que realmente lhes interessou foi o cacau no final do
mês – arranjaram duas ou três perguntas e reciclaram-nas para todos os países
do mundo incluindo Quiribáti, que eu pessoalmente nunca ouvi falar, com o único
prepósito de virem para Portugal de boca inchada dizer que foram muito activos
no parlamento europeu...
Assim Diogo Feio e Nuno Melo
interpelaram o executivo comunitário só este ano 848 e 889 vezes
respectivamente, sendo os dois responsáveis por quase 20% das perguntas
submetidas por todo o parlamento este ano(!) o que é fenomenalmente vergonhoso,
dado o teor das perguntas.
Além de me envergonhar o facto de
ser este tipo de gente a representar o meu país numa instituição tão
importante, dá-me asco. Isto porque a nossa comunicação social, sabendo disto,
pura e simplesmente não deveria de os convidar para mais nada! Deveriam ser
banidos dos órgãos de comunicação social e de quaisquer cargos públicos. No
entanto, volta e meia é ver estes artistas a mandar bitaites nos programas de
televisão nacional (e a ganhar umas coroas extra) ao invés de estarem a fazer o
seu trabalho de deputado europeu. Seria impensável num país do norte da europa
alguém contratar estes tipos sabendo que os mesmos não exercem (ou exerceram) a
função condignamente. É esta mentalidade que faz falta no nosso país:
exigência.