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domingo, 30 de dezembro de 2012

Quebra no consumo de combustível

Ao que parece o mês de Setembro foi o mês onde se registou a maior quebra no consumo de combustível. Reduziu 9,4% em relação ao mesmo mês de 2011. Ao que parece a maior fatia da quebra verificou-se no diesel, o que faz todo o sentido, num país cuja economia se encontra estagnada com quebra na transacção de bens, a deslocação dos mesmos também é reduzida. Mas acredito também que muitas famílias optaram por reduzir no consumo, tal como eu o fiz.
O resultado é que, para já, os combustíveis estão a baixar e terão forçosamente de continuar a baixar, caso contrário não se vai vender combustível neste país.
É certo que a refinaria da Galp, vai preferir continuar a vender combustível para os restantes países europeus a preços mais interessantes. Mas conto com a pressão dos retalhistas sobre a Galp, para que o preço dos mesmos para Portugal seja mais baixo.
A ver vamos…

A factura do Caos

O governo lançou uma campanha para sensibilizar as pessoas para a necessidade de solicitarem facturas cada vez que se dirijam a um cabeleireiro, pastelaria/restaurante ou oficina mecânica. Todos sabemos que estes sectores efectivamente fogem ao fisco, na maior parte das vezes. Mas não são só estes. Todo o pequeno comércio em Portugal, funciona da mesma maneira. Será que vai resultar? Será que uma pessoa que tenha 1000euros para pagar no arranjo do seu carro, vai pedir factura (+230euros), quando no máximo desconta até 100euros no IRS?
O problema é que o estado quer transferir a sua responsabilidade de fiscalização, para a população geral, esquecendo-se que quem paga esse mesmo imposto, é a própria população. Ou seja, eu vou exigir que coloquem mais 23% no preço, porque eu tenho prazer em pagar mais 23%, quando não tenho justiça, não tenho educação, não tenho saúde, não tenho segurança e, tenho sim salários em média 2x mais baixos que os restantes parceiros europeus. É mórbido.
O que o estado tem de fazer é diminuir o número de tachos que gravitam no governo, autarquias e empresas públicas e contratar agentes fiscais que fiscalizem os pequenos negócios. E que penalize quem não cumpra. Não é aplicar uma multinha e obrigar à devolução ao estado da verba estimada acumulada da fuga. Era aplicar uma multa que obrigasse a hipotecar o negócio, a casa, o carro, e com direito a prisão. Assim quem abrisse um negócio ia pensar duas vezes antes de entrar pelo caminho da fuga aos impostos.
Assim, parece-me mais para “Inglês ver”.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012


BPN


No passado sábado, no noticiário da SIC, assisti a mais uma reportagem sobre o caso BPN.
Sobre o BPN já ouvi, entre outras coisas, que provavelmente será o maior roubo da história de Portugal.

Quanto aos valores…, que pode chegar aos 7 mil milhões de euros.

Qualquer coisa como se fossem ter com 7 milhões de portugueses e lhes pedissem que cada um desse mil euros para tapar o buraco (ou devo dizer, o roubo) do BPN.

Voltando à referida reportagem, o que nos mostra de novo é uma série de empresas e empresários que devem dinheiro ao banco; e ficamos todos com uma ideia muito clara que será muito difícil, se não mesmo impossível, que esses valores em dívida venham a ser recuperados.

 Ou seja, o banco faliu por não conseguir pagar o dinheiro que pediu emprestado porque emprestou a uma série de empresas e empresários que também não lhe pagaram.

Os bancos costumam ser muito ciosos do seu dinheiro. Não sei como funciona o empréstimo a empresas, mas acho estranho que os bancos não garantam os seus empréstimos.

No empréstimo à habitação, no qual tenho alguma experiência, os bancos procuram garantir os seus empréstimos fazendo uma avaliação da capacidade de endividamento do cliente, não emprestando a totalidade do valor do imóvel, muitas vezes pedindo um fiador ou avalista e ficando sempre com a hipoteca do imóvel até ao valor em dívida estar saldado.

Então o BPN emprestava aos milhões de euros, algumas vezes às dezenas de milhões de euros, ou mais, e não garantia minimamente os valores dos empréstimos? Isto é possível?

O banco emprestava sem o mínimo de rigor?

Arrisco-me a dizer que quanto mais emprestava, mais via subir a sua cotação no mercado…

Será que é prática normal emprestar dinheiro a empresas sem exigir garantias?

Se as coisas não funcionam desse modo, como é que o regulador não se apercebe de nada?

A certa altura pus-me a pensar: “será que aqueles empresários que não conseguiam empréstimo noutros bancos iam ao BPN porque alguém lhes dizia “vá ao BPN que eles emprestam”.

Quando optaram pela nacionalização do BPN, nem devem ter tido tempo para verificar este estado de coisas…

Como o perigo de risco sistémico era iminente, ou seja, como acreditavam que havia um enorme risco da maioria das pessoas correr aos seus bancos para levantar os seus depósitos e com isso criar a rotura total no sistema financeiro, não tiveram tempo de se aperceberem do estado dos empréstimos do BPN.

O Estado ao nacionalizar o BPN não só ficou com as suas dívidas como também com os seus empréstimos.

Vem-se agora a saber que muitos dos empréstimos não valem nada. Portanto, o Estado ficou com as dívidas do BPN e alguns balcões.

É importante referir que quem entretanto comprou o BPN não quis ficar com ónus de ter que recuperar estes empréstimos. Essa parte ficou com a empresa pública Parvalorem. 

Alguns dos empresários que deviam dinheiro ao BPN, e agora à Parvalorem, provavelmente, já passaram todos os seus bens para o nome de outra empresa, ou de algum familiar, ou puseram o dinheiro em alguma offshore.

Em suma, trataram de garantir que não lhes iam ao bolso. Pelo que se sabe, alguns dos principais gestores do banco fizeram a mesma coisa.

A justiça portuguesa não pode fazer nada, está de mãos atadas. Será que ao menos vão mudar a lei de modo a que no futuro consigam fazer mais qualquer coisa?

Conclusão: alguns empresários pouco honestos safam-se. O mesmo em relação a alguns banqueiros pouco honestos, e os portugueses, pagam este que à data parece ser o maior roubo da nossa história.

Resta dizer que “assistimos na bancada”.

Artur Batista da Silva – O burlão

Este caso é hilariante em todos os aspectos. Não só por ter enganado meio mundo, mas também por colocar a nú o provincianismo da nossa sociedade. Ver este caso e lembrar-me de alguns escritores nacionais de nomeada, onde em vários livros parodiavam com falsos nobres, personagens que se faziam mais do que eram, faz-me pensar que afinal a nossa sociedade não se modificou assim tanto. Vigaristas andarão sempre por aí. Não é isso que me espanta. O que me fascina é a baboseira do povo português que se derrete sempre (e já se derretia há séculos atrás) por alguém que se intitula um “supra-sumo” de qualquer coisa. Esta capacidade de vassalagem, de culto ou de “bajulanço” é o meu deleite.
Ver os jornalistas e “comentadeiros” todos “à nora” por não terem investigado melhor o personagem é de rir, rir e rir por mais.
Mas já agora também deixo a pergunta no ar: o homem o que disse e onde o disse, disse-o bem? Ou disse alguma coisa errada? É que se disse coisas acertadas, também não vejo mal em ter ou não ter formação superior, para se ser entrevistado ou fazer o papel de “comentadeiro”. É que há muitos “comentadeiros” que têm formação superior e só dizem o que lhes mandam. Lembro que, espanto dos espantos, até temos um n.º 2 do Governo que trafulhou no seu grau académico e que eu saiba, até hoje, nada de mais se passou neste país. Então o porquê de tanto alarido? É ridículo? Sim. Embaraçoso? Talvez. Dá vontade de rir da cara de uns quantos bajuladores? Dá e muita! Mas é grave? Não me parece.

Excerto do Jornal Sol Online:

"O homem que durante meses se intitulou consultor da ONU é investigado há mais de 30 anos, em 18 processos. Perito em falsificação, tem um diploma do ISCTE forjado, que lhe valeu uma queixa do Sindicato dos Economistas. Nas últimas semanas, arriscou de mais e foi desmascarado.
Artur Raul Reis Baptista Silva, nascido a 14 de Setembro de 1951, em Lisboa, segundo registos oficiais, é investigado pelas autoridades desde os anos 80. O homem que nos últimos dias ficou conhecido como o ‘burlão da ONU’, tem registo de pelo menos 18 processos-crime.
Segundo fontes policiais contactadas pelo SOL, é perito em burla e falsificação de documentos, tem um diploma forjado da licenciatura em Organização e Gestão de Empresas, de 1975, que lhe valeu uma queixa do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), por falsificação e contrafacção de documentos.
O Sindicato dos Economistas também apresentou em 1981 queixa por usurpação de funções. Elina Pereira, funcionária há 33 anos, lembra-se da história: «No sindicato, há um antes e um depois de Baptista Silva. Antes, bastava uma cópia do certificado de habilitações para a inscrição de sócio. A partir do caso dele, passámos a exigir que fosse autenticada em notário».
António Coelho, dirigente do sindicato, explica as razões: «Estranhámos porque ele apresentava datas diferentes nos documentos. Só por isso fomos verificar», lembra.
Na verdade, se num lado do diploma aparece 1975 como o ano da conclusão da licenciatura, no verso surge 1976. Baptista Silva alegava ainda ter uma formação em «Administration Master Degree de Fontainebleu». Apresentava-se ainda como funcionário da Fábrica Portugal SARL.
De facto, ao longo dos anos, apresentou-se ora como gestor, ora como economista, ora como comerciante."

A triste realidade na Índia

Para nos lembrarmos todos do mundo em que ainda vivemos.

http://visao.sapo.pt/adolescente-indiana-vitima-de-violacao-em-grupo-suicidou-se=f704191

O negócio ANA

Com tanto “comentadeiro” a elogiar a concessão da ANA, forcei-me a ir ver o relatório de contas da empresa para perceber qual o negócio que o estado estava a fazer. Vou expor aqui alguns dados que me parecem importantes, depois cada um faça o seu juízo.
1.º O estado não vendeu por 3,08 mil milhões de euros. Se parte desse valor é para abater a dívida que a empresa tinha, ou seja entregar a empresa ao privado sem dívidas, então o privado comprou-a por menos, pois leva a empresa completamente montada a laborar, sem qualquer dívida. Considerando que o relatório de contas de 2011 indicava que a dívida era de 696.275.000euros, então o Estado vendeu por 2.383.725.000euros. Era importante que a comunicação social não alinhasse com o governo neste aparente “sucesso” de venda da ANA, e comunicasse o real valor da venda:2,383mil milhões em vez dos 3,080.
2.º O resultado líquido da empresa em 2011 foi de 76.525.000,00euros(1). No entanto a empresa suportou o pagamento de 21.743.000,00euros(2) de juros (coisa que o privado já não vai ter de pagar). Assim, e tendo em consideração que mesmo nos últimos anos de crise o tráfego aéreo tem registado crescimento, é expectável que para os anos seguintes a empresa consiga pelo menos resultados semelhantes, o que implica que, com a empresa livre de empréstimos, o resultado líquido suba para 98.268.000,00euros(1+2).
3.º Ora bem, extrapolando o valor anterior para 50 anos, o privado no final da concessão ganhou 4.913.400.000,00euros. Ou seja, subtraindo os 3,08mil milhões, o privado vai ficar qualquer coisa como 1,833mil milhões de euros mais rico.
4.º Como a ANA no ano de 2011 registou um crescimento de 4% do volume de negócios, o lucro referido anteriormente terá tendência a aumentar.
5.º Como ontem ouvi o secretário de estado dos transportes, em entrevista ao José Rodrigues dos Santos, dizer que estava previsto que para o ano o privado pudesse aumentar até 14% as taxas aeroportuárias, o lucro do privado subirá rapidamente para 2,521mil milhões. Se todos os anos houver aumentos de taxas, então aí o lucro torna-se difícil de contabilizar.
6.º Ninguém referiu se no final do contrato de concessão o privado tem obrigação de entregar a ANA sem dívidas ao estado, tal como o estado o fez agora. E que garantias serão dadas para que esse requisito seja cumprido.

Ou seja é um óptimo negócio para quem tem dinheiro, ou para quem se financia a taxas de juro muito baixas. Por isso é que os grupos portugueses não conseguiram ganhar.
Poderia ser um mau negócio se o privado tivesse que construir um novo aeroporto a suas expensas, mas como este mesmo privado, é o mesmo da Lusoponte, que supostamente não custava 1cêntimo ao estado e já custou quase 900milhões de euros, é de prever que quando for necessário investir, o estado vai ser simpático e vai renegociar, com prejuízo para os contribuintes, o contrato de concessão. Creio que foi essa a grande vantagem do grupo Vinci para vencer o concurso, saber de experiência própria, que os contratos de concessão em Portugal não são para cumprir.
Outra coisa que me assustou foi ouvir o secretário de estado dizer que se pretendia convergir as taxas aeroportuárias para as médias europeias, por isso o aumento já para o ano de 14%. O problema é que são só as taxas que convergem, a riqueza do país afasta-se da média europeia a velocidades galopantes. É que os aeroportos portugueses serviriam supostamente, para nós, portugueses e as nossas empresas os utilizarem. Não servem só, ou não deviam servir só, para os estrangeiros poisarem no nosso país. Mas enfim, isto é a minha mente pequenina e bacoca a pensar. Os grandes políticos, essa nova classe emergente denominada Relvite Portuguesa, esses que nunca conheceram o verdadeiro conceito da palavra trabalho, é que sabem o que é bom para o país.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Lá se foi o espírito natalício

Nos últimos dias, devido à quadra natalícia, tenho dado algumas tréguas aos chulos do costume (políticos).
Tal é o meu desencanto e desgaste com o rumo do país que, confesso, não tive “saco” para ouvir a mensagem de Natal do Passos Coelho. Pensei, e pelos vistos bem, que dali não viria nada de bom de se ouvir. Entretanto fui ouvindo alguns comentários que me aguçaram a curiosidade e lá fui eu ouvir qualquer coisa. Fiz mal. Só serviu para me estragar as festividades, para me acordar deste transe natalício e trazer-me de volta à dura realidade do que vai ser o futuro do país, a começar já em Janeiro.
Ver o primeiro-ministro a ridicularizar as nossas dificuldades actuais, comparando-as com os tempos em que os Portugueses não tinham comida na mesa, é de uma insanidade e insensibilidade atroz. É que esses tempos já foram há umas boas décadas atrás, o que quer dizer que vamos ter de actualizar o nosso calendário em 31 de Dezembro, não para 2013, mas para 1940. Sim é para essa data que vamos, se o governo continuar com a sua política visionária.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012


O QUE É DE TODOS, TAMBÉM É NOSSO!


Algumas frases que talvez nos ajudem a compreender a situação a que o país chegou:

“Não é meu, é do Estado” ou “ Não é de ninguém, é do Estado”

“Não sai do meu bolso”

“Só paga impostos quem não consegue fugir”

“Qual é o vosso problema, até parece que o dinheiro é vosso”

“Se não for eu, será outro qualquer”

O que têm em comum:

A desvalorização dos recursos e dos bens públicos, que são de todos e que têm a sua origem nas contribuições de quem paga impostos, portanto, no trabalho dos contribuintes.

Não querendo generalizar, porque as generalizações trazem sempre alguma injustiça, havia, e há, gente que só dá valor ao que é seu, ou do patrão, porque a este tem que apresentar contas, mas quando é do Estado, não é de ninguém, pode-se desbaratar.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012


O SOMA DO TODO É SUPERIOR À SOMA DAS PARTES.

Em tudo que tenha que ver com atividades humanas organizadas é fácil perceber que se todos “puxarem” no mesmo sentido, conseguem-se melhores resultados.
É assim numa equipa de futebol, numa organização, numa empresa, num país.
Quem sabe não seja assim, um dia, no mundo…
Quando os interesses individuais se sobrepõem aos interesses do grupo, obviamente que o individual pode ficar a ganhar, mas à custa do grupo.
Em última análise, quando o grupo perde, todos ficam a perder.
Muitas reformas em Portugal, que aparentemente corresponderiam à vontade da maioria dos portugueses, têm sido adiadas, porque um grupo minoritário tem conseguido impor as suas vontades. Nem sempre a maioria é quem tem mais força.
Em todo o caso, a não ser para quem prefira “ser rei em terra de cegos”, todos ficam a perder.
O problema não está na competitividade, não se estivermos a falar de uma competitividade saudável. O problema começa com aqueles que não respeitam as regras do jogo, ganhando assim vantagens sobre os restantes; mas o problema maior vem das lideranças. Como alguém disse, “os maus exemplos vêm de cima”, até porque, “os outros são mais fáceis de corrigir”.
Quando o mau exemplo vem do líder, seja ele líder do que for, das duas uma, ou o grupo todo segue o seu exemplo, e como é fácil de prever, vai acabar mal, ou, como geralmente acontece, o grupo apenas continua unido na medida do “que tem de ser”.
Parece-me claro que quer seja por necessidade ou por convicção, sempre que o interesse do todo se sobrepõe ao interesse das partes, o grupo fica a ganhar, e isso não impede que cada um procure obter sucesso individual.
Em grande medida, é isso que vai determinar o sucesso dos grupos, independentemente da sua dimensão.

Trafulhice? Eu? Relvas? Nãaaaaaa!!!...

O PS parece que acordou agora para as privatizações. Não é que estejam preocupados com o facto de os políticos de direita estarem a delapidar o património público - nosso - estão preocupados porque perceberam agora que, para além de delapidar tudo o que ainda tem interesse no estado, estão a “oferece-lo” a amigalhaços. Isto é grave, porque vai permitir a malta de direita ter reformas douradas nessas empresas e bons patrocínios para as campanhas eleitorais dos partidos de direita. É só isso que os preocupa.
É uma vergonha que se venda património do estado a apenas um concorrente. Para mim é um mau princípio, porque só havendo um concorrente é óbvio que o estado sai a perder.
Já se sabia que Relvas tinha uns contactos dúbios em Angola e Brasil. Não estranho por isso as notícias de um alegado envolvimento de Miguel Relvas e do ex-chefe da Casa Civil de Lula da Silva, José Dirceu - condenado a mais de dez anos de prisão no caso "Mensalão" - no processo de privatização da TAP. Não me espanta também, que existam relações de promiscuidade entre o ministro Miguel Relvas e o potencial adquirente da TAP, Gérman Efromovich, e vários escritórios de advogados e de consultoria brasileiros e portugueses. Aliás para ser sincero nada me espanta… A honestidade sim, nos dias de hoje, espanta-me e muito.

O caso Google


Na sequência do incómodo que está a causar o facto da google ter deslocado a sua sede fiscal para as Bermudas para reduzir as contribuições ao fisco, Eric Schmidt - responsável da empresa -  veio dizer que, “Estou muito orgulhoso da estrutura que montámos. Fizemo-lo com base nos incentivos que governos nos ofereceram".
A propósito da estratégia da empresa sediada na Califórnia, que passou pela colocação de cerca de 7,7 mil milhões de euros das receitas de 2011 nas Bermudas, o que permitiu a poupança de cerca de 1,5 mil milhões em impostos, disse o seguinte,“Chama-se capitalismo. Nós somos orgulhosamente capitalistas...”
Tenho para mim que qualquer dia as ilhas “offshore” tipo Bermudas ou Caimão, vão ao fundo com o peso de tanto dinheiro desviado para lá. Se este tipo de fuga aos impostos denomina-se “capitalismo” eu sugiro apenas que se acrescente: selvagem.

As caneladas do primeiro-ministro

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, as declarações de PPC no congresso da jotinha, no qual referiu que os actuais reformados descontaram para ter reformas, mas não as reformas douradas que recebem, foram uma canelada valente no Cavaco, Manuela Ferreira Leite e Catroga. A questão que se coloca, é a seguinte, se ele acha isso, porque não faz nada para alterar?
Como é sabido até 2008, altura em que o governo Sócrates procedeu a uma reforma da segurança social, as regras da segurança social eram muito “abertas” a todo e qualquer tipo de trafulhice, desde que o trafulha soubesse fazer bem a coisa. Assim de grosso modo, assistimos a várias personalidades a reformarem-se com pensões elevadíssimas, sem terem descontado o devido valor para elas. Contavam apenas os últimos 5anos de descontos. Assim, uma grande parte de trafulhas, descontavam o mínimo para a segurança social, descontando 10x mais nos últimos 5anos de trabalho para roubarem (desculpem mas é este o termo), uma boa pensão ao estado. A reforma efectuada em 2008 estabeleceu que, a partir dessa data, o valor das pensões seria calculado através de uma média ponderada de todos os anos de descontos (parece-me tão evidente, que nem consigo perceber como poderia ser de outra maneira!!?). Só tenho pena que o governo PS, não tenha actualizado pensões anteriores. Ia-mos ver muito comentador, ex-político, socialites etc, a voltarem ao activo!..Mas não. Vamos deixá-los drenar a Segurança Social até ao último cêntimo.
Agora não posso aceitar que, sendo PPC o primeiro a dizer que no passado aconteceu isto e que foi errado, que venha agora com base nisso, justificar os cortes nos rendimentos dos pensionistas. É que ele esquece-se que grande parte deles, os trabalhadores por conta de outrem, pagaram o que tinham a pagar e por norma não beneficiaram escandalosamente das “aberturas” da Segurança Social.

Num estado organizado, justo e honesto as contas seriam fáceis de fazer. Somar todo o valor descontado pelo trabalhador e patrão (total 35% do rendimento bruto) ao longo da sua carreira contributiva. Depois dividir por 14 meses e pelos anos que faltam até uma esperança de vida de 86anos. Assim não interessa se a pessoa trabalhou até aos 65 ou aos 60. Se trabalhou até aos 65, o somatório dos descontos, seria dividido por 14*21, isto admitindo que recebem subsídio de férias e natal. Se trabalhou até aos 60 o somatório dos descontos era dividido por 14*26.  Os juros do fundo de pensões serviriam para compensar aqueles que vivem para lá dos 86, pensões de invalidez e abonos. Assim, também seria justo para os que vivem constantemente de subsídios. Quando se reformassem recebiam de acordo com o que tinham contribuído, que seria muito pouco.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012


A GROSSEIRA INCONSTITUCIONALIDADE DA TRIBUTAÇÃO SOBRE PENSÕES

Aprovado o OE 2013, Portugal arrisca-se a entrar “Guinness Fiscal” por força de um muito provavelmente caso único no planeta: a partir de um certo valor (1350 euros mensais), os pensionistas vão passar a pagar mais impostos do que outro qualquer tipo de rendimento, incluindo o de salário de igual montante!
Um atropelo fiscal inconstitucional, pois que o imposto pessoal é progressivo em função dos rendimentos do agregado familiar (art.º 104 da CRP), mas não em função da situação activa ou inactiva do sujeito passivo e uma grosseira violação do princípio da igualdade (art.º 13º da CRP).
Por exemplo, um reformado com uma pensão mensal de 2200 euros pagará mais 1045€ de impostos do que se estivesse a trabalhar com igual salário.
Nas pensões, o Governo resolveu que tudo que mexe leva! Indiscriminadamente. Mesmo – como é o caso – que não esteja previsto no memorando da troika.
Estranhamente, os partidos e as forças sindicais secundarizaram ou omitiram esta situação de flagrante iniquidade. Por um lado, porque acham que lhes fica mal defender reformados ou pensionistas desde que as suas pensões (ainda que contributivas) ultrapassem o limiar da pobreza.
Por outro, porque tem a ver com pessoas que já não fazem greves, não agitam os media, não têm lobbies organizados.
Este é mais um resultado de uma política de receitas “custe o que custar” e não de uma política fiscal com pés e cabeça. Um abuso de poder sobre pessoas quase tratadas como párias e que, na sua larga maioria, já não têm qualquer possibilidade de reverter a situação.
Uma vergonha imprópria de um Estado de Direito.
Extracto do artigo publicado no Público de 28/11/12,pag.47 (António Bagão Félix, economista, ex-ministro das Finanças).
Algés, 16 de Dezembro de 2012-12-16
Jerónimo Pamplona

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Privatização da EGF

Ainda sobre a questão das privatizações, ouvi também que o governo prepara já para o próximo semestre a privatização da EGF – holding dos resíduos do grupo Águas de Portugal. Têm de se despachar a rapinar tudo o que podem, não vá no final do primeiro semestre já não estarem a governar o país. O Ângelo Correia agradece a privatização, para a sua empresa ficar com umas quantas participações. Assim terá mais uns cargos não executivos para distribuir para jotinhas tipo Pedro Passos Coelho, Relvas e afins…

Concessão da Linha de Cascais

Ouvi ontem a notícia que os "manfias" do governo preparam-se para concessionar a linha de Cascais.  Isto é um crime para a CP. Um empresa altamente endividada com enormes prejuízos anuais e que agora vai-se ver privada da sua galinha de ovos de ouro. É que só as linhas urbanas e a ligação Porto-Lisboa dão dinheiro. Assim, a CP vai ter de se aguentar com as linhas que dão prejuízo porque as que dão dinheirinho vão parar a mãos amigas. O problema é que depois vamos ser todos nós a pagar o buraco da CP.
Isto é tal modo descarado que choca com as mais elementares regras de gestão. Ouvimos estes mesmos senhores a falar na questão da escala, que tem de se ganhar escala, e agora vai-se amputar a CP. Uma das razões para o projecto de fusão no grupo Águas de Portugal é a questão da escala e de, os centros urbanos compensarem os investimentos que têm de ser efectuados em zonas interiores com menor densidade populacional. Isto é solidariedade. No caso da CP não!. Tiramos o que sustenta (e mal) a CP e deixamos o resto ao abandono.
Para quando chamar estes governantes a tribunal para responderem por toda a lapidação do património de todos nós?? Estou farto!.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

ColdPlay - Princess of China


Quando os ouvi pela primeira vez, algures em 2000, com o tema Yellow, estava longe de imaginar a carreira de sucesso que esta banda iria alcançar.
Mais recentemente e apesar do seu lançamento ter ocorrido no final de 2011, o tema Princess of China rebenta em todas as rádios. 4º Single do álbum Mylo Xyloto. Single atrás de single, algo que se torna recorrente e que comprova a perícia dos seus compositores.
Já muitas bandas saírem com 1 álbum excelente, por vezes dois, descaracterizando-se no 3º e perdendo todo e qualquer interesse musical. Poucas bandas conseguem tal proeza. Rolling Stones, U2 ou Red Hot Chili Peppers são das poucas bandas que posso incluir no lote. Creio que os ColdPlay ou já entraram para esse lote, senão, estarão mesmo às portas de entrar.
Quem quiser ouvir fica aqui o link do vídeo oficial. Vale bem o click.
http://www.youtube.com/watch?v=1Uw6ZkbsAH8

Grupo Jerónimo Martins - Exemplo a não seguir

Vi uma notícia que referia que o grupo JM, vai investir 2.500milhões nos próximos 3 anos. Quase a totalidade desse investimento será no estrangeiro. 70% na Polónia e o restante na Colômbia. Não tenho nada contra a que uma empresa cresça e se internacionalize e consequentemente faça este investimento no estrangeiro. Mas há uma coisa que me lamento profundamente. É que apesar do mérito e esforço do sr. Soares dos Santos, que o tem certamente, o grupo JM é o que é hoje graças aos consumidores portugueses. Lamento por isso, que na hora da internacionalização, que no fundo é uma exportação, que o grupo pague impostos na Holanda, ao invés de pagar no seu país de origem, ajudando ao crescimento económico do país. Assim todo esse investimento estrangeiro, todos os resultados económicos obtidos por via desse investimento, estão a contar para o PIB holandês e a pagar impostos nesse país, ajudando a sociedade holandesa, que muito prezo e respeito, a obter melhor qualidade de vida.
Se é para assistirmos a este tipo de retorno, não adianta ver os nossos governantes a apelar à internacionalização das empresas portuguesas. Muito menos oferecendo apoios, porque à primeira oportunidade o empresário português foca-se apenas nos seus lucros e marimba-se para o país. Com a agravante que se antes o dinheiro dos seus rendimentos internos ficava no país, agora vai sair para o tal investimento de internacionalização sem retorno para a sociedade portuguesa.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Casamentos brasileiros para obtenção de visto

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades e a história repete-se. Há poucos anos assistia-mos a um fluxo considerável de emigrantes brasileiros a entrarem no nosso país em busca de uma vida melhor, em busca de dinheiro. Portugal, ou direi a europa, na qual o nosso país se inseria, constituía-se como uma porta escancarada, para a obtenção de vistos e euros. Fomos durante talvez uma década, o El dourado dos brasileiros. Todos sonhavam com a possibilidade de vir trabalhar para a europa, entrando por Portugal.
Quem não se lembra das notícias sobre as dificuldades dos profissionais brasileiros de medicina dentária a debaterem-se por equivalências. A verdade é que o nosso país, apesar de tudo não tem uma cultura de dificultar muito a entrada de estrangeiros no país. É claro que me lembro do famoso movimento das mães de Bragança, mas isso não era uma questão de emigração. Eram simplesmente mulheres a defenderem a sua família, o seu dinheiro, a sua dignidade o seu território. Aconteceu com brasileiras, como aconteceria com qualquer outra nacionalidade, cujo grupo de prestadoras de serviços sexuais se fixasse nas redondezas, com os mesmos intentos de descapitalizar os bolsos de alguns homens mais “tontinhos”.
Hoje o fluxo é contrário. Muitos brasileiros estão de volta ao país de origem. Com eles levam portugueses com os quais iniciaram uma vida conjunta.
Existem também muitos casos desesperados que, dada a circunstância do desespero, acabam vítimas de burla. 15mil euros é, segundo uma reportagem no expresso, quanto pode custar um casamento de fachada no brasil para obtenção de visto de residência. É esse o preço a pagar (mais as despesas de todo o processo) para quem ambiciona mudar para uma vida melhor. Muitos acabam burlados. Como sempre nos casos desesperados existem sempre oportunistas prontos a aproveitar-se da desgraça alheia, por isso se está desesperado por um visto no brasil, cuidado! Ainda acaba sem visto e sem o pouco dinheiro que lhe resta.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Os novos moços de recados

Não me canso de malhar nestes tipos. Confesso. António Borges brindou-me com mais matéria para malhar. Este “illuminatti” veio agora dizer que Portugal tem das cargas fiscais mais baixas da europa. Diz ele que em Portugal ronda os 36%, enquanto na Suécia ronda os 50%. Será com certeza por isso que o Soares dos Santos, transferiu a sede fiscal das empresas para a Holanda. Gosta de pagar mais. Tem um amor especial à europa e como tal, quer contribuir ao máximo para a causa.
Eu também não me importo de pagar 50% de impostos como na Suécia, mas com algumas condições.
Sr. António Borges proponho o seguinte: como um técnico com iguais competências na Suécia, ganha 3x mais do que eu em Portugal, vocês multiplicam-me o ordenado por três e eu prometo que vou pagar todos os meses 50% em impostos com um sorriso estampado no rosto. É que como já pago 36%, até 50% são só mais 14%. E se vocês multiplicarem o meu vencimento por três vou ter um aumento de 135%. Ou seja, levo para casa mais do dobro que levo actualmente! Assim ficamos todos contentes, vocês porque dão uma de “durões” – cobram 50% aos seus cidadãos – e eu porque fico com mais dinheiro no bolso!
Tenho ideia que na Suécia, todos pagam a mesma taxa, independentemente do seu vencimento. Imaginem agora um pensionista que receba 285euros/mês a pagar 50% e a ter de viver com 142,50euros/mês. Nem o gato de estimação do António Borges deve viver com tão pouco.

Corrupção

Vi hoje aqui: http://expresso.sapo.pt/portugal-mais-corrupto-que-espanha-e-franca=f771548, que Portugal se encontra no 33º lugar no ranking da corrupção. Para ser sincero, pensei que estaríamos pior. A notícia não diz os critérios de avaliação, mas eu aposto que um deles deve ser o número de casos condenados em tribunal. Ora como neste país isso nunca acontece, ocupamos esta orgulhosa posição. Será que os senhores deste estudo tiveram em conta o caso BPN? É que só esse caso seria suficiente para um trambolhão valente no ranking. Se a notícia refere que nos últimos 10anos Portugal tem estagnado, aposto que com o orçamento de 2013, vai finalmente mexer novamente, mas para baixo!!..É certo e sabido que em países pobres, a corrupção tem tendência a ser prática comum, modo de vida.
Referência para Cabo Verde (39º) e para as más classificações, mas compreensíveis, da Guiné-Bissau(150º) e Angola(157º). Já Moçambique, que há uns anos ocupava os piores lugares no ranking dos países mais pobres do mundo, ocupa o 123º lugar, o que demonstra alguma evolução.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A paixão cega

Os nossos governantes estão tão apaixonados pelo poder de empobrecer o país, espremendo cada vez mais a vida aos portugueses, que ninguém os pára. Agora já não basta terem feito um corte médio de 5% nos salários, de terem acabado com o 13º e 14º ao mesmo tempo que actualizaram tabelas de IRS e o IMI, também querem aumentar o horário de trabalho de 7 para 8 horas diárias. Eu pergunto para quê?
Numa altura em que a economia está parada, não só por falta de verbas no estado para investir, mas também por falta de investimento privado, para quê aumentar o horário de trabalho de funcionários que já não têm muito para fazer? Já não basta a desmotivação de não ter novos projectos, novos investimentos o que significa ver a sua vida profissional estagnada, ainda se vai prolongar o calvário em mais 1h diária? Ainda por cima, em anos em que se cortaram vencimentos?
É não ter visão nenhuma de gestão de recursos humanos e de expectativas. É implodir com o estado. O que fazem as empresas quando não têm trabalho e precisam reduzir salários? Reduzem o horário de trabalho. Era isto que o estado devia fazer. Se alguns serviços do estado e de municípios reduzissem o seu período laboral para 2ª a 5ª, não só poupariam uma verba significativa em custos de exploração, como poderiam reduzir salários, ou manter um valor hora semelhante ao que os funcionários auferiam há 3anos atrás. Isto teria um impacto positivo nas expectativas ou motivação dos funcionários. Mas esta paixão de destruir o estado para privatizar tudo é tão forte, que os cega.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012


DOMINGOS FREITAS DO AMARAL

(Jornalista e escritor, filho de Diogo Freitas do Amaral)

Já leram o memorando da troika?
Sim, é a minha pergunta de hoje: já leram o memorando de entendimento com a troika, assinado por Portugal em Maio de 2011? Eu li. São 35 páginas, escritas num português desagradável e tecnocrático, que têm servido a este governo para justificar tudo.
Ainda ontem, com descaramento, um dirigente do PSD dizia que "este não era o Orçamento do PSD, mas sim da troika"! Ai sim? Então eu proponho a todos um breve exercício de leitura. Tentem descobrir, lendo o memorando, onde é que lá estão escritas as 4 medidas fundamentais pelas quais este governo vai entrar para história de Portugal!
Sim, tentem descobrir onde é que lá está escrito que se deve lançar uma sobretaxa no subsídio de Natal de todos os portugueses (decidida e executada em 2011); cortar os subsídios aos funcionários públicos e pensionistas (decidido e executado em 2012); alterar as contribuições para a TSU (anunciada e depois retirada em Setembro); ou mexer nas taxas e nos escalões do IRS, incluindo nova sobretaxa (anunciados no Orçamento para 2013), e definidos pelo próprio ministro das Finanças como "um aumento enorme de impostos"?
Sim, tentem descobrir onde estão escritas estas 4 nefastas medidas e verão que não estão lá, em lado nenhum. Ao contrário do que este Governo proclama, estas 4 medidas, as mais graves que o Governo tomou, não estão escritas no "memorando com a troika"! Portugal nunca se comprometeu com os seus credores a tomar estas 4 medidas! Elas foram, única e exclusivamente, "iniciativas" do Governo de Passos Coelho, que julgava atingir com elas certos objectivos, esses sim acordados com a "troika".
Porém, com as suas disparatadas soluções em 2011 e 2012, o Governo em vez de melhorar a situação piorou-a. Além de subir o IVA para vários sectores chave, ao lançar a sobretaxa e ao retirar os subsídios, o Governo expandiu a crise económica, e acabou com menos receita fiscal e um deficit maior do que tinha. Isto foi pura incompetência, e não o corolário de um "memorando de entendimento" onde não havia uma única linha que impusesse estes caminhos específicos!
Mais grave ainda, o Governo de Passos e Gaspar, sem querer admitir a sua incúria, quer agora obrigar o país a engolir goela abaixo "um enorme aumento de impostos", dizendo que ele foi imposto pela "troika".
Importa-se de repetir, senhor Gaspar? É capaz de me dizer onde é que está escrito no "memorando de entendimento" que em 2013 o IRS tem de subir 30 por cento, em média, para pagar a sua inépcia e a sua incompetência?
Era bom que os portugueses aprendessem a não se deixar manipular desta forma primária. Foram as decisões erradas deste Governo que, por mais bem intencionadas que fossem, cavaram ainda mais o buraco onde já estávamos metidos. E estes senhores agora, para 2013, ainda querem cavar mais fundo o buraco, tentando de caminho deitar as culpas para a "troika"?
Só me lembro da célebre frase de Luís Filipe Scolari: "e o burro sou eu?"

“DITOS E ACHADOS” - ERNÂNI LOPES

(Da Revista do Expresso de 3 de Nov de 2012)

Negociou a adesão de Portugal à CEE e discutiu com o FMI a austeridade da década de oitenta, como ministro das Finanças do Governo do Bloco Central (1983/85).
Em 2006, já após uma fase de tratamento do linfoma detectado no ano anterior, dá uma entrevista ao jornalista Virgílio Azevedo….Ao Expresso fala abertamente da enfermidade, uma atitude rara em Portugal.”A doença foi, a nível espiritual, uma das maiores bênçãos de Deus que tive na minha vida, porque há um aprofundamento da vida religiosa e da dimensão espiritual”.
A naturalidade com que se refere a questões pessoais é, afinal, a mesma que o economista sempre usou para falar da coisa pública. Muitas declarações, de desassombro, mais pareciam fantasia – o tempo encarregar-se-ia de as tornar antecipações da realidade.
Em 2000, afirmou: ”Os portugueses estão convencidos de que deixaram de ser pobres. É uma ilusão perigosa.”
Em 2009, fazia um balanço negro. “Esta década revelou-se um registo muito pobre da vida portuguesa. É uma década sem garra, sem ideias, sem verdade, sem força, sem lucidez, sem substância, sem densidade política.”
Mais recentemente, em 2010, dizia com desencanto: “Quando fechei o programa com o FMI, jamais me passou pela cabeça que voltasse a haver uma situação como a de hoje.” Rematava com ironia: “Quem estava errado era eu.”
Talvez estivesse mesmo, porque ao seu programa (político, económico, cívico, ético), proferido num discurso de apresentação do Governo, muitos fizeram orelhas moucas: É preciso valorizar o trabalho e não o golpismo, a honradez e não o oportunismo, o espírito de competição e não o privilégio, o lucro legítimo e não a ganância especuladora ou a caça ao subsídio.
Ernâni Lopes, o homem que deu a cara nas horas difíceis, morreu a 2 de Dezembro de 2010.

NÃO SE PODE COMER BIFES TODOS OS DIAS


Terceiro apontamento: um país desenvolvido e com indicadores de progresso e bem-estar social deveria envergonhar-se de no ano de 2012 ter estruturas de apoio semelhantes às do Banco Alimentar Contra a Fome. Estes espaços, com características de armazéns, deveriam ser reutilizados para albergar estufas de flores, principalmente cravos, cravos vermelhos.
Quarto apontamento: as recentes declarações da dra.Isabel Jonet a um canal de televisão a propósito do futuro do Estado social em Portugal são chocantes, preconceituosas e revelam um profundo desconhecimento técnico e científico sobre o fenómeno da pobreza no nosso país.
São declarações carregadas de uma moral antiga que nos faz recuar a um tempo onde uma sardinha dava para três. O tempo do pobrete mas alegrete. O tal tempo em que as pessoas não se endividavam, não viviam acima das suas reais possibilidades, conformavam-se com pouco, permaneciam na pobreza, resignadas, tinham uma esperança de vida mais curta, não davam prejuízo ao Estado em cuidados de saúde, não exigiam muito, não consideravam os seus direitos conquistas irreversíveis e em que o trabalho era sinónimo de honra e valorização pessoal.
Nesse tempo não existiam sindicatos nem Estado social, mas já existiam almas caridosas que se preocupavam com a caridade assistencialista. Já existiam bifes de boa vitela, mas não eram para a boca de todos.
Um milhão de idosos vive actualmente com pensões inferiores a 280 euros por mês. Será que com este rendimento mensal podem ser consumistas e viver acima das suas reais possibilidades?
Diz a dra. Isabel que temos de mudar de paradigma, viver com menos, adaptar os nossos hábitos de consumo e perceber que o empobrecimento é inevitável.
Podia ter dito que é urgente desenvolver uma política séria de combate à fraude e evasão fiscal.
Não disse, mas afirmou que em Portugal não há miséria, isso só na Grécia.

Extracto do artigo publicado no Público de 29/11/12, pag.55 (José António Pinto, Assistente Social).
Coligido por: Jerónimo Pamplona, Algés, 01 de Dezembro de 2012

“VAMOS TER DE PENAR. MAS TODOS”

(Isabel Jonet, Presidente do Banco Alimentar Contra a Fome)

Hoje e amanhã, o Banco Alimentar realiza mais uma campanha de recolha de alimentos, a primeira desde as polémicas declarações de Isabel Jonet.

P - Arrependeu-se do que disse, da referência aos bifes que não se podem comer todos os dias?
R - Era uma metáfora. Todos temos dias de comunicação mais infelizes. Talvez quisessem um discurso diferente.
P - Que tipo de discurso?
R - Não sei. Quando me perguntam se acho que os portugueses têm de emagrecer mais, eu mantenho que sim, mas não são os mais pobres e os velhos.
P - Leu as críticas nas redes sociais, as petições?
R - Só os jornais e os mails. Recebi muitos telefonemas de apoio. Mas críticas também, de pessoas que dizem que enquanto estiver no Banco não contribuem mais.
P -Ponderou demitir-se?
R - Não vejo razão para me demitir. Foi uma reação, saltou uma tampa, saiu a pressão. Se calhar até foi positivo, porque as tensões sociais ficam atenuadas.
P - Vai ter mais cuidado com as palavras?
R - Não…
P - Os portugueses aguentam mais austeridade?
R - (Prolongado silêncio) Não generalizava assim. Como um todo não podem ser pedidos muito mais sacrifícios.
P - Mas acredita que não vão ser?
R - Acredito que vão ser. Com realismo, as pessoas têm de estar preparadas, não se podem continuar a iludir. Vamos penar um par de anos, mas depois vamos estar noutro patamar de desenvolvimento. Mas vamos ter de penar todos.

Extracto da Entrevista publicada no Expresso Primeiro Caderno, de 01/12/12,pag.34 (Paulo Paixão e Raquel Moleiro).
Coligido por: Jerónimo Pamplona, Algés, 03/12/12.

A nossa justiça.


Este fim-de-semana, foi notícia a sentença do julgamento de Renato Seabra. Sobre isso nada tenho a dizer, mas não consegui deixar de me questionar: Quanto tempo teria demorado a justiça portuguesa a chegar a um veredicto?

Os processos em Portugal arrastaram-se durante anos e muitas vezes não chegam a lado nenhum.
No entanto, um processo que dure muitos mais anos tem necessariamente que custar muito mais aos contribuintes. Se, depois de tantos anos não der em nada, fica para além do enorme custo financeiro, o custo da falta de justiça e do julgamento na praça pública com base na informação veiculada pelos meios de comunicação social, e não pela decisão do tribunal.
O que mais impressiona é que já se houve falar disto há anos e tudo continua na mesma.
Recordo-me de uma entrevista a uma estação de televisão, do então primeiro-ministro Eng.º António Guterres, que disse claramente que em Portugal quem tivesse meios para contratar um bom advogado muito dificilmente seria condenado.
Se o próprio primeiro-ministro diz isto e nada muda, só posso concluir que quem prefere manter o atual estado das coisas, tem muita força.
E esta é a grande questão, um grupo minoritário consegue impor a sua vontade sobre a generalidade dos portugueses.
Dá inclusive a sensação que muitos já nem vêm isto como uma profunda injustiça, como uma enorme descriminação, mas antes como uma benesse a que se tem direito quando se chega a rico. Como se tratasse de uma vantagem que vem no pacote com a promoção.
Todos acreditamos que a nossa justiça não condena injustamente, por isso, todos aqueles que não têm possibilidades de contratar os bons advogados e suportar os longos processos judiciais, só têm que se portar bem e não cometer qualquer crime, que tudo vai correr bem.
Se alguns conseguem safar-se, só vem confirmar aquilo que já sabemos: Somos todos iguais, embora uns sejam mais iguais que os outros.

Outro arauto da verdade absoluta

Quando ouvi pela primeira vez o comentador Camilo Lourenço, já lá vão alguns anos, achei o tipo o máximo. Depois comecei a ouvir com alguma regularidade e a magia inicial foi-se perdendo. Algumas das suas intervenções não passam de constatações óbvias. Dizerem que o estado gasta demais, é como que dizerem que o céu é azul. Se acumula défices atrás de défices é porque está a gastar mais do que gera. É óbvio. Dizer que a culpa é quase exclusivamente dos funcionários do estado parece-me troglodita. Primeiro porque na verdade não passam de 20% do total dos gastos do estado. Ou seja 40mil milhões. As prestações sociais, que incluem pensões e todo o tipo de subsídios, custam 109mil milhões (55%). Significa que com 20% do seu orçamento o estado consegue ter um sistema nacional de saúde e educação gratuito. Não me parece nada mal, tendo em consideração que os ordenados destes dois sectores do estado são muito superiores à média nacional. E têm forçosamente de o ser, tal como na justiça ou nas polícias.
Não quero dizer que não hajam gastos desnecessários no estado. Longe disso. Há demasiadas assembleias municipais, demasiadas empresas públicas, demasiados cargos e tachos políticos. E também foram tomadas muitas decisões de forma fácil, que normalmente não defenderam os interesses do país.
Por isso custa-me ver estes entendidos da matéria sistematicamente a malhar no que é mais fácil. É o que se chama cortar a direito. Esquecendo-se que os funcionários do estado tiveram 7anos sem aumentos. Assim que motivação esperam ter? Que eficiências esperam conseguir? Não é assim que se gere uma empresa, então porque se gere assim o estado?
Mas este fim-de-semana, fez-se luz. Vi na televisão a apresentação do novo livro de Camilo Lourenço. Quem estava lá? Pedro Passos Coelho e Isabel Jonet. Olha que dupla. Curiosamente esta tripla tem a mesma visão para o estado: empobrecer os funcionários, privatizar, e dar sopa aos novos pobres (ex-classe média), que têm de se mentalizar do seu novo papel na sociedade: mendigar e calar. E já agora porque não trabalhar também ao sábado!
Agora penso, será PPC um discípulo de Camilo Lourenço, ou será ao contrário? É que a comunicação social nunca teve tantos papagaios do governo a fazer de “comentadeiros” como tem hoje. Faz-me lembrar os megafones espalhados nas praças da china ultra comunista, na mítica propaganda. De tanto se ouvir o mesmo discurso, assimila-se, interioriza-se e pactua-se.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Profetas lunáticos.

Num país que se debate para conseguir empréstimos para viver um dia de cada vez, andam por aí uns profetas, lunáticos, líricos ou irresponsáveis a lançar uma petição para criar uma nova capital de raiz no país. Mas esta gente não pensa? Andamos há 500 anos a investir em Lisboa e para Lisboa. Todas as vias de comunicação confluem para Lisboa, e agora que estamos falidos é que vamos investir outra vez, para criar uma nova capital, algures perdida no interior que vai ficar longe de tudo e de todos? O mais simpático que me ocorre chamar-lhes é líricos.
Pegando no exemplo Brasileiro, considerando que a capital tem 1,3% da população total do país, se extrapolarmos para Portugal, teríamos de fazer uma capital com 130mil pessoas. Ou seja deslocar 130mil pessoas. Ou seja criar habitação, infraestruturas rodoviárias, redes de comunicação, de energia, abastecimento de água e saneamento, e transporte para 130mil pessoas… Está tudo doido? Onde é que iam buscar o dinheiro?
Há com cada cromo! Teóricos… ou líricos. E já agora, pegar fogo a tudo e esperar que renasçam das cinzas qual fénix do Harry Potter… Precisamos de ajuda divina, e já, mas para colocar estas cabecinhas no lugar!!.

Neste natal, partilhem.

Com o natal a aproximar-se deixo aqui um pedido a todos os (poucos) seguidores do blog. Sejam solidários com as crianças. Estas não têm culpa dos erros dos pais, avós ou governantes. Se tiverem de fazer um esforço e abdicar de vós para proporcionarem um sorriso a uma criança, não hesitem e façam-no. Por pequeno que seja, poderá ser o suficiente para melhorar a auto-estima de uma criança, que pode ser decisiva no crescimento de uma nova personalidade. Uma boa personalidade.
Deixo aqui um site de uns brinquedos que fizeram as minhas delícias quando miúdo. Pode ser que ainda façam as delícias da criançada. Eu sei que o plástico, com o petróleo a subir, tá caro…


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Os entendidos

Por vezes o jornalista José Gomes Ferreira consegue tirar-me do sério. Ontem foi um desses dias. Dizer que não há tempo para se pensar o estado social, eu até posso entender, mas o que andou o governo a fazer durante ano e meio?? Não sabia que não ia atingir os objectivos propostos? Todos sabíamos! Aqui é que reside o problema. E lamento que ninguém venha cobrar aos políticos as suas irresponsabilidades. É que estes chulos do PSD, ainda antes de estarem no governo já o queriam “refundar”, ou seja desmantelar. Mas como nas eleições o seu programa eleitoral com a questão da alteração da constituição estava a fazer cair o PSD nas sondagens, nunca mais falaram em “refundar” o estado até serem eleitos, tendo mandado calar o Catroga, removendo do seu programa eleitoral as folhas comprometedoras. Depois andaram a fingir que o assunto estava esquecido, não fizeram nada de jeito para inverter o rumo do país e agora impõem como facto consumado, que a solução passa por fazer o que sempre quiseram. Conhecendo as cabecinhas gulosas e mafiosas da nossa classe política, até não me admiraria que este caminho de sacrifícios e de desgaste da população foi premeditado, para que agora, com os portugueses todos apertados com as suas despesas e parcas receitas, não tenham outro remédio que não seja aceitar e calar.
Não aceito este tipo de chantagem vinda de quem nos governou mal nos últimos anos, e de quem em um ano meio, nada fez, nada tentou, muito menos ponderou ou discutiu qualquer alternativa com outros partidos políticos ou parceiros sociais.
Mais ainda, o PSD disse o contrário em campanha. Por isso se quer desmantelar o estado exige-se que vá a eleições com esse programa eleitoral. Se os portugueses votarem nele, então sim terei de me resignar.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

CDS no seu melhor: Uma no cravo outra na ferradura.

As declarações do deputado João Almeida, líder da bancada parlamentar do CDS na AR, demonstram que o CDS decidiu brincar à política na votação do orçamento de estado.
Aprovou, mas veio dizer que não queria aprovar porque é um mau orçamento. Isto faz-me lembrar os meus tempos de criança em que os meus pais, de forma a incutir-me personalidade me diziam: “então se te mandarem atirar a um poço, tu atiras-te?”
De facto, muita falta de carácter e personalidade anda por aquela AR. Quer dizer, se calhar até a há, mas mais virada para o “tachinho”, que dá dinheirinho.
Cenas tristes. Não só tristes como absurdas. Dizer que sabe que está errado mas que, procurar uma solução diferente tenderia a ser pior (!??), só posso aceitar de quem é burro e não tem inteligência para pensar e tentar fazer melhor. Mais valia estar calado.

“Não é um bom Orçamento.O meu voto favorável não se justifica pelo conteúdo do Orçamento, mas antes pelas implicações que teria a sua não aprovação. Na sua versão final, este Orçamento mesmo que funcione como exercício académico, terá graves problemas de aplicação prática, em resultado das enormes dificuldades que vai criar às pessoas. No entanto se há coisa que o passado recente nos mostra claramente, é que a uma má solução, ainda que rejeitada, sucede uma pior. (...) Tenho a profunda convicção que a rejeição do Orçamento apenas agravaria a situação dos portugueses, principalmente dos que atravessam maiores dificuldades. Mais cedo ou mais tarde, com estes ou outros protagonistas, viria uma nova proposta com medidas idênticas em dose reforçada…”

segunda-feira, 26 de novembro de 2012


Austeridade e privilégios


«[...] O primeiro-ministro, se ainda possui alguma réstia de dignidade e de moralidade, tem de explicar por que é que os magistrados continuam a não pagar impostos sobre uma parte significativa das suas retribuições; tem de explicar por que é que recebem mais de sete mil euros por ano como subsídio de habitação; tem de explicar por que é que essa remuneração está isenta de tributação, sobretudo quando o Governo aumenta asfixiantemente os impostos sobre o trabalho e se propõe cortar mais de mil milhões de euros nos apoios sociais, nomeadamente no subsídio de desemprego, no rendimento social de inserção, nos cheques-dentista para crianças e — pasme-se — no complemento solidário para idosos, ou seja, para aquelas pessoas que já não podem deslocar-se, alimentar-se nem fazer a sua higiene pessoal.

O primeiro-ministro terá também de explicar ao país por que é que os juízes e os procuradores do STJ, do STA, do Tribunal Constitucional e do Tribunal de Contas, além de todas aquelas regalias, ainda têm o privilégio de receber ajudas de custas (de montante igual ao recebido pelos membros do Governo) por cada dia em que vão aos respetivos tribunais, ou seja, aos seus locais de trabalho.

Se o não fizer, ficaremos todos, legitimamente, a suspeitar que o primeiro-ministro só mantém esses privilégios com o fito de, com eles, tentar comprar indulgências judiciais.»


À PESCA DE SOLUÇÕES
“É necessário olhar para o que esquecemos mas últimas décadas e ultrapassarmos os estigmas que nos afastaram do mar, da agricultura e até da indústria”. A frase é do Presidente da República.
Quando é que o Presidente Cavaco se convenceu de que a política de subsídios ao abate de barcos de pesca e à não-produção agrícola do primeiro-ministro Cavaco Silva conduziram o país a uma situação explosiva?
In Expresso Primeiro Caderno, de 24/11/12,pag.06 (João Garcia, Jornalista).

A POLÍTICA DO SILÊNCIO
“A magistratura ativa do PR converteu-se na política do silêncio, interrompida por declarações avulsas e mensagens no Facebook”.
In Expresso Primeiro Caderno, de 24/11/12, pag.09 (Fernando Madrinha, Jornalista).

A TENTAÇÃO DA MAIORIA
Assembleia da República, Proposta de Lei nº 103/XII (Orçamento de Estado para 2013)
Proposta de alteração. (entrada na Mesa às 13h05 de 22/11/12).
No frenesim das propostas de alteração apresentadas pela maioria, uma durou…55 minutos. Na 5ª feira a coligação entregou uma proposta às 13h05 que, como se lê no documento, “substitui a anterior, entrada às 12h10”.
In Expresso Primeiro Caderno, de 24/11/12, pag.08 (Filipe Santos Costa, Jornalista).

CDS FICOU FRAGILIZADO
“A posição do CDS saiu muito fragilizada e pouco compreensível”, diz Filipe Anacoreta Correia, do conselho nacional dos centristas, sobre a participação do partido no processo orçamental.
In Expresso Primeiro Caderno, de 24/11/12,pag.12 (Filipe Santos Costa, Jornalista).
Coligido por: Jerónimo Pamplona, Algés, 25 de Novembro de 2012.

As greves

É verdade que todos têm direito à greve. Mas há uns que têm mais do que outros. Confesso que me faz confusão, nos dias de hoje, que haja quem faça greve às horas extraordinárias. Quantos de nós, se pudéssemos ir buscar umas coroas extra ao nosso salário, diríamos que não? Independentemente se é pago a 150% ou a 200%. Só o facto de poder receber mais uns trocos por mês já me parece muito bem. Mas isto se calhar sou só eu. Acho que é aqui que se distingue um trabalhador de um empregado. Um trabalhador desde que tenha um bónus a acenar, esfalfa-se para o conseguir, o empregado, nem com bónus vai lá. Tem que ser um MEGA bónus para o convencer a mexer-se um pouco.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Relvas Daninhas

Ao que parece, após tanta propaganda para acabar com os governos civis, que eram a razão de todas as nossas desgraças e incumprimentos nos défices (tretas), eis que a nossa grama mais irritante e persistente se prepara para criar 100 novos jobs, com o nome coordenador intermunicipal. O salário será compatível com a função (job for the boys), e rondará os 4500euros mensais. Cada coordenador terá ainda assessores e administrativos… Começo a fazer as contas e isto é coisa para passar dos 25milhões de euros anuais. Coisa pouca para um país que se prepara para cortar na saúde e educação…
E a pergunta que se coloca é: então para que foram acabar com os governos civis? É que eram “só” 18, e segundo informação, o estado contava poupar 3,5milhões de euros/ano com a sua extinção…
Como da Relva Daninha já espero tudo, parece-me a mim que o que ele queria era fazer uma espécie de reset, para despedir os governadores sem direito a indemnização para depois colocar os seus credores de favores… E esta hein?

Ai Marcelo…

Eu sei que não sou ninguém comparado contigo Marcelo, mas vais ter de me permitir um conselho. Se ainda sonhas que um dia, ainda vais ter um cargo político importante nesta república das bananas, e isto se ainda estiveres interessado, vais ter de mudar de rumo.
Que vídeo é aquele? O que é aquilo? Quem é que querias impressionar, os portugueses ou os alemães? E era impressionar ou humilhar?.. Não percebi. Mas a mim deixou-me embaraçado, e não gostei da sensação…
 Se já começa a ser raro assistir aos teus programas de domingo à noite, dada a tua parcialidade ao PSD que por vezes pode ser interpretada como falta de inteligência, este vídeo, foi para mim a machadada final. Finish him!

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Petição Artigo 151º

Eu sei que agora todos se queixam que existem petições por tudo e por nada mas esta parece-me muito importante. Acredito sinceramente que um dos graves problemas do nosso país está na maldita classe política que temos. Todos sabemos que são boys, mas todos continuamos a votar nos mesmos. Uma vez à esquerda, outra à direita, consoante a imagem dos candidatos. Sabendo que ao final de 35anos, esses mesmos boys nos levaram à falência, torna-se imperioso mudar! E enquanto é tempo! A Islândia também mudou, mas só depois da bancarrota. Olhemos então para o exemplo deles e tentemos fazer melhor: antecipando-nos. Leiam o objectivo de petição, e caso concordem, não deixem de assinar.

Exma. Sra.
Dra. Assunção Esteves
Presidente da Assembleia da República

Portugal assiste a uma grave crise financeira e económica, já demasiado comentada e documentada, e simultaneamente ao despertar de uma nova sociedade civil, impulsionada nas redes sociais e, aparentemente, sem vínculos formais a associações partidárias, sindicais ou outras.

É uma sociedade civil que procura e necessita de uma mudança no modo de se representar enquanto Estado de Direito, já que as respostas tradicionais dadas pela democracia representativa existente no nosso sistema político dos últimos 38 anos parecem não ser suficientes. Esta necessidade não é um fim em si mesmo e procuram-se, por isso, soluções que materializem uma mudança da situação actual.

A Constituição da República Portuguesa prevê, no Capitulo II do seu Título II, os direitos de participação na vida pública (artigo 48.º) e de acesso a cargos públicos (artigo 50.º). Contudo, é fundamental o reforço constitucional destes conceitos, procurando uma maior representatividade nos eleitos para a causa pública, o que, em nosso entender, passa pela extinção do monopólio partidário, como lhe chamam Gomes Canotilho e Vital Moreira, previsto em sede de representação na Assembleia da República.

Urge por isso permitir que grupos e movimentos de cidadãos tenham a capacidade e a possibilidade de estarem representados na Assembleia da República, fora do âmbito tradicional dos partidos, já que estes candidatos trarão à função de deputado uma nova dinâmica e responsabilidade políticas, pelo seu envolvimento em causas especificas e não partidárias. Esta mudança manteria a Constituição da República Portuguesa a par da mudança social a que o país assistiu nos últimos 30 anos e, estamos certos, contribuiria para aumentar a participação cívica em Portugal

Assim, os portugueses abaixo-assinados, ao abrigo do direito de petição, solicitam que os deputados à Assembleia da República, aquando da abertura do próximo processo de revisão constitucional:

Proponham a alteração do n.º 1 do artigo 151º da Constituição da República Portuguesa de modo a que este passe a permitir a candidatura de grupos de cidadãos independentes à Assembleia da República.


Portugal, 1 de Dezembro de 2012

Os signatários