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quinta-feira, 4 de novembro de 2021

 

Bem Engendrado?

 

Surgiram algumas notícias sobre a não recandidatura de António Costa ao cargo de secretário-geral do PS.

Assim como rumores de um possível interesse de António Costa em um cargo europeu.

Nesta fase, não passam de especulações que só o tempo irá ou não confirmar.

O PS tem tentado passar a ideia que o Orçamento de Estado não foi aprovado por culpa dos partidos de esquerda (BE e PCP).

O Partido Socialista decidiu assumir a governação do país sem maioria absoluta (e sem coligação).

Quem votou no Bloco de Esquerda e no Partido Comunista Português, votou em programas eleitorais diferentes dos do Partido Socialista.

O Orçamento de Estado foi concebido unicamente pelo Partido Socialista.

Parece-me legítimo que os partidos a quem é pedido que contribuam com os seus votos para a aprovação do Orçamento de Estado, exijam em compensação, algumas medidas que vão ao encontro das suas políticas, e por consequência, das expectativas de quem lhes concedeu os votos.

As nove medidas que o BE exigia para aprovar o OE estão publicadas e podem ser consultadas em: https://www.esquerda.net/artigo/quais-sao-9-propostas-do-bloco-para-o-orcamento/77418

No programa da RTP “É ou não É?”, Mariana Mortágua do Bloco disse qualquer coisa como “nem sequer têm que aprovar todas as 9 medidas”.

A verdade é que não houve entendimento, e o orçamento acabou mesmo por não ser aprovado, e por consequência, a assembleia foi dissolvida e vamos para eleições antecipadas.

Quem lhe parece que poderá ter mais a ganhar com esta crise política?

Se o PS conseguir passar a ideia que foi provocada por BE e PCP, talvez consiga capitalizar alguns votos à esquerda.

Por outro lado, o principal oponente, está a atravessar uma situação de conflito interno.

A determinação da data das próximas eleições pode ditar se haverá, ou não, um congresso do PSD antes das eleições legislativas.

Se não houver, Rui Rio que não tem conseguido subir nas sondagens, será o principal opositor de António Costa.

Caso seja Paulo Rangel, será alguém que passou boa parte do tempo (até às próximas eleições) a digladiar-se com o seu opositor interno.

Há boas hipóteses da conjuntura ser favorável, para o PS conseguir a desejada maioria absoluta.

Caso essa pretensão seja mais uma vez frustrada, e António Costa decida procurar outros caminhos, Pedro Nuno Santos que já piscou os olhos aos partidos de esquerda, tentará reabilitar a gerigonça.

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