Livrete, outras divergências. Divergência de chapa de fabricante.
Esta deficiência
(tipo 1) permite a circulação do veículo, no entanto, tem um ano (até à próxima
inspeção para a corrigir).
Confesso que ao
início estava completamente à nora, não fazia ideia do que se tratava nem como
a resolver. Claro que podia, e devia, na altura, ter perguntado ao senhor técnico
do centro de inspeções técnicas periódica, do que se tratava tal deficiência.
Afinal tinha sido ele que a identificou. Mas, ou porque estava com pressa ou
porque pensei que “depois vejo e logo resolvo”, o facto é que peguei na folha,
vi que o resultado era “Aprovado”, e segui viagem.
Felizmente existe
o Google. Googuelei e acabei por dar com um fórum onde fui encontrar um caso
exatamente igual ao meu. Um tipo, também dono de um Audi tinha recebido exatamente
o mesmo presente que eu. Então do que se trata? O fulano do centro de inspeções
conseguiu detetar uma incongruência entre o que está escrito no DUA (documento
único automóvel) e a chapa do fabricante que está colada no motor. A chapa diz
que a parte da frente do carro pesa 980 e a parte de trás do veículo 910 kg,
enquanto no DUA está 980 (à frente) e 950 (a trás).
Ou seja, a
diferença está apenas no eixo traseiro do veículo. No DUA diz 950 kg, no motor
está 910 kg. Parece-me a mim que esta diferença burocrática não serve de nada.
O Carro é de abril de 1997. Já tem mais de 20 anos. Agora, ao fim de quase 21
anos de circulação detetaram um problema que necessita de ser resolvido porque
pode por em risco a segurança de outros condutores, ou peões, ou, bens
patrimoniais?
Não sei que
perigos podem advir desta diferença, nem sequer imagino que a resolução desta “deficiência”
possa por si só garantir menor emissão de gases poluentes para a atmosfera.
Afinal, o que traz de bom esta obrigatoriedade de correção? Só vejo uma
explicação.
Se houver outra,
agradeço que me informem. Para mim isto só serve para os técnicos dos centros
de inspeção presentearem alguns dos seus clientes. Ou seja, esses senhores
provavelmente também têm cotas para cumprir (vivemos no tempo delas).
Imagino que um
centro de inspeções não possa passar todos os carros que lá vão. Não era lá
muito normal, seria uma enorme coincidência todos os carros passarem num dados
período de tempo (imaginam um mês). Como eles preferem passar todos os seus
clientes habituais, e dentro destes, os que vão lá mais vezes. Porque gosta de ser
simpáticos com os novos clientes, faz com que de vez em quando tenham que
arranjar umas deficiências para compensar tantas aprovações.
Porquê estas mais
esquisitas?
- Com o seu carro
está tudo bem, menos esta coisa dos números na chapa do motor não bater certo
com os do DUA”.
- Mas… Ao certo
isso afeta o quê?”
- Como assim?
- Que mal é que
isso tem? Prejudica alguém? É que o carro já circula assim há mais de 20 anos…
- Oh meu amigo, não
sou eu que faço as leis!
- Mas como é que
este gajo se foi lembrar de uma coisa destas (pergunto-me eu).
Aposto que foi durante
uma formação profissional. O formador deve ter dito: “Há muitas formas de
conseguir umas deficienciazitas. Em vez de os mandarem para uma oficina,
arranja-se qualquer coisa que lhes diga que com o carro está tudo bem”.
No ano anterior,
arranjaram-me uma com o amarelo da matrícula.
Também já lhe
calhou?
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