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terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A hipocrisia de Cavaco não encaixa em Mandela


A morte de Mandela já era esperada há pelo menos alguns meses visto que dependia de uma máquina para viver, o que eu não esperava era que Cavaco quisesse ir à cerimónia fúnebre do mesmo. Isto porque em 1987, Cavaco, então primeiro-ministro de Portugal, resolveu votar contra a libertação de Mandela ao lado do Reino unido e Estados Unidos da América. Podem dizer que o voto contra baseou-se apenas no facto de ser na libertação armada, podem dizer o que quiserem. O facto é que os outros países, os que não concordaram, abstiveram-se. Portugal nem votou a favor, nem se absteve, votou contra.
A verdade é que aproveitámos essa desculpa para defender os nossos interesses. Portugal tinha, e tem, uma comunidade de dimensão razoável na África do Sul, principalmente de Madeirenses, cujos negócios poderiam implodir com o fim do Apartheid. Fomos calculistas, fomos egoístas e pensámos apenas nos nossos interesses. Temos de assumir esse erro.

Custa-me por isso pensar, que alguém que há 26 anos teve esta atitude vá agora, como se nada se tivesse passado, ao funeral de quem quis calar, de quem quis manter controlado. Corremos o risco, como país, de sermos ridicularizados por isso. Enviem a Presidente da Assembleia da República Assunção Esteves, enviem o Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho, enviem o Vice ou o ministro dos negócios estrangeiros, porque a homenagem a Mandela é mais do que merecida. Mas por favor, tenham vergonha na cara e não enviem o presidente que foi o responsável à data pelo nosso voto contra!..

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