Este tema vem a propósito da
notícia das condições de mudança da Agência Europeia do Medicamento, do Reino
Unido para Portugal. Com a saída do Reino Unido da Europa, muitas instituições
europeias que se encontravam instaladas em terras de sua majestade terão de
abandonar o país e serem reinstaladas em países que façam parte da União.
Portugal candidatou-se a receber a agência, o que pode significar, não só a
captação de técnicos altamente qualificados para o país, como também os salários
que lhes estão associados, como toda a logística e tráfego constante de
técnicos que visitam as instalações da agência.
É aqui que o tema do IRS é chamado ao barulho.
O governo já veio esclarecer que os técnicos que são pagos por instituições
europeias não estão abrangidos pelos escalões de IRS nacionais pelo que os
mesmos vão pagar uma taxa de 20%.
É interessante esta preocupação
com as taxas, que deve ser motivo de reflexão do porquê das grandes empresas
mundiais, grandes multinacionais, escolherem muitas vezes outros países para
instalarem filiais em detrimento de Portugal. A verdade é que a essas grandes
empresas estão muitas vezes associados técnicos altamente qualificados cujo
nível de remuneração é muito elevado. Quando se olha para a taxa de IRS cobrada
em Portugal facilmente se percebe que é difícil convencer algum empresário a trazer
a sua empresa para este país. Pois estas empresas por norma trazem uma equipa
de técnicos para o país onde se vão instalar, que para ganharem o mesmo (ou
mais, porque ninguém abandona o seu país pelo mesmo valor de remuneração), o
empregador terá de subir consideravelmente os custos com remunerações. Enquanto
um funcionário, técnico superior, que nos países mais desenvolvidos da Europa
aufere algo como 4mil€/mês, em Portugal teria de pagar 30% de IRS mais os 11%
de Segurança Social, o que dificilmente se torna atractivo para empresas de top.
Vamos sim continuar a atrair empresas (indústrias) de sector secundário de
baixos salários cuja % de impostos incidentes é baixa pois pagam pouco mais que
o salário mínimo.
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