Pesquisa

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O paradigma dos Gestores das Empresas Públicas

Esta semana tive oportunidade de conhecer, após um ano de mandato, o presidente do grupo Águas de Portugal, ao qual eu pertenço. Nunca o tinha visto mais gordo, ou mais magro. Simplesmente, nunca o tinha visto. O "acidente" deu-se num evento organizado pelo grupo empresarial, denominado Jornadas de Engenharia. Neste evento, vários directores e também funcionários das diversas empresas do grupo, foram apresentar alguns trabalhos, ideias, políticas de empresas, de gestão, de especificidades do sector etc. Uma óptima oportunidade para se conhecer o que andam a fazer as empresas, quem são os técnicos e suas competências. Que fez o presidente do grupo? Fez a abertura das jornadas, com um discurso armado ao rigoroso, mas onde vincou bem a sua missão – vender o grupo a privados - tendo abandonado o certame assim que terminou a sua intervenção.

São estes gestores que têm gerido o sector empresarial do estado nos últimos anos. Gestores que não estão propriamente interessados em conhecer a empresa, tal como não estão interessados em conhecer os seus trabalhadores. Nem vou falar dos esforços de gestão ou racionalização das despesas. A única ligação à empresa que lhes interessa manter é o saque. Seja pelo seu chorudo ordenado e regalias, ou pela colocação de alguns dos boys do partido em bons empregos com bons ordenados, ou por último, se a empresa for financeiramente interessante, pela sua privatização. Não há entrega, não há espírito empresarial, não há paixão pelo seu trabalho, muito menos competência na área de gestão empresarial. Quando não há nada disto é natural que as empresas encaminhem pelo desleixo.
Depois começam os discursos para convencer o povo e comunicação social de que a visão/ideia deles, dos mesmos que sacam, é a ideal para resolver os problemas do País. Problemas esses, que só existem, pelo facto de eles (saqueadores) existirem.

A manipulação dos discursos é tão descarada que cheguei ao ponto de assistir na apresentação do Sr. Presidente, à passagem de um acetato onde podíamos ver a percentagem de serviços de abastecimento de água e saneamento, que são privados nos restantes países europeus. Nesse acetato apareciam vários países como França (60% privado), Alemanha, Espanha, Itália e Portugal. O acetato seguinte mostrava as eficiências, no qual se destacava na 2ª posição a Holanda. Porque não constava a Holanda no primeiro acetato? Porque os serviços são 100% públicos. E pelos vistos funcionam bem, como tal não interessa publicitar.
Os nossos políticos têm feito disto “aos montes” nos últimos anos. Manipulam a informação que “injectam” na praça pública. Infelizmente para nós, cidadãos portugueses, a nossa imprensa também ela não ajuda à defesa dos nossos interesses. Colocar um prof. Marcelo, ou o político Marques Mendes a comentar assuntos dos quais não percebem nada e que, para além de parciais, a única informação que possuem é a que os governantes escolhem colocar na praça, é o mesmo que colocar um padeiro a falar de mecânica de elevadores. Vai falar daquilo que ouviu dizer, ou leu algures que seria bom, e que até lhe pareceu uma boa ideia…

Sem comentários:

Enviar um comentário