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sexta-feira, 16 de novembro de 2012


A nossa Crise!


A globalização.

De seguida, dá-se um novo fenómeno na globalização: A deslocalização.

Ao contrário de abrir uma filial num país para fornecer esse país ou região, a deslocalização implica fechar a fábrica no país de origem e ir produzir para outro país para beneficiar de fatores produtivos, em particular, de mão-de-obra mais barata.

A deslocalização origina perda de postos de trabalhos (e geralmente, fecho de pequenas empresas que prestavam serviços ou forneciam a fábrica que fechou).

Portugal desiste de ter uma agricultura de subsistência e apesar do enorme espaço marítimo, das pescas e do mar.

Em Portugal, a deslocalização, o abandono da agricultura e das pescas, não é significativamente compensada com a criação de novos serviços, pequenas empresas tecnológicas ou a produção com valor acrescentado.

O dinheiro é barato, para os bancos, empresas e famílias.

O crédito fácil leva a um forte endividamento (de muitos…).

Os bancos emprestam, querem emprestar e até oferecem empréstimos.

A alavancagem dos bancos atinge valores recorde (fazem-se empréstimos à habitação nos quais os bancos não asseguram mais que 2% do montante do empréstimo).

O maior investimento não é feito em fatores produtivos, isto é, em fatores que ajudem o país e as empresas a expandir as suas atividades e a produzir mais, mas em infraestruturas, imóveis e em bens de consumo.

As construções de autoestradas, viadutos, edifícios, estádios, imóveis, etc., caracterizam-se por uma forte empregabilidade durante a fase de construção mas muito reduzida durante a fase de manutenção.

A construção de infraestrutura sobredimensionada torna muito difícil a recuperação do seu investimento e falha o seu propósito de ajudar a melhorar a produtividade do país.

O crédito barato leva à loucura do consumo. Todos querem ter os últimos modelos das novas tecnologias. Todos querem ter uma boa casa e um carro melhor.

O dinheiro estava barato e parecia haver a rodos.

Asia e em particular os países emergentes, crescem mais que o resto do mundo e absorvem uma parte da riqueza, em particular dos países/blocos mais ricos.

- Algumas instituições financeiras sem escrúpulos contratam físicos e matemáticos e outros génios que tal, que se formaram para trabalhar na NASA ou no CERN, ou noutro local, mas que foram para instituições financeiras desenvolver produtos altamente complexos que nem banqueiros/bancários com dezenas de anos de experiência os compreendem.

- Criam-se os chamados produtos tóxicos que geram muito dinheiro virtual. Há muito mais dinheiro a circular de forma digital do que o dinheiro real para o sustentar. Há seguros sobre seguros, sobre seguros, sobre seguros, sobre seguros, …, e produtos de investimento de risco com margens de retorno muito elevadas sobre esses seguros ou sobre o bem segurado ou sobre a viabilidade do dono do seguro, e "futuros" que fazem subir o preço de bens de consumo essenciais e da energia (petróleo, etc.) Estes continuam a existir.

Rebenta a bolha financeira.

Alguns países da zona euro estão em muito pior situação do que outros, principalmente porque tiveram bastante menos bom senso e deixaram-se ir atrás dessa enorme especulação financeira e/ou porque quiseram aproveitar o “dinheiro fácil” para crescer rapidamente, nomeadamente através da construção de infraestruturas, habitação e de um despesismo generalizado (o dinheiro dava para tudo), e porque os seus bancos estavam mais preocupados em conceder crédito do que com o seu nível de alavancagem ou com as garantias dos clientes para cumprir as condições de empréstimo (se tinham, ou não, alguma “almofada” para o caso de algo correr menos bem).

Como o governo pretende resolver a crise:

1 Descer o nível de vida baixando salários

2 Reduzir o peso do estado na economia

3 Financiar os bancos

4 Diminuir as prestações sociais

5 Aumentar as exportações

6 Reformas estruturais

7 Prolongar o período do empréstimo (depende da Troika)

8 Diminuir os juros (depende da Troika)

O governo parece crer que só é possível atingir os pontos 7 e 8 depois de cumprir os pontos prévios.

To be continued

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