A nossa Crise!
A globalização.
De seguida, dá-se um novo fenómeno na globalização: A
deslocalização.
Ao contrário de abrir uma filial num país para fornecer esse
país ou região, a deslocalização implica fechar a fábrica no país de origem e
ir produzir para outro país para beneficiar de fatores produtivos, em
particular, de mão-de-obra mais barata.
A deslocalização origina perda de postos de trabalhos (e
geralmente, fecho de pequenas empresas que prestavam serviços ou forneciam a
fábrica que fechou).
Portugal desiste de ter uma agricultura de subsistência e
apesar do enorme espaço marítimo, das pescas e do mar.
Em Portugal, a deslocalização, o abandono da agricultura e das
pescas, não é significativamente compensada com a criação de novos serviços, pequenas empresas tecnológicas ou a produção com valor acrescentado.
O dinheiro é barato, para os bancos, empresas e famílias.
O crédito fácil leva a um forte endividamento (de muitos…).
Os bancos emprestam, querem emprestar e até oferecem
empréstimos.
A alavancagem dos bancos atinge valores recorde (fazem-se
empréstimos à habitação nos quais os bancos não asseguram mais que 2% do
montante do empréstimo).
O maior investimento não é feito em fatores produtivos, isto
é, em fatores que ajudem o país e as empresas a expandir as suas atividades e a
produzir mais, mas em infraestruturas, imóveis e em bens de consumo.
As construções de autoestradas, viadutos, edifícios,
estádios, imóveis, etc., caracterizam-se por uma forte empregabilidade durante
a fase de construção mas muito reduzida durante a fase de manutenção.
A construção de infraestrutura sobredimensionada torna muito
difícil a recuperação do seu investimento e falha o seu propósito de ajudar a melhorar a produtividade do país.
O crédito barato leva à loucura do consumo. Todos querem ter os últimos modelos das novas tecnologias. Todos querem ter uma boa casa e um carro melhor.
O dinheiro estava barato e parecia haver a rodos.
Asia e em particular os países emergentes, crescem mais que o resto do mundo e absorvem uma parte da riqueza, em particular dos países/blocos mais ricos.
- Algumas instituições financeiras sem escrúpulos contratam
físicos e matemáticos e outros génios que tal, que se formaram para trabalhar
na NASA ou no CERN, ou noutro local, mas que foram para instituições
financeiras desenvolver produtos altamente complexos que nem
banqueiros/bancários com dezenas de anos de experiência os compreendem.
- Criam-se os chamados produtos tóxicos que geram muito dinheiro
virtual. Há muito mais dinheiro a circular de forma digital do que o dinheiro
real para o sustentar. Há seguros sobre seguros, sobre seguros, sobre seguros,
sobre seguros, …, e produtos de investimento de risco com margens de retorno
muito elevadas sobre esses seguros ou sobre o bem segurado ou sobre a
viabilidade do dono do seguro, e "futuros" que fazem subir o preço de bens de
consumo essenciais e da energia (petróleo, etc.) Estes continuam a existir.
Rebenta a bolha financeira.
Alguns países da zona euro estão
em muito pior situação do que outros, principalmente porque tiveram bastante
menos bom senso e deixaram-se ir atrás dessa enorme especulação financeira e/ou
porque quiseram aproveitar o “dinheiro fácil” para crescer rapidamente,
nomeadamente através da construção de infraestruturas, habitação e de um
despesismo generalizado (o dinheiro dava para tudo), e porque os seus bancos
estavam mais preocupados em conceder crédito do que com o seu nível de
alavancagem ou com as garantias dos clientes para cumprir as condições de
empréstimo (se tinham, ou não, alguma “almofada” para o caso de algo correr
menos bem).
Como o governo pretende resolver a crise:
1 Descer o nível de vida baixando salários
2 Reduzir o peso do estado na economia
3 Financiar os bancos
4 Diminuir as prestações sociais
5 Aumentar as exportações
6 Reformas estruturais
7 Prolongar o período do empréstimo (depende da Troika)
8 Diminuir os juros (depende da
Troika)
O governo parece crer que só é
possível atingir os pontos 7 e 8 depois de cumprir os pontos prévios.
To be continued
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