“VAMOS TER DE PENAR. MAS TODOS”
(Isabel Jonet, Presidente do Banco Alimentar Contra a Fome)
Hoje e amanhã, o Banco Alimentar realiza mais uma campanha
de recolha de alimentos, a primeira desde as polémicas declarações de Isabel
Jonet.
P - Arrependeu-se
do que disse, da referência aos bifes que não se podem comer todos os dias?
R - Era uma
metáfora. Todos temos dias de comunicação mais infelizes. Talvez quisessem um
discurso diferente.
P - Que tipo de
discurso?
R - Não sei.
Quando me perguntam se acho que os portugueses têm de emagrecer mais, eu
mantenho que sim, mas não são os mais pobres e os velhos.
P - Leu as
críticas nas redes sociais, as petições?
R - Só os jornais
e os mails. Recebi muitos telefonemas
de apoio. Mas críticas também, de pessoas que dizem que enquanto estiver no
Banco não contribuem mais.
P -Ponderou
demitir-se?
R - Não vejo
razão para me demitir. Foi uma reação, saltou uma tampa, saiu a pressão. Se
calhar até foi positivo, porque as tensões sociais ficam atenuadas.
P - Vai ter mais
cuidado com as palavras?
R - Não…
P - Os
portugueses aguentam mais austeridade?
R - (Prolongado
silêncio) Não generalizava assim. Como um todo não podem ser pedidos muito mais
sacrifícios.
P - Mas acredita
que não vão ser?
R - Acredito que
vão ser. Com realismo, as pessoas têm de estar preparadas, não se podem
continuar a iludir. Vamos penar um par de anos, mas depois vamos estar noutro
patamar de desenvolvimento. Mas vamos ter de penar todos.
Extracto da Entrevista publicada no Expresso Primeiro
Caderno, de 01/12/12,pag.34 (Paulo Paixão e Raquel Moleiro).
Coligido por: Jerónimo Pamplona, Algés, 03/12/12.
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