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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

As caneladas do primeiro-ministro

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, as declarações de PPC no congresso da jotinha, no qual referiu que os actuais reformados descontaram para ter reformas, mas não as reformas douradas que recebem, foram uma canelada valente no Cavaco, Manuela Ferreira Leite e Catroga. A questão que se coloca, é a seguinte, se ele acha isso, porque não faz nada para alterar?
Como é sabido até 2008, altura em que o governo Sócrates procedeu a uma reforma da segurança social, as regras da segurança social eram muito “abertas” a todo e qualquer tipo de trafulhice, desde que o trafulha soubesse fazer bem a coisa. Assim de grosso modo, assistimos a várias personalidades a reformarem-se com pensões elevadíssimas, sem terem descontado o devido valor para elas. Contavam apenas os últimos 5anos de descontos. Assim, uma grande parte de trafulhas, descontavam o mínimo para a segurança social, descontando 10x mais nos últimos 5anos de trabalho para roubarem (desculpem mas é este o termo), uma boa pensão ao estado. A reforma efectuada em 2008 estabeleceu que, a partir dessa data, o valor das pensões seria calculado através de uma média ponderada de todos os anos de descontos (parece-me tão evidente, que nem consigo perceber como poderia ser de outra maneira!!?). Só tenho pena que o governo PS, não tenha actualizado pensões anteriores. Ia-mos ver muito comentador, ex-político, socialites etc, a voltarem ao activo!..Mas não. Vamos deixá-los drenar a Segurança Social até ao último cêntimo.
Agora não posso aceitar que, sendo PPC o primeiro a dizer que no passado aconteceu isto e que foi errado, que venha agora com base nisso, justificar os cortes nos rendimentos dos pensionistas. É que ele esquece-se que grande parte deles, os trabalhadores por conta de outrem, pagaram o que tinham a pagar e por norma não beneficiaram escandalosamente das “aberturas” da Segurança Social.

Num estado organizado, justo e honesto as contas seriam fáceis de fazer. Somar todo o valor descontado pelo trabalhador e patrão (total 35% do rendimento bruto) ao longo da sua carreira contributiva. Depois dividir por 14 meses e pelos anos que faltam até uma esperança de vida de 86anos. Assim não interessa se a pessoa trabalhou até aos 65 ou aos 60. Se trabalhou até aos 65, o somatório dos descontos, seria dividido por 14*21, isto admitindo que recebem subsídio de férias e natal. Se trabalhou até aos 60 o somatório dos descontos era dividido por 14*26.  Os juros do fundo de pensões serviriam para compensar aqueles que vivem para lá dos 86, pensões de invalidez e abonos. Assim, também seria justo para os que vivem constantemente de subsídios. Quando se reformassem recebiam de acordo com o que tinham contribuído, que seria muito pouco.

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