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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A nossa justiça.


Este fim-de-semana, foi notícia a sentença do julgamento de Renato Seabra. Sobre isso nada tenho a dizer, mas não consegui deixar de me questionar: Quanto tempo teria demorado a justiça portuguesa a chegar a um veredicto?

Os processos em Portugal arrastaram-se durante anos e muitas vezes não chegam a lado nenhum.
No entanto, um processo que dure muitos mais anos tem necessariamente que custar muito mais aos contribuintes. Se, depois de tantos anos não der em nada, fica para além do enorme custo financeiro, o custo da falta de justiça e do julgamento na praça pública com base na informação veiculada pelos meios de comunicação social, e não pela decisão do tribunal.
O que mais impressiona é que já se houve falar disto há anos e tudo continua na mesma.
Recordo-me de uma entrevista a uma estação de televisão, do então primeiro-ministro Eng.º António Guterres, que disse claramente que em Portugal quem tivesse meios para contratar um bom advogado muito dificilmente seria condenado.
Se o próprio primeiro-ministro diz isto e nada muda, só posso concluir que quem prefere manter o atual estado das coisas, tem muita força.
E esta é a grande questão, um grupo minoritário consegue impor a sua vontade sobre a generalidade dos portugueses.
Dá inclusive a sensação que muitos já nem vêm isto como uma profunda injustiça, como uma enorme descriminação, mas antes como uma benesse a que se tem direito quando se chega a rico. Como se tratasse de uma vantagem que vem no pacote com a promoção.
Todos acreditamos que a nossa justiça não condena injustamente, por isso, todos aqueles que não têm possibilidades de contratar os bons advogados e suportar os longos processos judiciais, só têm que se portar bem e não cometer qualquer crime, que tudo vai correr bem.
Se alguns conseguem safar-se, só vem confirmar aquilo que já sabemos: Somos todos iguais, embora uns sejam mais iguais que os outros.

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