A DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA EM PORTUGAL
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O produto interno bruto (PIB) representa a soma (em
valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa
determinada região (quer sejam países, estados ou cidades),
durante um período determinado (mês, trimestre, ano, etc). O PIB é um dos
indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de mensurar a atividade
econômica de uma região.
Na contagem do PIB, considera-se
apenas bens e serviços finais, excluindo da conta todos os bens de consumo de
intermediário. Isso é feito com o intuito de evitar o problema da dupla contagem, quando valores
gerados na cadeia de produção aparecem contados duas vezes na soma do PIB.[1]
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Uma vez que todos os bens e serviços são transacionados em
dinheiro e que este termina sempre no “bolso” de alguém, fui tentar chegar ao
valor do PIB português.
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A dívida pública
portuguesa, calculada na óptica do tratado de Maastricht, atingiu 198,1 mil
milhões de euros no segundo trimestre, um valor que equivale a 117,6% do PIB.
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A economia
paralela já representa 25,4% do PIB. Por outras palavras, 43,4 mil milhões de
euros "fogem" ao controlo fiscal, segundo o último estudo do
Observatório de Economia e Gestão de Fraude da Universidade do Porto (OBEGEF).
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Se não me enganei nas contas, posso dizer que o PIB em
Portugal andará muito próximo dos 210 000 milhões de Euros.
Considerando esse valor, o PIB per capita, considerando 10 milhões de habitantes, será de 21 000€,
o que equivale a 1 750€ mensais por
habitante.
Com
base num estudo elaborado pelo OBSERVATÓRIO DAS DESIGUALDADES,
apresenta-se de seguida a distribuição do rendimento em Portugal por quintis e
decis.
Quintis – A população portuguesa é dividida em 5 grupos de 2
milhões de habitantes.
Decis – A população portuguesa é dividida em 10 grupos de 1
milhão de habitantes.
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O Observatório das
Desigualdades é uma estrutura independente constituída no quadro do Centro de
Investigação e Estudos de Sociologia do Instituto Universitário de Lisboa
(CIES-IUL), que é a instituição responsável pelo seu funcionamento e
coordenação científica, tendo por instituições parceiras o Instituto de
Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (ISFLUP) e o Centro
de Estudos Sociais da Universidade dos Açores (CES-UA).
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Distribuição do rendimento
em Portugal é fortemente assimétrica
Comparando com os outros
países da União Europeia, Portugal apresenta um perfil de distribuição de
rendimento fortemente assimétrico. Em
2008, os 20% mais ricos auferiam 43,2% do rendimento disponível, a percentagem
mais elevada na UE-27.
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Considerando que todos os
portugueses consomem produtos e serviços, quer façam parte da população ativa
ou não, dividi o valor do PIB pelos valores percentuais do
estudo do OBSERVATÓRIO DAS DESIGUALDADES para
chegar ao rendimento mensal por habitante.
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No Quadro 2 a distribuição
de rendimento surge em decis e o indicador de desigualdade apresentado é o S90/S10.
Em Portugal, os 10% mais ricos
concentravam 28% do rendimento total, a percentagem mais elevada na UE-27.
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O Quadro 3 apresenta as
percentagens de rendimento que os 5% mais ricos auferiam em 2008, no total e
por percentis. Considerando o total dos 5% mais ricos, Portugal era o país da UE-27
no qual o rendimento monetário detido por este grupo era proporcionalmente mais
elevado: 18% do rendimento monetário total apurado para o país. Se se
considerar o 1% do topo, Portugal surgia também em primeiro lugar, a par da
Lituânia: 6,6% do rendimento monetário total.
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Ainda com base no mesmo estudo e seguindo o mesmo procedimento,
conclui-se que o rendimento mensal per
capita dos 5% mais ricos é de 6 300€, enquanto que o rendimento mensal
per capita dos 1% mais ricos é de 11 550€.
De notar que estes valores referem-se ao rendimento mensal
disponível por habitante.
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