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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Na Encruzilhada

Meus caros amigos, só posso pedir desculpa pelo absentismo que tenho demonstrado nestas andanças do BLOG, não existe redenção possível. Ainda assim vou apresentar aquela que me parece ser a razão mais plausível para a minha falta de inspiração, com uma lista cronológica de sintomas dos quais tantos como eu padecem:
  • Investi a meu encargo e da minha família numa formação superior que julgava me traria uma vida tranquila, bastando para isso dedicação e respeito pelos princípios morais pelos quais sempre me regi, julgava eu iludido;
  • Consegui emprego numa empresa sólida, dessas em que é possível crescer como profissional, fazer carreira e se se tiver o que é preciso aspirar a uma posição superior, julgava eu iludido;
  • Muito naturalmente uma vida por vezes é feita de duas e, enquanto uma foi permanecendo uma constante, esperava-se que a outra não decorresse de nenhuma outra forma, julgava eu iludido;
  • Nesses termos o tempo foi passando, até que a corda rebentou, não há mais ilusão nem mais hesitação, a vida é demasiado curta para ficar sentado à espera do incerto. Por muitos planos que se façam há uma verdade que é absoluta e é a de que “quem está mal que se mude”, sem ressentimentos.

Deixei de acreditar em que o caminho que tinha traçado um dia me leve a algum lado. Decidi que está na hora de pegar na régua e esquadro e voltar ao estirador, passando por cima de um esboço deixado por alguém que foi obrigado a deixar Portugal mais cedo e que aguarda a minha chegada para que possamos tirar a vida da pausa.

De repente, e na visão mais crua e egoísta, apercebo-me que já não me importo com as conversas casuais de corredor que têm sempre o mesmo sabor de indignação e impotência. Resta a indiferença.

Um país é feito de pessoas, não é feito de divisas de aço e bronze. Em meu juízo a matéria-prima da vida são as pessoas e aí há a de boa qualidade e a de má qualidade. As pessoas com carácter  justas, coerentes e sobretudo que não estão na vida só por si erguem-se como marcos de granito que agradecemos que permaneçam fixos. Vou reter que conheci duas pessoas que para além disso tudo foram e continuarão a ser amigos, amigos com quem aprendi muito e que tornam a partida mais difícil, mas que merecem respeito e valor pela coragem de permanecer e lutar. Só peço para vocês a mesma sorte que procuro para mim.

Vou, mas vou ciente das minhas obrigações: O Blog e a Stout.

Um grande abraço Luís e Samuel.

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