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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Funcionários Públicos Portugueses

Tanto se fala dos 100mil funcionários públicos que têm de ir para a rua para compor o défice que convém deixar aqui registado algumas verdades.

1º – Representam 10% do PIB Nacional, atrás de Dinamarca – 18,4%, Chipre 16,4%, Finlândia 14,3%, Suécia 14,1%, França 13,2%, Malta 13,2%, Bélgica 12,7%, Eslovénia 12,7%, Grécia 12,2% e Irlanda 11,6%;
2º - Totalizam 22% da despesa do estado;
3º - São 580mil sendo que em 2005 eram 747mil. Ou seja em 7anos reduziram-se quase 170mil. Dada a recente corrida aos pedidos de reforma antecipada é de prever que o número reduza ainda mais nos próximos anos.
4º - Se é verdade que o salário médio ronda os 1583euros, também é verdade que um médico no topo da carreira sem dedicação exclusiva pode ganhar 3200euros se tiver dedicação exclusiva este valor sobe até aos 4mil euros (sem contar com os bancos de horas), nas forças de segurança o salário máximo atinge 5.951euros, nos militares 5mil, no ensino 6.138euros (professor catedrático), justiça 6.128euros e na administração pública 3.734euros. Estes são os valores máximos que a carreira de funcionário público pode proporcionar, e que muito poucos atingem. No entanto convém também referir que actualmente o valor médio do salário público se encontra muito inflacionado pois tem sido política o estado subcontratar serviços, como por exemplo limpeza, segurança, correio, mecânica, motoristas e até secretariado (gestão documental), que eram por norma os trabalhadores com salários mais baixos no estado. Hoje a máquina do estado apresenta uma grande percentagem de quadros superiores, sendo que há 10anos atrás esta realidade era bem diferente.


Com os dados de 2005 Portugal ocupava o 12º lugar, na Europa dos 27, no ranking de funcionários públicos por habitante.
A se confirmar a redução de 100mil, Portugal prepara-se para ser o país, com menor rácio funcionários público por habitante da Europa.
Com isto interessa saber para quê e porquê? Percebe-se o motivo, enquanto o governo continua a insistir e a “vender” ao povo a ideia que existem muitos FP e que é preciso cortar, não tem de cortar onde verdadeiramente interessava: nos cargos políticos (autarquias por exemplo), parcerias público-privadas, empresas públicas mal geridas etc. Só quando o Zé povinho quiser colocar o filho na escola e não tiver vaga, ou quiser justiça e esperar 18anos, ou necessitar de uma urgência e esperar 1dia é que vai perceber que afinal os FP são necessários.
Curiosamente, soube recentemente que o governo ordenou aos serviços sociais que desse prioridade às reformas no sector da educação. Não fosse ter visto a reportagem que já referenciei aqui no blog, não ficaria alarmado como fiquei. Afinal o plano vai mesmo em frente. Daqui a cinco anos, talvez nem tanto, a educação já não será para todos. Ou pelos menos a qualidade não será igual para todos…

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