Covid-19 veio para ficar?
Na Escandinávia, primeiro a Dinamarca
e depois a Noruega, já foram dadas indicações para pôr termo às restrições.
Se se confirmar a tendência desta
nova variante - Ómicron (ou de outra que, entretanto, surja), para ser menos
agressiva (e letal), essas medidas serão adotadas, mais cedo ou mais tarde, por
todos os países por este mundo fora.
Ou seja, podemos estar a assistir
aos primeiros sinais do fim da pandemia, que dará alugar a uma endemia.
Mas há uma pergunta que paira no
ar: Pode o vírus ficar mais agressivo?
Mutações nos genes podem ocorrer
a todo o momento, de modo aleatório e com efeitos mais ou menos impactantes na
sua agressividade e capacidade de transmissão.
Portanto, é possível que daí resulte
um agente infecioso mais brando, ou mais agressivo.
Mas só uma destas opções tende a
representar uma vantagem evolutiva. Porquê?
Porque, de acordo com Rafael
Resque, doutor em genética e biologia molecular e professor da Universidade
Federal do Amapá, “Em geral, os vírus mais letais não conseguem se disseminar
tanto porque matam seus hospedeiros antes de contaminar outras pessoas”[1].
Ou seja, a tendência é que o
vírus fique mais amigável, pois dessa forma pode continuar a reproduzir-se,
infetando e reinfectando-nos.
Confesso que ao início fiquei intrigado
com a nossa incapacidade para o derrotar. Como já tinha escrito, estamos
perante uma guerra entre o ser mais desenvolvido do mundo e o menos.
Mas reconheço que isso acontece
porque paira um pouco no ar a ideia de que podemos tudo, que somos invencíveis
e que não há nada que não consigamos fazer.
Creio que esse pensamento tem nos
conduzido para maus caminhos, nomeadamente no que diz respeito aos outros seres
vivos e ao planeta em geral.
Talvez esta pandemia nos faça
refletir um pouco sobre isso… Ou será que não?
[1] Leia
mais em:
https://saude.abril.com.br/medicina/mutacoes-do-novo-coronavirus-podem-deixar-a-covid-19-mais-leve/
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