6.
A agricultura.
Acredita-se que a agricultura (domesticação
de plantas e animais) terá surgido ao longo do Crescente Fértil, muito
provavelmente por se tratar de uma zona rica em biodiversidade e boa para
práticas agrícolas.
Admite-se que este processo
tenha tido uma evolução gradual: grupos de caçadores-coletores que por aqui
passavam (e que provavelmente permaneciam durante um certo período de tempo) terão
percebido que certas plantas davam-se muito bem por estas terras.
Podem inclusive ter reparado que
em determinados locais, fruto das suas atividades, as plantas voltavam a germinar
(sementes que sem querer, ao transportar, deixavam cair, e que ao pisar, as
enterravam).
Portanto, julgo que é legítimo
afirmar que fruto do acaso e de alguma curiosidade, caçadoras-coletores tenham
descoberto plantas e animais, disponíveis
no local, que acabaram por conseguir domesticar.
Com o decorrer do tempo, foram
ficando por períodos cada vez mais longos, até se concretizar a troca de uma
vida nómada para uma vida sedentária.
A agricultura, este novo modo
de vida, permitia alimentar uma população muito maior do que com a caça e a
recoleção.
Crê-se que estas primeiras comunidades
que se estabeleceram no Crescente-Fértil, caçavam, apascentavam cabras e
gazelas e colhiam trigo selvagem (eram utilizadas mós para moer os cereais e
obter farinha).
No meio científico é
consensual que diferentes populações em várias partes do Crescente Fértil
chegaram a soluções semelhantes, na sua busca por “este” novo modo de vida.
A agricultura permitiu às
comunidades aumentarem a produção de alimentos e sustentar um maior número de
pessoas que não estavam diretamente ligadas ao
trabalho da terra, nomeadamente artesãos especializados. Por outro lado,
este facto estimulou as trocas entre comunidades.
Com o decorrer do tempo irão
surgir as primeiras Cidade-Estado, bem como mudanças profundas na forma como
passaríamos a viver, que acabaram por se refletir na saúde do planeta Terra e na sobrevivência da grande maioria das
espécies que o habitam.
A agricultura (domesticação de
plantas e animais), com cerca de dez mil anos, veio mudar a forma como vivíamos
desde há cerca de quatro milhões de anos.
Nesse curto período de tempo, o
mundo tem sofrido profundas alterações e a um ritmo cada vez mais acelerado.
Apesar de ainda existirem
fronteiras, culturas e línguas diferentes, o constante intercâmbio e contacto
entre as diferentes comunidades, permite que uma infeção provocada por um
vírus, possa evoluir e transformar-se numa pandemia que irá afetar toda a população
humana.
Atualmente vivemos numa
corrida contra o tempo, tentando evitar males maiores, resultantes do
aquecimento global da temperatura do planeta, provocado pela atividade humana
(utilização massiva de combustíveis fósseis).
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