Mais uma vez ouvimos com pompa e
circunstância nos órgãos de comunicação social um aclamado sucesso na ida aos mercados
para recomprar dívida que vencia em Outubro de 2014 e outubro de 2015. A
primeira chamada de atenção, dos mais de 15mil milhões de dívida que vencem
nesse período o estado apenas conseguiu comprar mil.
O segundo aspecto importante
prende-se com o objectivo disto tudo. Para se recomprar dívida tem de se ter
liquidez. Ora há duas semanas o estado Português vendeu dívida com juros de
5,11%. Se o juro da dívida que foi recomprada era superior a 5,11%, então
estaremos perante um bom negócio. Mas se fosse inferior (que é o que consta)
então é um mau negócio. Quer dizer que fomos há duas semanas contrair mais
dívida a 5,11%, em quantidade superior ao que necessitávamos, apenas para
ficarmos com alguma liquidez para agora fazermos esta acção de recompra.
Então qual o objectivo por detrás
disto tudo? Creio que a resposta está no primeiro parágrafo. Como a dívida
vencia em outubro deste ano e em 2015 (ano de eleições), contraiu-se há duas
semanas dívida para agora poder-se aliviar a de 2014 e 2015, curiosamente ano
de eleições.
Bom, peguei no gráfico que publiquei em dezembro e fiz uma
pequena actualização, como se pode ver na imagem.
·
Em Dezembro2013 foram 6,2mil milhões atirados
para 2017 e 2018 (amarelo);
·
No início de Janeiro foram 3mil milhões atirados
5 anos para a frente(laranja);
·
E agora foram mais 3mil milhões atirados 10 anos
para a frente ou seja 2024 (rosa).
Mais uma vez não estamos a pagar dívida estamos a atirá-la
para a frente.
Quem ainda não emigrou, é bom que comece a ponderar,
porque olhando para o gráfico as perspectivas não são nada animadoras. Se isto
foi o que foi nos últimos anos para conseguirmos amortizar (pagar ou vender
nova dívida) no valor de 11mil milhões, nem quero imaginar o que vai ser quando
tivermos de amortizar (pagar ou vender nova dívida) de 17mil milhões, como
acontece nos anos 2016, 2017 e 2018.
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