Confesso que as derrotas como a
de ontem são as que mais me custam a engolir. Isto porque, eu não exijo que o
Sporting tenha “Messis”, mas exijo que tenha um pouco mais de Académica, de Rio
Ave e de Nacional etc. na sua postura, ou seja um pouco mais de espírito de entrega, de equipas
pequenas quando jogam contra os grandes: pés assentes na terra e humildade em
vez de vedetismo.
Ontem Jardim resolveu ser vedeta
e saiu mediocremente banalizado. Tal como antes do jogo vi em muitos jornais e
na blogosfera profetas encantados com o arrojo de Jardim para domingo, vejo
hoje esses profetas resignados à ausência de William Carvalho. “Sem ele, não
somos nada!” – Apregoam.
Nada mais errado. Nem o arrojo de
Jardim era acertado, pelo contrário, estava bem errado, nem a dependência de
William Carvalho é assim tão forte. Pelo menos, na minha opinião! Como se pode
tirar essa conclusão de uma equipa que nada tem que ver com a equipa onde joga
William Carvalho, tal foram as alterações preconizadas por Jardim? Só por
estupidez.
Jardim falhou estrondosamente e
pior do que isso foi não ter a humildade de assumir o seu erro atirando as
culpas para a atitude dos seus jogadores, que, na visão do treinador, não fizeram
pressão nem circularam a bola. Os bons resultados que a equipa vinha a fazer incharam
o ego de Leonardo em demasia, ao ponto de, no alto da sua soberba, nem sequer
perceber que a tal falta de atitude dos jogadores, de pressão e capacidade de
passe, deveu-se ao facto de o treinador ter alterado por completo o estilo de
jogo dos últimos 7 meses. Se esta derrota servir para Leonardo Jardim descer à
terra, esvaziar a soberba e voltar ao seu modelo de jogo simples, então foi
bem-vinda. Se Jardim não tiver aprendido nada, vai espetar-se outra vez e com
ele leva a equipa e o Sporting.
Passando ao jogo propriamente
dito o que se passou ontem foi que para resolver o problema da falta de 1
jogador, perderam-se 4. Dier e André Martins fora das suas posições foram ZERO
e Montero e Slimani sem bolas foram ZERO. O problema não está no Piris ou no
Rojo. Está em passar 90min a correr atrás dos jogadores do Benfica porque não
há meio campo. Só lá estava um: Adrien que foi uma vítima no meio disto tudo.
Quem era o melhor substituto do
William Carvalho? Adrien. Então qual era o problema na montagem da equipa? Era
substituir o papel do Adrien no jogo. Qual o jogador mais parecido a Adrien?
Está na equipa B e chama-se Ricardo Esgaio. Segundo problema: sem William
perdemos altura. Solução simples sem alterar o sistema de jogo: Montero no
banco joga Slimani (foi assim que o Sporting jogou e muito bem, com o Porto em
Alvalade).
Se achava que a altura dos jogadores
ainda não era suficiente colocava o Dier em vez do Maurício ou do Rojo no eixo
da defesa. Se ainda estivesse obcecado com a altura começava o jogo com Heldon
e Wilson Eduardo nas alas. Mantinha o seu sistema de jogo, principalmente a
dinâmica do meio campo. Mantinha a equipa equilibrada e mesmo que perdesse 2-0
fazia uma boa exibição. Assim, perdeu os 3 pontos, perdeu a motivação dos
jogadores que já não têm taças e agora nem campeonato e, principalmente, foi
uma cagada em três actos, com clara desvalorização dos jogadores que entraram
em campo…
Já não sei qual foi o treinador
que uma vez disse isto: para que me
servem avançados se não tenho meio-campo para os alimentar? É para mim um
princípio básico do jogo e creio até que já escrevi aqui no blog que, a grande
equipa do Barça de Guardiola, jogava sem avançado e goleava. Para quê jogar com
dois avançados se a bola não chega lá?
Dai-me paciência para a estupidez dos
treinadores que este clube vai buscar.
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