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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

A educação de um povo


Tem-se falado muito do incentivo que o ministério das finanças quer dar aos contribuintes que solicitam factura sempre que gastam dinheiro. A ideia até pode dar resultado. Aliás, não tenho dúvida que vai resultar em maior receita fiscal para os cofres do estado. Não concordo é com o princípio que está por detrás desta medida. Tal como nós não devemos educar os nossos filhos a trabalhar em casa, ou a portarem-se bem com base em recompensas, também o estado não deve educar o seu povo da mesma forma. É obrigação de um filho respeitar um pai, pelo menos assim o deve ser. Com os “rebuçadinhos” corremos o risco de alimentar o lado mercenário que já existe em elevada percentagem nos genes do nosso povo. Esse tem sido o maior problema deste país. É que a maior parte da população quando olha para os seus vizinhos não vê uma comunidade, não vê uma sociedade não vê um rumo conjunto, vê uns tansos mesmo a jeito de serem comidos.

Esta nossa forma de estar, orgulhosamente egoísta e presunçosa, está na base do nosso falhanço como país, como comunidade. Porque em vez de nos indignarmos quando vemos velhos ou reformados a serem espoliados dos seus direitos, até suspiramos de alívio por não serem os nossos tomates a serem apertados. É o princípio do cada um por si. Este governo, bem sabedor das fraquezas do seu povo, vai explorando o pior que dele pode tirar.

Assim, com a cenourinha à frente, o burrinho, carregado com sacos de impostos, cansado de tanto imposto alombar, lá vai arranjar mais umas forças para se aguentar até chegar à cenourinha. Mesmo sabendo que há uma forte probabilidade de no final, o dono fazer desaparecer a sua querida cenourinha.
Há opções? Há. Para quando colocarem uma disciplina, no final da escolaridade obrigatória (9º ou 12º), sobre a sociedade civil, onde se abordem, entre outros temas, a questão dos impostos quais são e para que servem, dos contratos de trabalhos, o funcionamento da segurança social etc. Comecei a trabalhar aos 23 anos, após os estudos superiores e não sabia nada de nada, limitei-me a assinar os papéis que me metiam à frente. Lembro-me até, de alguma indignação por parte dos funcionários das finanças e segurança social, pelas perguntas que lhes colocava. Alguém teve o cuidado de me explicar? Quando as pessoas não sabem ou não percebem o funcionamento do "sistema" ou das coisas, não lhes dão o devido valor. Isto é mais que certo.

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