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quarta-feira, 8 de maio de 2013

Exames da 4ª Classe

Ontem tiveram início pela primeira vez após a queda da ditadura em Portugal, os exames da 4ª classe. Trinta e nove anos depois da queda do regime.
Por mais que oiça as justificações dos intervenientes do governo, como por exemplo: servem para responsabilizar mais os alunos, para os habituar à pressão (crianças de 9anos) e para aferir a qualidade do ensino, não consigo alcançar os aspectos positivos dos mesmos.
Primeiro se é para aferir o desempenho dos professores, porque é que vai contar 30% para a nota final dos alunos? Para que serve a “responsabilidade do exame” se a escola hoje não é respeitada nem por pais nem por alunos? E qual a consequência positiva para um país ter crianças de 9anos a ficarem retidas na 4ª classe? Também vi ontem um deputado do PSD a justificar os exames com teorias líricas dizendo que as crianças estavam felizes por fazer exames e conhecerem as novas escolas. Eu pergunto: quanto custa ao país, não só estado como às famílias, este capricho do ministro da educação de realizar exames na 4ª classe? Quanto custou, em tempos de crise, esta teoria lírica? E o que fazer às crianças que chumbam? Vamos voltar a ter a escolaridade mínima da 4ª classe? É esse o caminho?
É por causa de ministros como este, que o país não avança. Porque são incapazes de gerir em prol do país. Querem sempre deixar a sua marca, nem que seja uma nódoa, mas têm de mostrar “trabalho”, para que um dia mais tarde possam de peito cheio dizer algo como “fui eu que introduzi isso”. É verdade que há sempre espaço para melhorar mas de forma racional. Neste país, gerir bem não é considerado positivo. Tem de se deixar algo palpável, nem que seja uma dívida astronómica numa autarquia para fazer rotundas. É o que o povo gosta de apelidar de “obra feita”. Tem de se ver, mesmo que não sirva para nada ou que sirva apenas para nos complicar a vida.
Só Malta tem exames na 4ª classe. Todos os outros países da U.E. não têm. Para quê regredir? Para quê fazer diferente, quando o modelo dos outros tem sucesso? Para quê complicar e gastar mais dinheiro? Somos mais ricos que Dinamarca, Finlândia, Noruega, França, Alemanha (etc) para nos darmos ao luxo de sobrecarregar as nossas finanças desnecessariamente? Para quê? Para os nossos emigrantes voltarem a ser as “Marias” domésticas e os “Zés” trolhas, pela europa fora? Expliquem-me por favor porque estou a sentir-me muito burro, por não alcançar os aspectos positivos que estes exames trazem para o país.

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