3. Reprodução sexuada.
A comunidade científica ainda
está a tentar perceber como se deu exatamente a evolução da reprodução
assexuada para a reprodução sexuada.
Considera-se uma evolução
porque embora tenha ocorrido perda de eficácia, esta foi compensada por ganhos
de eficiência, devido à maior variabilidade genética que se conseguiu.
Duas hipóteses se destacam
sobre a origem do sexo:
- Originou-se do fenómeno de
mistura entre o genoma de uma bactéria e de um vírus;
- Foi uma evolução do processo
de trocas de material genético entre bactérias.
Acredita-se de que o sexo
surgiu devido à necessidade de microrganismos (por ex. bactérias) de reparar
danos (perdas ou ganhos indesejáveis de informação genética) no seu material
genético.
O surgimento do sexo pode
estar relacionado com a reparação do material genético, quer seja por meio da
incorporação de DNA existente fora das células, quer da transferência de
material genético que ocorreu entre microrganismos (bactérias, por exemplo).
O sexo “primitivo” pode ter
começado por ser uma função reparadora, responsável exclusivamente por corrigir
erros existentes no material genético.
Consequentemente, a evolução
do sistema de enzimas que reparam os “erros” que surgem quando da transmissão
da informação genética, esteve na origem dos mecanismos que promovem a troca de
material genético entre indivíduos.
Em uma etapa posterior do
processo evolutivo, com aparecimento dos seres eucariotas (com núcleo) e
gonocorismos (com sexos separados - macho e fêmea), a reprodução sexuada
envolve recombinação genética através da fusão dos gâmetas e do emparelhamento
de cromossomos homólogos para certas espécies e também pela reunião de
cromossomos sexuais (X e Y).
Na região ártica do Canadá
foram encontrados fósseis que nos contam da primeira reprodução sexual há mil e
duzentos milhões de anos (provavelmente o ancestral comum no que diz respeito à
reprodução sexual).
Trata-se de um organismo
multicelular (uma alga marinha) que se reproduzia sexualmente.
O ambiente hostil e em
constante mudança em que viveu pode ter estado na origem da evolução para a
reprodução sexuada.
*-*
Breve
resumo destes primeiros três capítulos:
Dá-se uma explosão há treze
mil e oitocentos milhões de anos, o Universo começa a expandir-se e nove mil e duzentos
milhões de anos depois forma-se a Terra (há 4.6 mil milhões de anos).
Oitocentos mil anos depois (há
3.8 mil milhões de anos), combinam-se alguns elementos químicos (podiam ter
sido estes: hidrogénio, metano, oxigénio, carbono e amónia) e formam-se
aminoácidos[1]
que estão na base das proteínas que são macromoléculas biológicas constituídas
por uma ou mais cadeias de aminoácidos.
As proteínas estão presentes
em todos os seres vivos e participam em praticamente todos os processos
celulares, desempenhando um vasto conjunto de funções no organismo, como a
replicação do ADN, a resposta a estímulos e o transporte de moléculas.
Note-se que podemos definir
elementos químicos como sendo o conjunto de átomos com mesmo número atômico, ou
seja, com a mesma quantidade de protões no núcleo.
Átomo é uma unidade básica de
matéria que consiste num núcleo central de carga elétrica positiva envolto por
uma nuvem de eletrões de carga negativa.
O núcleo atómico é composto
por protões e neutrões. Os eletrões de um átomo estão ligados ao núcleo por força
eletromagnética
Creio que é legítimo afirmar
que a enorme complexidade que é a vida forma-se através da combinação de
átomos.
Nós somos formados por átomos,
que formam moléculas, que formam células, que formam tecidos, que formam ossos,
que formam órgãos, etc.
Depois de se formar, a vida
vai se mantendo através da reprodução assexuada (um dá origem a outro igual) e
a diversidade apenas é conseguida através das mutações genéticas.
Dois mil e seiscentos milhões de
anos depois (há 1.2 mil milhões de anos) passa a haver uma nova fonte de
diversidade genética com o surgimento da reprodução sexuada.
A vida multicelular vai
evoluindo e adaptando-se ao meio envolvente.
No caso de seres complexos, a
reprodução sexuada só se dá quando é atingida a maturidade sexual, o que
significa que tiveram de sobreviver (adaptando-se) até lá chegarem.
Por outro lado, em muitas
espécies, permitiu a divisão de tarefas: por exemplo, enquanto um dos elementos
do casal toma conta da cria, o outro procura alimento.
Da especialização surge mais
uma fonte de variabilidade genética que será transmitida aos descendentes: “Herdei
esta habilidade da minha mãe e aquela
do meu pai”.
Mais ou menos novecentos mil anos
depois (Qualquer coisa como trezentos mil anos antes de Cristo) surge o Homo
Sapiens.
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