Pesquisa

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

 

 

3.           Reprodução sexuada.

A comunidade científica ainda está a tentar perceber como se deu exatamente a evolução da reprodução assexuada para a reprodução sexuada.

Considera-se uma evolução porque embora tenha ocorrido perda de eficácia, esta foi compensada por ganhos de eficiência, devido à maior variabilidade genética que se conseguiu.

Duas hipóteses se destacam sobre a origem do sexo:

- Originou-se do fenómeno de mistura entre o genoma de uma bactéria e de um vírus;

- Foi uma evolução do processo de trocas de material genético entre bactérias.

Acredita-se de que o sexo surgiu devido à necessidade de microrganismos (por ex. bactérias) de reparar danos (perdas ou ganhos indesejáveis de informação genética) no seu material genético.

O surgimento do sexo pode estar relacionado com a reparação do material genético, quer seja por meio da incorporação de DNA existente fora das células, quer da transferência de material genético que ocorreu entre microrganismos (bactérias, por exemplo).

O sexo “primitivo” pode ter começado por ser uma função reparadora, responsável exclusivamente por corrigir erros existentes no material genético.

Consequentemente, a evolução do sistema de enzimas que reparam os “erros” que surgem quando da transmissão da informação genética, esteve na origem dos mecanismos que promovem a troca de material genético entre indivíduos.

Em uma etapa posterior do processo evolutivo, com aparecimento dos seres eucariotas (com núcleo) e gonocorismos (com sexos separados - macho e fêmea), a reprodução sexuada envolve recombinação genética através da fusão dos gâmetas e do emparelhamento de cromossomos homólogos para certas espécies e também pela reunião de cromossomos sexuais (X e Y).

Na região ártica do Canadá foram encontrados fósseis que nos contam da primeira reprodução sexual há mil e duzentos milhões de anos (provavelmente o ancestral comum no que diz respeito à reprodução sexual).

Trata-se de um organismo multicelular (uma alga marinha) que se reproduzia sexualmente.

O ambiente hostil e em constante mudança em que viveu pode ter estado na origem da evolução para a reprodução sexuada.

*-*

Breve resumo destes primeiros três capítulos:

Dá-se uma explosão há treze mil e oitocentos milhões de anos, o Universo começa a expandir-se e nove mil e duzentos milhões de anos depois forma-se a Terra (há 4.6 mil milhões de anos).

Oitocentos mil anos depois (há 3.8 mil milhões de anos), combinam-se alguns elementos químicos (podiam ter sido estes: hidrogénio, metano, oxigénio, carbono e amónia) e formam-se aminoácidos[1] que estão na base das proteínas que são macromoléculas biológicas constituídas por uma ou mais cadeias de aminoácidos.

As proteínas estão presentes em todos os seres vivos e participam em praticamente todos os processos celulares, desempenhando um vasto conjunto de funções no organismo, como a replicação do ADN, a resposta a estímulos e o transporte de moléculas.

Note-se que podemos definir elementos químicos como sendo o conjunto de átomos com mesmo número atômico, ou seja, com a mesma quantidade de protões no núcleo.

Átomo é uma unidade básica de matéria que consiste num núcleo central de carga elétrica positiva envolto por uma nuvem de eletrões de carga negativa.

O núcleo atómico é composto por protões e neutrões. Os eletrões de um átomo estão ligados ao núcleo por força eletromagnética

Creio que é legítimo afirmar que a enorme complexidade que é a vida forma-se através da combinação de átomos.

Nós somos formados por átomos, que formam moléculas, que formam células, que formam tecidos, que formam ossos, que formam órgãos, etc.

Depois de se formar, a vida vai se mantendo através da reprodução assexuada (um dá origem a outro igual) e a diversidade apenas é conseguida através das mutações genéticas.

Dois mil e seiscentos milhões de anos depois (há 1.2 mil milhões de anos) passa a haver uma nova fonte de diversidade genética com o surgimento da reprodução sexuada.

A vida multicelular vai evoluindo e adaptando-se ao meio envolvente.

No caso de seres complexos, a reprodução sexuada só se dá quando é atingida a maturidade sexual, o que significa que tiveram de sobreviver (adaptando-se) até lá chegarem.

Por outro lado, em muitas espécies, permitiu a divisão de tarefas: por exemplo, enquanto um dos elementos do casal toma conta da cria, o outro procura alimento.

Da especialização surge mais uma fonte de variabilidade genética que será transmitida aos descendentes: “Herdei esta habilidade da minha mãe e aquela do meu pai”.

Mais ou menos novecentos mil anos depois (Qualquer coisa como trezentos mil anos antes de Cristo) surge o Homo Sapiens.



[1] Com base na experiência Henry Miller-Urey

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