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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O chumbo do TC e o discurso de Passos

Após a decisão - esperada - do Tribunal Constitucional, Passos, pensando pela sua cabeça ou sendo pau mandado de outros, veio com um discurso fácil e demagogo, culpando os outros pela sua incompetência e pela falta de preparação e conhecimento das regras do jogo. Apetece-me até dizer que me suou a chantagem e cruzada contra esse ser extraterrestre e soberano que é o TC. No mínimo ridículo, mas que, passado em 5min no telejornal, sem explicação do que é a constituição, até é capaz de colar no povo inebriado em telenovelas – ao almoço, antes do jantar e depois do jantar até madrugada. Para mim o discurso proferido, transmite uma (má) sensação de ditador de meia tigela. Porque a constituição existe para definir as linhas, as guias mestras, com que se quer conduzir esta sociedade - este país. Ao TC compete verificar se os executantes cumprem com elas. Caso contrário estaríamos vulneráveis a que qualquer doido que chegasse ao poder, fizesse o que lhe desse na telha! Por isso, se Passos não gosta da constituição do seu país e quer pôr e dispor como bem lhe apetece, então sugiro que troque de país. Existem uns bons para os lados do Vietnam ou em África, em que o governante pode fazer o que lhe apetece. Também acontece, por vezes, chatearem-se e cortarem a cabeça do governante e familiares... O argumento de que em "tempos difíceis os juízes deviam ser sensíveis" e contornar a constituição, ou melhor, não a cumprir ou aplicar – não esquecer que a constituição é Lei base da nossa sociedade- é tão estúpido que nem posso acreditar no que ouvi. É que pelo mesmo argumento eu posso ter a sociedade a recusar-se a pagar impostos (porque em tempos de crise o Ministério das Finanças deve ser sensível), os criminosos a exigir sensibilidade aos juízes e polícias (porque em tempos de crise devem de ser sensíveis) etc. etc. Conclusão: em tempos de crise, vale tudo e não precisamos de leis. É a lei da selva. Isto de facto faz-me lembrar qualquer coisa... uhm. Já sei. A chegada de Hitler ao poder na Alemanha. Um país em crise, afogado em dívidas contraídas na 1ª guerra, mergulhado na miséria e desespero em que o populista e demagogo Adolf, veio com a mesma conversa: em tempos de crise vale tudo, incluindo matar e roubar. Que existam doidos, não me espanta. Que haja uma comunicação social e uma sociedade complacente com eles, é que me espanta revolta e entristece.

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