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sábado, 16 de julho de 2022

 

Um só homem pode levar-nos ao apocalipse?

Ninguém questiona que se a Rússia conquistar Kiev, os ucranianos perdem a liberdade de decidir o seu futuro, tal como acontece com os chechenos e bielorrussos.

É perfeitamente natural que outros países se sintam ameaçados. Quem sabe quais são os planos de Putin... quanto mais próximo…

Putin odeia quem lhe faz frente, principalmente se os considera mais fracos.

Para Putin, os mais fracos devem subjugar-se aos mais fortes (por mais fracos, entenda-se os que têm menos poder militar).

Claro que neste caso existem agravantes: os ucranianos e os russos são vizinhos e falam idiomas suficientemente parecidos ao ponto de se conseguirem entender, e ambos fizeram parte da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

No entanto, os ucranianos mostraram vontade de se passarem para o outro lado: viver num regime democrático e com liberdade de expressão.

Imagine o péssimo exemplo que estariam a dar aos seus vizinhos de leste, se ainda por cima tivessem maior poder de compra.

Recentemente assisti numa reportagem diária sobre a guerra na Ucrânia, um ucraniano dizer que os soldados russos lhe perguntavam, porque é que eles tinham WC dentro de casa.

Mas há um outro fator que está na origem desta guerra e que se repete desde que o homem passou a viver em grandes grupos (cidades / estados).

Refiro-me obviamente ao facto de haver homens que têm demasiado poder, e que muitas vezes se servem desse poder, em nome de um povo que não estão a representar.

Estou fortemente convencido que a maioria dos russos não queria esta guerra, e que responderia não à pergunta, se tivessem a certeza do anonimato da resposta.

Uma coisa é um povo reunir-se em massa, nas praças das principais cidades espalhadas pelo país, e gritar em uníssono: “queremos um líder que nos conduza na guerra contra a Ucrânia”; ou coisa bem diferente, é entrar numa guerra sem ser consultado, ser manipulado acerca do que se está a passar, perder acesso a informação independente, e correr sérios riscos de ser punido sempre que falar livremente.

Putin tem o poder de destruir a vida a milhões de ucranianos, mas não só…

Não sei se algum dia deixará de haver pessoas com tanto poder, da mesma forma que não sei se algum dia deixará de haver pessoas com tanto dinheiro…

Quantos foram os responsáveis por demasiadas mortes nos últimos dez mil anos? E desses, quantos ainda hoje são admirados?

Façamos um pequeno exercício: Imagine que a Ucrânia começa a impor derrotas militares à Rússia. A certa altura, os generais russos começam a propor a retirada. Putin enraivecido manda atacar Kiev com misseis nucleares.

Alguns são intercetados, mas dois provocam um mar de destruição e muitos milhares de mortos.

O que é que faria o mundo? Nomeadamente os países que condenassem este ataque, e em particular, todos aqueles que defendem que a Ucrânia tem o direito de decidir livremente em que regime quer viver.

Para além de alimentos e outros bens necessários, enviariam máscaras antigás nuclear?

Alguns diriam que Putin foi longe demais?

E se esta guerra escalasse para uma guerra mundial que se tornasse nuclear?

Julgo que este cenário (bem como muitos outros) já foi concebido (mas não sei o resultado).

A pergunta que ficou no ar: será que quando Putin ordenasse o ataque a Kiev com mísseis nucleares, essa ordem insana seria obedecida?

Será que ele tem poder para pôr fim à humanidade?

(por instantes, esqueça essa coisa de haver alguns que sobrevivem dentro de bunkers e que recomeçariam tudo de novo).

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