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terça-feira, 8 de outubro de 2013

Fusão PT/OI

Desde que a PT vendeu a Vivo à telefónica e adquiriu 23% da Oi que já se falava na possibilidade de uma fusão. Foi agora anunciada. Resta saber o que isto traz de bom para nós Portugueses. A resposta é: um grande nada. Vamos por partes. Há 3 ou 4 anos, não me recordo bem, a PT com receio de uma OPA hostil por parte da Telefónica espanhola resolveu negociar com a mesma a venda da sua participação na Vivo por 7mil milhões. No entanto decidiram (dizem que José Sócrates teve um papel decisivo, mas acusam-no de tanta coisa que já me parece mais bode expiatório que outra coisa), adquirir 23% da Oi por 3,75 mil milhões. O problema é que trocou-se uma empresa a crescer e valorizar por outra moribunda. Em dois anos a Oi caiu de tal forma que hoje, toda ela vale 2,4mil milhões. Ou seja, quando a PT comprou as acções a empresa estava avaliada em 16mil milhões, no entanto dois anos depois vale 2,4mil milhões. Resumindo, alguém negociou muito mal e estava muito mal informado para entrar neste negócio. Percebe-se assim o porquê dos accionistas da PT andarem histéricos com o negócio ruinoso da Oi e a pressionarem para uma solução. Há uma máxima nos negócios e não é preciso ser “expert” na matéria para perceber: o desespero nunca gera bons negócios. Principalmente se do outro lado estão pessoas conhecedoras. Posso assim dizer que os brasileiros foram mais espertos. Acederam à entrada da PT na Oi (lembro dos discursos de Lula e Dilma a dizer que o investimento português era bem-vindo) pois era!! E de que maneira! Numa empresa a afundar a cada dia… Agora, com a batata quente na mão, os accionistas da PT não têm outro remédio que não seja ceder às exigências brasileiras ou acabam todos na lama. A minha pergunta é: e quanto vale a PT? Algum órgão de comunicação social referiu isso? É que se a Oi vale toda ela 2,4mil milhões, porque raio não faz a PT uma OPA hostil à mesma? Será que é proibido uma empresa Portuguesa comprar uma Brasileira? Na fusão considera-se que a PT vale 2mil milhões, o que se reflecte em 38% do futuro capital da empresa resultante da fusão. A mim pessoalmente parece-me um péssimo negócio, mas se fosse accionista como o BES e a Ongoing (que até vão ter lugar na administração) era capaz de gostar. Todos os negócios que metam Ongoing à mistura cheiram mal. É quase como um carimbo. Para terminar, relembro apenas que a PT detém o monopólio da rede fixa em Portugal. Se o montante da dívida resultante da fusão ascende a 13,9 mil milhões de euros, já se está a ver quem vai pagar. A PT tinha ainda, 40% da CVT (Cabo Verde), 51% da CST (São Tomé e Príncipe), 25% da UNITEL (Angola) , 34% da MTC (Namíbia) e 41,2% da Timor Telecom. Vai-se tudo, e com isso a capacidade negocial e de influência nesses países. E qualquer empresário sabe o quão importante é ter num país uma empresa âncora da mesma nacionalidade e as portas que isso abre.

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