Quantas vezes não ouvimos os
nossos políticos justificar as privatizações de empresas do sector empresarial
do estado com eficiências e diminuição dos custos para os contribuintes?
Podemos não querer lembrar, mas já ouvimos isto várias vezes. A verdade é que
isto nunca acontece e é fácil perceber porquê. Em empresas com dimensão nacional
e por vezes até internacional, a “má gestão” de recursos humanos ou materiais
dilui-se na operação. A operação representa uma fatia tão grande que pagar
1200euros a um funcionário que no mercado de trabalho livre receberia 800, são “piners”
(pronúncia de Jorge Jesus para a palavra peanuts).
Acresce que o investidor que
compra uma empresas destas quer lucro e recuperar o seu investimento no menor curto
espaço de tempo, enquanto que uma gestão pública apenas se preocupa em constituir
reservas suficientes. Até porque, por norma, são criadas entidades reguladoras
para não deixar facturar mais do que o necessário. Como sabemos o lucro é
calculado após as receitas e proveitos da empresa que incluem a operação (a
grande fatia). Subir 2% no volume total de negócios representa muito mais do
que cortar o salário a um milhar de trabalhadores, por isso é que para o
contribuinte os preços nunca baixam.
Assim, só por mera ilusão ou
falsidade se diz que uma empresa vai custar menos aos contribuintes sendo
privada do que sendo pública. Prova disso é o aumento anunciado hoje nas
tarifas dos CTT em 2,6%. Aposto com quem quiser que lá para Setembro vai voltar
a haver um aumento na ordem dos 3%. Não acreditam? Vamos esperar para ver.
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