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sexta-feira, 21 de junho de 2013

Brasil e as manifestações

Há coisa de três anos, quando se iniciavam os trabalhos nas infraestruturas desportivas para a realização dos vários eventos desportivos “adjudicados” ao Brasil, lembro-me de comentar com um colega de profissão (do ramo da construção) que o Brasil é que “estava a dar”. Fruto dos investimentos enormes que o país estava a fazer, tornou-se o alvo, o “el dourado”, de tudo o que era construtora no mundo. Os prazos apertados, já se sabe, fazem subir os preços o que torna os projectos muito apetecíveis para todos. Mas esse colega disse-me uma coisa que não esqueci e que na altura me surpreendeu pois não estava por dentro da situação: “O Brasil é uma bolha, prestes a rebentar. Existe este entusiasmo todo mas o crescimento da economia está a ser feito à custa de esbanjamento de dinheiro em infraestruturas e imobiliário, tal como aconteceu em Portugal. Quando o investimento abrandar a economia vai cair e, ou arranjam mais petróleo ou a economia pára, mas maior produção de petróleo implica desvalorização do mesmo”.
Efectivamente, quando o Brasil se candidatou a organizar a Taça das Confederações (2013), a Copa do Mundo (2014) e os Jogos Olímpicos (2016) o crescimento estava nos 7%, agora está em 1% (o mesmo que Portugal teve nos últimos 10 anos…
E a verdade é que os estádios não trazem riqueza futura, principalmente para um país que já é um destino turístico. É que estes eventos podem servir de promoção do país ao exterior, mas no caso do Brasil, um destino altamente divulgado pelo seu carnaval, não me parece que os ganhos justifiquem o investimento.
Confesso-me surpreso, positivamente, pela manifestação do povo brasileiro e pela consciência moral e social que o mesmo demonstra e exige aos seus governantes. Um exemplo para as sociedades do resto do mundo.

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