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segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Deixem os mercados funcionar!

Recentemente li uma notícia que dizia que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) teve lucros de quase 700 milhões nos primeiros nove meses do ano[1].

Não considero mau as empresas terem lucro, mas não consegui evitar que me viesse à memória uma pergunta, em jeito de resposta, que um amigo deu a outro:

- Sabias que o fulano tal vai casar?

- Ai vai! Contra quem?

Mas o meu comentário vai para outra notícia, igualmente da CGD, que diz que o banco público pretende avançar com uma compensação salarial de até 900 euros, a trabalhadores que aufiram um rendimento mensal até 2.700 euros[2] (900 para os que ganham até 1.500 e 600 para quem ganha entre 1.500 e 2.700€).

A decisão visa compensar a subida acelerada da inflação (que já vai numa “histórica inflação”).

Não tenho qualquer inveja e até acho muito bem que uma empresa/instituição que tenha lucros, decida atribuir compensações salariais aos seus trabalhadores.

Aliás, a esse respeito, tenho a dizer que lamento que cada vez menos empresas distribuam lucros com os seus trabalhadores. Vivemos um tempo em que o capital-humano tem perdido valor para o capital-capital.

Mas, não consegui evitar de pensar que a CGD, por interposta decisão do Banco Central Europeu (e sua presidente, Sr.ª Christine Lagarde) aumente as taxas de juro aos seus clientes para lhes retirar poder de compra, e dessa forma fazer descer a inflação, e, em simultâneo, procure combater a perda de poder de compra dos seus trabalhadores, com compensações salariais.

Afinal, qual é o critério?



[1] https://observador.pt/2022/11/10/caixa-lucra-692-milhoes-em-nove-meses-mais-61-e-preve-pagar-ao-estado-o-maior-dividendo-de-sempre/

[2] https://www.jornaldenegocios.pt/empresas/banca---financas/detalhe/cgd-avanca-com-compensacao-salarial-de-ate-900-euros-a-trabalhadores

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