Deixem os mercados funcionar!
Recentemente li uma notícia que dizia que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) teve lucros de quase 700 milhões nos primeiros nove meses do ano[1].
Não considero mau as empresas
terem lucro, mas não consegui evitar que me viesse à memória uma pergunta, em
jeito de resposta, que um amigo deu a outro:
- Sabias que o fulano tal vai
casar?
- Ai vai! Contra quem?
Mas o meu comentário vai para
outra notícia, igualmente da CGD, que diz que o banco público pretende avançar
com uma compensação salarial de até 900 euros, a trabalhadores que aufiram um
rendimento mensal até 2.700 euros[2]
(900 para os que ganham até 1.500 e 600 para quem ganha entre 1.500 e 2.700€).
A decisão visa compensar a subida
acelerada da inflação (que já vai numa “histórica inflação”).
Não tenho qualquer inveja e até acho
muito bem que uma empresa/instituição que tenha lucros, decida atribuir
compensações salariais aos seus trabalhadores.
Aliás, a esse respeito, tenho a
dizer que lamento que cada vez menos empresas distribuam lucros com os seus
trabalhadores. Vivemos um tempo em que o capital-humano tem perdido valor para
o capital-capital.
Mas, não consegui evitar de
pensar que a CGD, por interposta decisão do Banco Central Europeu (e sua
presidente, Sr.ª Christine Lagarde) aumente as taxas de juro aos seus clientes
para lhes retirar poder de compra, e dessa forma fazer descer a inflação, e, em
simultâneo, procure combater a perda de poder de compra dos seus trabalhadores,
com compensações salariais.
Afinal, qual é o critério?
Sem comentários:
Enviar um comentário