Interferência de “hackers” russos
Tenho ouvido na
rádio, mas acredito que ande por outros meios de comunicação social, a notícia
que os russos, ou mais corretamente, os cibernautas russos, hackers ao serviço
do governo, têm promovido ataques dissimulados, através do Twytter, Facebook e
outras redes sociais, com vista a criar instabilidade na Europa e nos EUA. Por
exemplo, atribuem responsabilidade aos piratas informáticos russos pelos
resultados eleitorais na América. Quando digo atribuem, refiro-me às
autoridades dos respetivos países e instituições internacionais. Outro exemplo,
é o caso do Brexit que aconteceu em parte devido à intervenção dos mal-intencionados
russos, ou, mais recentemente, o que se está a passar na Catalunha que já levou
as autoridades espanholas e questionar o Ministro dos Negócios Estrangeiros Russo,
assim como o Embaixador em Espanha, sobre a alegada intervenção dos cibernautas
russos, a qual foi prontamente negada, embora Putin já tenha admitido a
possibilidade dos hackers serem russos, nega o envolvimento do seu governo,
alegando que os mesmo atuam com base nos seus próprios ideias.
A questão que tenciono
levantar é esta: será possível que pretendam responsabilizar a intenção do povo
britânico de abandonar a União Europeia com uma eventual influência dos russos
através das redes socias? Estão a dizer que as pessoas tomam decisões tão
importantes com base em comentários no Twitter ou “posts” no Facebook? Decidem
que a seguir a Barack Obama faz sentido Donald Trump com base no que leram nas
redes sociais? Ou que está na altura de sair de Espanha e da União Europeia? Então
se assim é, podemos concluir que “somos” muito fáceis de influenciar…
Ou será que tudo
isto não passa de uma estratégia para inserir o “lápis azul” nas redes sociais?
Poderão estar a preparar-nos para estender o “Big Brother” à internet,
nomeadamente às páginas mais visitadas?
Obviamente que
não sei! Pode tudo não passar de uma teoria da conspiração na minha cabeça. Mas
acho estranho esta acusação sobre os Russos. Não só estão a dizer que tomamos determinadas
decisões porque fomos indevidamente mal influenciados, mas também a preparar
terreno para mais tarde poderem retirar-nos liberdades porque “não estamos”
preparados para as ter. Parece que nos estão a querer tratar como criancinhas.
Reparem, sou um enorme admirador de Barak Obama, tenho pena que os ingleses
tenham decidido sair da União Europeia e não menos se o Barça deixar de jogar a
“La Liga”, mas continuo a acreditar na liberdade de decisão individual e na
democracia.
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