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terça-feira, 16 de junho de 2015

O Social Capitalismo Global


Vi este fim-de-semana a reportagem que se encontra no link do programa Observatório do Mundo, da tvi24, sobre o império de Mittal, o homem que praticamente impõe as regras e o preço do aço no mundo tal é a sua dimensão.
Entendo que a reportagem é um bom exemplo do prenúncio do futuro da humanidade. Talvez os primeiros a chegar a esse futuro sejam os países europeus, os mais desenvolvidos, mas como a economia global funciona como vasos comunicantes, esse futuro chegará a todos.
MIttal, o imperador do metal, baseia o seu sucesso, tal como todos os privados, na produção de baixo custo em detrimento da qualidade. A qualidade não é apenas a qualidade do produto, é também a qualidade das fábricas e processos de fabrico, a qualidade de vida dos trabalhos e a sua segurança no trabalho e também a qualidade ambiental.
Não é por acaso que as grandes fortunas, os grandes impérios nos dias de hoje, estão deslocadas para o oriente. Basta olharmos um pouco para a história para percebermos que os grandes impérios, ou grandes potências, assentaram sempre em mão de obra barata (escrava). Nos dias de hoje não é diferente. No oriente, não podemos falar de escravidão, mas o salário que recebem é quase digno da palavra.
É por isso fácil de fazer fortunas. É por isso que dificilmente a Europa, ou qualquer país desenvolvido vão conseguir controlar a economia mundial. Construir um Império, cumprindo as regras impostas na Europa, é uma tarefa colossal e desleal, comparando com um qualquer país “emergente”.
Acresce ainda que os capitalistas são iguais em todo o lado. Se o dinheiro faz-se no oriente é para lá que vão…
Mittal cresce nos países onde é mais fácil crescer, onde não há regras. Daí parte para a conquista os países desenvolvidos. Com a crise fecha as unidades com menor rendibilidade, as europeias, onde os salários são mais altos. Apesar da crise que rebenta na europa em 2008, Mittal retira 650 milhões de dividendos. Já com várias unidades fechadas, elevado endividamento do grupo e trabalhadores despedidos retira em 2012, mais de 750 milhões de euros em dividendos. Como qualquer empresário obcecado por resultados, cede à tentação das fugas ao fisco. Com fábricas em todo o lado e muitas paradas, faz a produção “deambular” de país em país, de forma a pagar menos impostos.
Através da chantagem de perda de postos de trabalho, consegue negociar taxas sobre os lucros entre 0 e 5%, enquanto uma pequena e média empresa paga entre 20 a 35%.
O desespero da europa pelo emprego, a sua falta de solidariedade, a sua falta de visão conjunta faz dela fraca com os fortes. Encontra-se refém deste “social-capitalismo” que aproveita o impacto que tem na sociedade para, através da chantagem e do receio pelos seus actos, manter numa escravidão legalizada, moralmente aceite e até desejada!!
Vejam a reportagem que vai valer a pena e vos fará pensar no futuro que nos espera.

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